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Quais são as diferenças entre as escolas de Sorocaba com a maior e menor nota no Ideb? Especialista alerta que classificar pontuação pode ser injusto

Postado em 22 de Agosto de 2024


A nota de Sorocaba (SP) no Ideb se manteve em 4,6, mesma nota registrada em 2021 e 2019.

Esse resultado, no entanto, "esconde" notas que estão "fora da curva"; para especialista, índice é eficiente para direcionar políticas públicas, mas não para ranquear as escolas.

Nota do Ideb em Sorocaba atingiu meta definida em 2021 Seduc-SP O governo federal recentemente publicou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023.

O Ideb avalia a qualidade da educação para direcionar políticas públicas de ensino.

Contudo, o índice quando utilizado para ranquear as escolas pode ser injusto, alerta uma especialista. Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp No ensino médio de Sorocaba (SP), o Ideb se manteve em 4,6, mesma nota registrada em 2021 e 2019.

Esse resultado, no entanto, "esconde" notas que estão "fora da curva": Abaixo da média, a escola estadual Professor Wilson Ramos Brandão, localizada na zona oeste registrou 3,4 pontos, a nota mais baixa do Ideb na cidade.

Na contramão, a escola estadual Dr.

Júlio Prestes de Albuquerque, que fica no Centro, teve a maior nota do município: 5,5, ultrapassando a meta definida em 2021.

O objetivo do Ideb, destaca a professora de economia Andrea Ferro, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), do campus de Sorocaba, é avaliar o ensino e identificar quais ações públicas devem ser tomadas e quais escolas precisam de mais atenção.

Com o Ideb, o poder público vai destinar recursos e analisar outros fatores correspondentes àquela escola, como região, condição econômica dos moradores e avaliação econômica dos estudantes "e [com isso] vou tentar identificar quais as características que fazem com que umas escolas sejam melhores do que as outras", explica a professora.

"E aí é importante comparar Institutos Federais, Etec's, escolas estaduais e municipais porque eu quero identificar o que torna essas escolas iguais e o que torna essas escolas diferentes nas suas práticas." Mas o que aproxima (ou distancia) uma escola de atingir a meta definida pelo MEC? Para a professora Andrea Ferro, o investimento é o fator mais importante para a qualidade do ensino e, consequentemente, melhorar os indíces educacionais.

"Estudos apontam para investimentos em infraestrutura, como equipamentos de sala de aula, saneamento, tecnologia de informação são importantes para a qualidade do aprendizado.

Mas também as condições de trabalho e a formação docente tem um grande impacto na formação", pontua. O g1 analisou dados das escolas com melhores e piores notas do municípios, que incluem o Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) e informações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). Prédio da Seduc-SP, na capital paulista Seduc-SP Investimento Nos últimos cinco anos, o total investido na escola Júlio Prestes, que tem a maior nota do Ideb, é quase 54% maior em relação aos investimentos na escola Wilson Ramos Brando, que tem a pior nota de Sorocaba.

Investimento Para especialista, investir em infraestrutura, professores e tecnologia pode ajudar a melhorar índices educacionais Divulgação/Seduc-SP Infraestrutura Segundo dados da Seduc-SP, a escola que obteve a maior nota no Ideb 2023 possui 21 salas de aula, três salas de leitura e um laboratório de ciências.

Confira detalhes sobre a infraestrutura: Docentes: Professores do ensino médio: 19 Turmas do ensino médio: 8 Número de turmas do ensino médio - tempo integral: 4 Atividades extracurriculares: Esporte: 59 alunos Música: 17 alunos Tecnologia: Quantidade de computadores (incluindo notebook): 18 Quantidade de tablets: 0 Já os alunos da outra unidade de ensino, onde existem 13 salas de aula, não contam com um laboratório de ciências.

Nessa escola, há apenas uma sala de leitura.

Confira detalhes sobre a infraestrutura: Docentes: Professores do ensino médio: 13 Turmas do ensino médio: 6 Número de turmas do ensino médio - tempo integral: 3 Atividades extracurriculares: Não consta Tecnologia: Quantidade de computadores (incluindo notebook): 34 Quantidade de tablets: 34 Entre a melhor e pior escola, a injustiça O uso do Ideb requer atenção, alerta a professora.

Isto, por que quando utilizado para comparar e ranquear escolas entre melhores e piores, o índice pode ser injusto e se distanciar do seu real propósito.

"O uso subjetivo ou menos objetivo para a política é comparar essa nota, mas controlar esses efeitos ou controlar essas características que são distintas entre as instituições.

(...) Então, se eu tenho, por exemplo, uma escola que quer atrair mais estudantes, isso pode ser o caso das escolas privadas - e isso falando do geral, sem uma crítica ao tipo de escola -, eu vou falar 'olha, ele temos um Ideb muito alto, eu sou o melhor Ideb da cidade', o que é diferente do propósito, que é identificar lacunas que precisam ter ações do poder público." "Eu acho que injusto é o uso e não o propósito", conclui. O que diz o governo de SP A Secretaria de Estado da Educação afirmou que os resultados do Ideb reforçam o diagnóstico feito pelo governo sobre a defasagem no aprendizado e a necessidade de medidas para recuperar o déficit acumulado. A pasta disse, ainda, que promove iniciativas para fortalecer a aprendizagem, como a recuperação semestral dos alunos. Como o Ideb é calculado A cada dois anos, alunos da rede pública de ensino de todo o país participam do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Colégios particulares podem optar por participar ou não da avaliação.

O resultado desta avaliação, composta por provas de língua portuguesa e matemática, é multiplicado pela taxa de aprovação dos alunos e o que resulta dessa conta é a nota do Ideb. Estudante da rede pública estadual de São Paulo faz a prova do Saresp Divulgação/Governo do Estado de São Paulo Por que devemos tomar cuidado ao interpretar os dados do Ideb? A última edição do Ideb, de 2021, trouxe dados enganosos: foram colhidos em condições que acabaram “mascarando”, de forma não intencional, o verdadeiro retrato da educação brasileira na pandemia. Os dois “ingredientes” do Ideb foram comprometidos, porque: Parte das redes de ensino adotou a aprovação automática na pandemia (e teve, portanto, um Ideb artificialmente mais alto); Pela primeira vez, também por causa da Covid-19, a porcentagem de alunos que fizeram o Saeb foi muito mais baixa em alguns estados, fornecendo dados estatisticamente pouco confiáveis. Nos anos iniciais do ensino fundamental, por exemplo, justamente na etapa em que as crianças enfrentaram dificuldades nos processos de alfabetização à distância, o Ideb nacional foi de 5,8 (uma flutuação muito discreta em relação aos 5,9 de antes da pandemia). Conheça os problemas que afetaram os dados do Ideb 2021 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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