Gabriella Labella, de 28 anos, ultrapassou os 150 mil seguidores e oito milhões de curtidas em meses.
Família mora em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Redatora questionou a esposa se deixaria o filho achar que foi traída por R$ 30 milhões Família de duas mães de um adolescente.
É assim que Gabriella Labella, de 28 anos, se apresenta nas redes sociais, onde ultrapassou os 150 mil seguidores e oito milhões de curtidas em meses.
Ela viralizou na internet ao mostrar a rotina e desafios vividos com o filho de 13 anos, que adotou com a esposa.
Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Gabriella trabalha como redatora publicitária e explicou ao g1 que conheceu a educadora física Bruna Labella, de 34, ainda na faculdade, em 2014.
Três anos depois, elas se reencontraram, começaram a namorar.
O casamento foi celebrado em 2018.
Em 2021, o casal de São Vicente decidiu que era momento de ter um filho.
Um ano depois, o sonho realizado.
Elas conseguiram adotar José Marcelo, na época aos 11 anos.
Oficialmente mães, com os sobrenomes colocados na certidão de nascimento de José e vivendo a experiência de ter um filho, Gabriella começou a compartilhar a rotina, os desafios e algumas brincadeiras sobre maternidade, adoção e o próprio relacionamento nas redes sociais.
Casal de São Vicente (SP) adotou filho adolescente Arquivo pessoal A conta de Gabriella foi criada em março deste ano e, em cinco meses, a redatora conquistou milhões de corações.
"Foi de uma forma bem despretensiosa e eram coisas do dia a dia.
[...] até que começou a ter uma repercussão maior do que eu imaginava", afirmou ela.
Um dos conteúdos que mais viralizou foi quando Gabriella questionou Bruna se ela deixaria o filho achar que a mãe foi traída por R$ 30 milhões (assista acima).
Em outro vídeo, a redatora contou como foi adotar José e ser chamada de mãe pela primeira vez.
Juntos, têm milhões de visualizações. Família Gabriella e Bruna pensaram em todas possibilidades e optaram pela adoção, principalmente porque a redatora já tinha casos de pessoas adotadas na família. Durante as conversas, elas entenderam também que não precisaria ser um bebê e iniciaram o processo para adotar um filho na Vara de Infância de São Paulo.
"Como somos um casal de duas mulheres pela via tradicional já não seria uma opção [...].
Para mim, a adoção já era uma forma natural de construir uma família", explicou a redatora.
As duas eram donas de uma confeitaria e, enquanto amadureciam a ideia, o estabelecimento pegou fogo.
Elas decidiram suspender o processo, mas continuaram em grupos de 'busca ativa'.
Essas comunidades, segundo ela, divulgam perfis de crianças que estão no sistema de adoção e ainda não foram aceitas -- geralmente são mais velhas, com muitos irmãos ou alguma limitação.
Mulher viralizou ao compartilhar a rotina e os desafios de adotar um filho com a esposa Arquivo pessoal "Assim que vimos a foto dele [José], nos apaixonamos e sabíamos que era nosso filho", lembrou Gabriella.
Ele era de Recife (PE) e estava desde os oito anos em um Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica).
Como tinham suspendido o processo na Vara de Infância de São Paulo, elas não estavam habilitadas para adoção.
No entanto, como não tinha nenhum casal interessado em José, Gabriella explicou que conseguiram uma exceção e adotaram o filho pela Vara de Infância de Recife.
"Não me imagino tendo outro filho que não seja ele.
Eu sinto que tinha que ser ele, que já era para acontecer.
A conexão que a gente tem é muito bonita.
Todo mundo que conhece [a família] tem essa sensação de que não parece que ele só está com a gente há dois anos", afirmou ela.
Apesar de amar ser mãe, a redatora destacou que educar uma criança não é fácil.
José não era alfabetizado e precisou se adaptar a uma nova família, cultura, condição social e financeira, além de aprender a amar e ser amado.
"A internet é só um recorte das nossas vidas", finalizou.
Processo de adoção A advogada Natália Bezan explicou ao g1 como é feito o processo de adoção, que é gratuito.
Veja abaixo: O interessado deve ter mais de 18 anos e dar entrada no processo judicial na Vara da Infância e Juventude.
É necessário também realizar um pré-cadastro com os dados e perfil da criança desejada no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, caso este tenha sido implantado na cidade onde vai ocorrer o processo.
O casal ou pessoa deve apresentar uma série de documentos previstos em lei no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que serão analisados e encaminhados ao Ministério Público.
Entre eles, estão comprovante de renda e atestado de sanidade mental.
Há ainda a obrigação de passar por um programa de preparação para adoção, com cursos e palestras. Caso todos os requisitos acima sejam aprovados, Natália explicou que os interessados são oficialmente colocados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.
Há ainda um processo de convívio para ver se a criança se adapta a nova família, antes do juiz aprovar a adoção. A advogada destacou que este é o processo comum.
No entanto, existem ainda aqueles casos em que a pessoa adota uma criança que já conhece.
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