Veterinário de pets não convencionais disse que coelhos domésticos têm particularidades.
Coelho Miúdo é levado para passear em Praia Grande (SP) Arquivo pessoal Quando pensamos em animais de estimação, o cachorro e o gato logo vêm à cabeça.
Há, no entanto, quem decida por um caminho mais "felpudo" e adote um coelho como pet.
Para entender os cuidados com esses bichinhos, o g1 conversou com tutores da Baixada Santista e um veterinário especialista em animais domésticos não convencionais.
Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Jorge Terra, de 50 anos, contou ao g1 que queria adotar um gato, mas tem alergia.
Foi uma amiga quem sugeriu um mini-coelho como pet.
Interessado, morador de Praia Grande (SP) encontrou na web uma criadora de coelhos em Guarulhos (SP) e adotou Miúdo, que tinha só 45 dias. "Cabia na palma da minha mão.
Eu tenho uma amiga, portuguesa mesmo, e lá eles falam muito que criança é miudinha, miúda”, explicou a origem do nome do animal, que foi adotado em 2015.
O companheiro de Jorge, Fernando Rondelis, de 58 anos, contou que Miúdo gosta muito de cafuné na cabeça, mas não é fã de colo.
"Ama um sofá.
É onde ele dorme e fica boa parte do tempo, ele ama sofá.
As necessidades, ele faz como gato [na caixinha com granulado de madeira]", disse.
O casal diz que Miúdo é tranquilo e resolveu fazer passeios com o animal na rua para o estimular.
"Gosto de levar ele para o jardim para ele andar um pouco na grama, para ele espairecer, fazer um pouco de exercício", contou Fernando, que geralmente o leva ao Canto do Forte ou na Vila Mirim.
Coelho Dudu Coelho Dudu vive com família em Santos (SP) Felipe Fernandes O motorista de aplicativo Felipe Fernandes, de 39 anos, decidiu adotar um coelho como pet há um ano e meio.
O morador de Santos (SP) contou que foi a filha, de dois anos, quem escolheu o nome Dudu.
"Ele gosta de brincar, pular, tomar sol! Come ração, feno, legumes e frutas”.
Felipe disse que a escolha por um coelho foi motivada por uma paixão da esposa, que sempre gostou do animal.
A família tem também um cachorro em casa.
Requer cuidados específicos De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o coelho é um dos animais que podem ser domesticados sem autorização do órgão.
O veterinário Lucas Porto, especializado no atendimento de animais silvestres e exóticos, destacou que os coelhos possuem características e necessidades únicas. “Quando a gente fala dos coelhos, é cada vez maior o número de pessoas que cria esses animais como pet e os comercializa.
Então, são animais que também já estão nascendo em contato direto com o homem”, afirmou ao g1.
Devido ao cuidado e contato desde cedo, o coelho costuma ser manso.
É importante que os tutores não os deixem dentro de gaiolas, pois eles gostam de correr, pular, cavar e roer.
Além disso, demandam uma alimentação diversificada com ração específica de qualidade e uma variedade de vegetais.
Veja os principais cuidados: Porte e temperamento fazem do coelho uma ótima opção de pet Divulgação Alimentação: O coelho é um herbívoro fermentador, com uma dieta composta principalmente por fibras (cerca de 80%).
Deve receber feno como parte principal da dieta, além de ração e vegetais frescos.
Frutas e legumes podem ser oferecidos ocasionalmente, mas devem ser dados com moderação.
Ele precisa ter acesso constante a água fresca. Acompanhamento veterinário: Têm uma propensão a problemas reprodutivos e câncer de mama.
A castração é recomendada e é importante levar o coelho ao veterinário regularmente para monitorar sua saúde. Temperatura: Os animais preferem ambientes mais frescos.
Evite expô-los a temperaturas muito altas e a passeios em locais quentes. Escovação: A escovação regular é importante para remover pelos mortos.
Em caso de necessidade, pode-se usar lenços umedecidos para uma limpeza a seco. Ambiente: Pisos muito lisos podem causar problemas articulares devido ao escorregamento.
Ofereça superfícies mais aderentes para evitar lesões. Lazer: Fornecer brinquedos apropriados é essencial, pois os coelhos têm um instinto natural de roer. O veterinário não recomenda passeios na praia porque, no Brasil, os coelhos não são vacinados.
Como gostam de roer, além da areia, podem se deparar com produtos que fazem mal.
“De maneira geral, é [necessário] entender que o coelhinho não é um presente de Páscoa.
É um animal que vive por pelo menos 10, 12 anos.
São animais que precisam de uma atenção e cuidados veterinários”, orientou.
O que é permitido? O Código de Condutas de Praia Grande diz que é proibida a permanência de animais na orla da praia e nos logradouros públicos – de uso comum da população.
"A Guarda Civil Municipal (GCM) e fiscais da Secretaria de Urbanismo (Seurb) atuam orientando os tutores de animais a respeito do que determina a legislação". Com base no Código de Posturas de Santos a entrada e a permanência de animais domésticos em locais ou estabelecimentos comerciais fica a critério do responsável legal, respeitadas as regras de saúde, higiene e convivência social. Nesses casos, compete aos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços editar normas próprias e orientar sobre as normas de saúde e higiene.
Aos tutores, cabe a responsabilidade sobre os animais domésticos, que: Devem usar coleira; Serem conduzidos com guia, no colo ou em recipiente adequado para transporte. A Prefeitura de Santos informou que não há nenhuma legislação específica sobre coelhos.
Assim, as restrições e permissões seriam exatamente as mesmas de outros pets, como cachorros e gatos.
Na cidade, por exemplo, é permitido aos cães passear em um trecho específico da Praia José Menino.
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