Condenação envolve crime cometido contra 13 mulheres.
Justiça condenou Felipe Sá a mais de 35 anos de prisão em regime fechado, porém, ele poderá ficar em liberdade enquanto puder recorrer da decisão.
O médico Felipe Sá ao ser preso em Maringá, no norte do Paraná Reprodução/RPC O juiz Givanildo Nogueira Constantinov, da 4ª Vara Criminal de Maringá, no norte do Paraná, afirmou que o ginecologista Felipe Sá “fazia questão” de realizar consultas sem auxiliares para “permitir a realização de toques indevidos” em pacientes.
O médico foi condenado na última sexta-feira (30) a mais de 35 anos de prisão por violação sexual mediante fraude contra 13 mulheres.
Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Siga o canal do g1 PR no Telegram A sentença foi proferida pelo juiz após análise dos depoimentos das vítimas, da denúncia do Ministério Público e das alegações da defesa do réu, que adiantou que vai recorrer da decisão.
A sentença tem 349 páginas.
Em um dos trechos o magistrado diz: “Dentro do contexto de como eram realizadas as consultas, é possível concluir que o denunciado fazia questão de realizar o atendimento desacompanhado de qualquer auxiliar para facilitar a propagação de seu discurso enganador e permitir a realização de toques indevidos, sem ligação com as queixas que motivaram a consulta, tudo isso a viabilizar a satisfação de sua própria lascívia.” O ginecologista chegou a ser preso em junho do ano passado e foi solto em dezembro com a condição de usar tornozeleira eletrônica.
Como ainda há possibilidade de recursos dentro do processo, o ginecologista vai continuar respondendo em liberdade.
LEIA TAMBÉM: Tragédia: Casal morto com família em engavetamento planejava casamento Família morta em engavetamento no PR: Uma das vítimas trabalhava em CMEI com nome de professora que também morreu ao ter carro prensado Proibido de atuar como médico Médico Felipe Sá é condenado a 35 anos de prisão Na mesma decisão, o juiz proibiu Felipe Sá de atuar como médico e cassou o título dele em ginecologia.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que o registro profissional de Sá está suspenso por ordem judicial e que um processo ético-profissional está em andamento para apurar as denúncias.
As punições variam de uma advertência até a cassação do exercício profissional.
Ainda conforme a decisão, Felipe Sá deverá pagar uma indenização de danos morais no valor de R$ 15 mil a cada uma das 13 vítimas dos casos pelos quais foi condenado.
Somadas, as multas chegam a R$ 195 mil. Relembre o caso Felipe Sá, médico ginecologista e obstetra preso esta semana, no Paraná, suspeito de abusar sexualmente de pacientes Reprodução/ TV Globo O médico ginecologista e obstetra Felipe Sá foi preso no dia 15 de junho do ano passado no consultório onde atendia em Maringá, no norte do Paraná.
Desde janeiro de 2023 ele era investigado por violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. Entre as vítimas estão pacientes que ele atendia no consultório particular que tinha em Maringá e ex-alunas dele no curso de Medicina de uma universidade particular. Para efetuar a prisão, uma policial que estava grávida se passou por paciente e marcou uma consulta com o suspeito.
A estratégia foi usada para ter a certeza de que o médico estava no consultório. Na época da prisão, o delegado do caso, Dimitri Tostes Monteiro, explicou que o médico criava um "ambiente de segurança" para as pacientes na tentativa de ganhar a confiança das vítimas. A Polícia Civil de Maringá identificou 41 mulheres suspeitas de terem sido abusadas pelo médico.
Entretanto, no inquérito policial foram ouvidas 38 delas. Em julho de 2023, Felipe Sá teve o pedido liminar de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
Dois meses depois, ele foi transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Após seis meses preso, Felipe Sá foi solto em 19 de dezembro de 2023 com o uso de tornozeleira eletrônica. Médico ginecologista e obstetra é preso em Maringá Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.