Apuí, na Região Sul do Amazonas, é o município com o maior número de queimadas na Amazônia em agosto, com 1.525 registros, segundo dados do Inpe.
Em 20 dias, Amazonas bate número de queimadas registradas em todo agosto do ano passado, aponta Inpe. Divulgação/Ibama-AM Em apenas 20 dias, o Amazonas ultrapassou o número de queimadas registradas em todo o mês de agosto do ano passado, de acordo com o Programa de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em agosto de 2023, foram registrados 5.474 focos de calor, enquanto de 1º a 20 de agosto de 2024, foram contabilizados 5.489. O estado está em emergência ambiental devido às queimadas, com 22 dos 62 municípios afetados.
O governo decretou uma proibição de 180 dias para a prática de fogo e o uso de técnicas de queima controlada. LEIA TAMBÉM: Amazônia tem pior temporada de queimadas em 17 anos, corredor de fumaça se espalha e afeta 10 estados Apesar das restrições, os focos de calor continuam a bater recordes.
Em julho, foram 4.241 queimadas, o maior número em 26 anos, e nos primeiros dez dias de agosto, quase 3 mil.
A situação resultou em ondas de fumaça que pioraram a qualidade do ar. Além disso, o Amazonas enfrenta uma seca que pode ser tão severa quanto a do ano passado, afetando quase 255 mil pessoas.
Os dados do Inpe mostram que, em 20 dias, o estado registrou 5.489 focos de calor, um aumento de 135% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 2.332 focos. Número de queimadas registradas no AM de 1º a 20 de junho de 2024: 5.489 focos. Número de queimadas registradas no AM de 1º a 20 de junho de 2023: 2.332 focos.
Apuí, localizado na Região Sul do Amazonas, é o município que mais queima a Amazônia em agosto.
Dados do Inpe apontam que a cidade tem 1.525 queimadas.
Lábrea, também localizada na região, está na 7ª colocação, com 831 focos de calor. A lista, contempla, ainda, municípios do Pará, Mato Grosso do Sul e a capital de Rondônia, Porto Velho.
As cidades amazonas, inclusive, ficam no chamado arco do fogo, região do estado que registra uma forte presença da pecuária.
Veja o ranking das cidades que mais queimam a Amazônia: Apuí (AM): 1.525 Novo Progresso (PA): 1.358 São Félix do Xingu (PA): 1.173 Itaituba (PA): 1.015 Corumbá (MS): 996 Altamira (PA): 950 Lábrea (AM): 831 Aquidauana (MS): 693 Porto Murtinho (MS): 691 Porto Velho (RO): 682 Onda de fumaça Fumaça de queimadas encobriu Manaus Divulgação/Fiocruz Os efeitos dos incêndios florestais já são sentidos pela população do Amazonas.
No Sul do estado, a fumaça incomoda os moradores da região. Na capital amazonense, a "neblina" começou a ser registrada no sábado (10), e encobriu a cidade até a tarde de quarta-feira (14).
Durante o período, a qualidade do ar chegou a ser considerada “péssima” de acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva).
O índice é o mais severo na escala de medição. Para ser considerado de boa qualidade, o ar precisa medir entre 0 e 25 ?m/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR), Durante o período das intensas fumaças em Manaus, bairros das Zonas Sul, Centro Sul e Oeste foram os principais pontos afetados.
No domingo (11), o bairro Vila Buriti chegou a registrar índices superiores a 125 ?m/m³. Na quinta-feira (15), uma mudança na direção dos ventos ajudou a dissipar a fumaça que encobriu a cidade.
O problema, no entanto, deve voltar a incomodar os amazonenses com o avanço do fogo no estado.
Monitoramento intensificado O Governo do Amazonas informou que está constantemente monitorando e combatendo os incêndios.
Uma das frentes de fiscalização e combate aos crimes ambientais é o Batalhão de Policiamento Ambiental, que atua em áreas urbanas, rurais e fluviais em todo o estado.
A unidade especializada faz parte não apenas da Polícia Militar, mas de todo o Sistema de Segurança Pública. Para o tenente-coronel Victor Melo, comandante do Batalhão Ambiental, o trabalho da corporação reforça os investimentos do Estado no combate às queimadas.
"O Batalhão Ambiental atua em diversos municípios do Amazonas, com foco especial na região metropolitana.
Utilizamos a Sala de Comando e Controle para monitorar os focos de queimadas através do Programa Brasil Mais, que é o mesmo sistema utilizado pelo Ibama e pela Polícia Federal.
Identificamos o foco, fornecemos o link para a viatura e a equipe é enviada para a área", explicou o tenente-coronel Melo. Durante a seca, o risco de incêndios florestais aumenta, segundo o Batalhão.
Na segunda-feira (19), o órgão recebeu um alerta sobre um incêndio em uma área de mata no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte de Manaus. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas, mas o capitão da corporação destacou a importância de cuidados ao transitar por áreas de vegetação seca.
"Incêndios são comuns nesta época do ano.
Embora não possamos confirmar se o incêndio foi criminoso, orientamos a população a ter cuidado com o que descarta, como bitucas de cigarro.
A área verde próxima a fiações elétricas poderia ter causado um incêndio de maior proporção", alertou o capitão Luan Sato.