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Seca intensifica isolamento e cidade no interior do AC decreta situação de calamidade pública: ‘população sofre’, diz Defesa Civil

Postado em 22 de Agosto de 2024


Jordão não possui ligação terrestre com outros municípios e redução do nível de rios prejudica transporte de mercadorias, que podem levar até 40 dias para chegar, e encarece a cesta básica.

Município ainda sofre com efeitos de enchentes que ocorreram no início do ano.

Rios Tarauacá e Jordão seguem com níveis baixos no município e prefeitura decreta situação de calamidade pública Arquivo/Defesa Civil do Jordão A crise hídrica que atinge o estado do Acre este ano durante o forte verão segue causando prejuízos e afetando a população dos municípios.

Jordão, cidade com pouco mais de 9 mil habitantes, distante cerca de 460 km da capital Rio Branco, viu o isolamento se intensificar por conta do nível baixo dos rios e igarapés que cortam a cidade. Participe do canal do g1 AC no WhatsApp Nessa terça-feira (20), o prefeito Naudo Ribeiro publicou um decreto de calamidade pública no Diário Oficial do Estado (DOE) por conta do grave cenário.

Jordão não possui ligação terrestre com outros municípios e a redução do nível de rios prejudica o transporte de mercadorias, que podem levar até 40 dias para chegar, e encarece a cesta básica. A coordenadora da Defesa Civil do município, Maria José Feitoza, destaca ainda que, com a piora da seca, o fornecimento de merenda escolar e também a saúde indígena sofre com os efeitos. “Hoje, a população de Jordão sofre com a crise hídrica no município.

Jordão decretou a situação de emergência devido à crise hídrica e hoje [terça, 20] foi publicado o decreto de calamidade pública.

Isso porque o município não tem estradas que liguem a outra cidade.

As coisas ou chegam de barco ou chegam de avião.

Nesse período, os barcos que chegavam com 10 toneladas, estão chegando a 400 quilos no máximo, e demorando de 20 a quase 40 dias de Tarauacá para Jordão, que é de onde vêm as coisas.

De avião, o quilo está custando R$ 8”, explicou. Rios que cortam o município de Jordão estão com péssimas condições de navegabilidade, o que afeta o transporte de mercadorias e passageiros Defesa Civil de Jordão LEIA MAIS: VÍDEO: Na fronteira do Acre com o Peru, seca extrema possibilita atravessar rio a pé Seca severa: governo federal reconhece emergência em todos os 22 municípios do Acre Entenda como o Acre foi de cheia história a seca intensa Rio Acre está a 12 centímetros da menor marca histórica em Rio Branco Além do isolamento geográfico, o decreto, que deverá permanecer em vigor por 180 dias, leva em conta “norma técnica da SEMA que afirma que o efeito do EL NIÑO e do aquecimento dos oceanos é o que tem causado a pior estiagem dos últimos 40 anos na Amazônia”, possíveis perdas de produtores rurais e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Jordão, que é um dos piores do país, com 0,469. “(…) a situação é um evento natural, de evolução gradual e que as medidas emergenciais de amparo à população atingida são urgentes e necessárias” Rio Muru, na comunidade Novo Porto, também está com nível baixo em Jordão, no interior do Acre Defesa Civil de Jordão Calamidade pós-cheia Pelo menos três rios cortam o município: Rio Jordão e Rio Tarauacá, os principais, além do Rio Muru.

Atualmente, o município está sem régua de medição para o nível dos rios, e aguarda a chegada de uma equipe da Defesa Civil Estadual para fazer os reparos no equipamento.

Porém, é visível a falta de condições de navegabilidade, como mostram fotos repassadas pelo órgão municipal. Preenchimento de reservatórios levava cerca de 1h20, agora chega a 4h30 por conta da redução do Igarapé São João Defesa Civil de Jordão Outro reflexo tem sido no abastecimento de água da cidade, que apesar de não ter sofrido interrupções até o momento, está levando tempo maior para preenchimento dos reservatórios.

O Igarapé São João, de onde o Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre) retira a água para distribuição também está com nível preocupante. Segundo a coordenadora da Defesa Civil, o abastecimento dos reservatórios dos municípios durava cerca de 1h20, e agora chega a 4 horas e 30 minutos. Todos esses fatores se intensificam no segundo semestre deste ano, quando o município ainda se recuperava de enchentes que ocorreram no início de 2024.

O município foi um dos que decretou situação de emergência por conta de enchentes. Contrastando com esse problema, Jordão também integra a lista de municípios acreanos que tiveram a situação de emergência reconhecida pelo governo federal por conta da estiagem. “O município ainda está sofrendo muito com a inundação que acarretou a população em fevereiro e março.

Depois, veio a crise hídrica, que se instalou desde maio, que faz bastante verão na nossa cidade, então a tendência do rio é secar.

A população indígena está sofrendo muito também, porque o rio para lá já não dá mais de passar com três, quatro pessoas.

Só vai de barco pequeno, um motorista e uma pessoa.

Então, fica difícil levar a merenda escolar para as escolas, e a população indígena está sofrendo também com o aumento da cesta básica e com a falta dos alimentos”, acrescentou Maria José. Jordão decreta calamidade por causa da seca que afeta acesso para as comunidades VÍDEOS: g1

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