A vítima era um advogado e jornalista gaúcho.
O corpo foi descoberto durante uma ordem de despejo de um apartamento na Zona Sul da capital.
Geladeira onde corpo foi encontrado em Aracaj Reprodução/Jairo Júnior/arquivo Acontece na manhã desta quarta-feira (4), na 6ª Vara Criminal de Aracaju, a primeira audiência de instrução sobre o caso de Celso Adão Portella, um idoso que teve o corpo colocado em uma geladeira pela companheira Lídia Fontes.
O crime foi descoberto há quase um ano, no dia 20 de setembro do ano passado, durante uma ordem de despejo no apartamento do Bairro Suíssa, em Aracaju. Clique aqui para seguir o novo canal do g1 SE no WhatsApp A mulher, que é técnica de enfermagem, morava no local com a filha de quatro anos, e confessou a ocultação de cadáver, mas negou ter matado o homem.
O apartamento estava sujo e bagunçado no momento em que policiais chegaram.
Ela foi detida, ficou internada em um hospital de custódia, depois chegou a ir para um presídio, de onde foi liberada em fevereiro.
A defesa tenta comprovar a insanidade mental da acusada. Além da suspeita, que responde por ocultação de cadáver e maus tratos à filha por causa do ambiente insalubre, serão ouvidas testemunhas do caso.
"Ela melhor do que ninguém para fazer a própria defesa, pra falar que não houve maus tratos à filha dela, pra falar o que aconteceu e porquê aconteceu", disse a advogada de defesa, Katiúscia Barbosa. Situação do imóvel onde mãe estava com filha de quatro anos e corpo Reprodução/Jairo Júnior/arquivo O que a acusada disse até agora? Em depoimento à Polícia Civil, a técnica de enfermagem informou que a vítima teria morrido em 2016, mas negou ter cometido o homicídio.
A mulher disse que saiu para trabalhar e, quando voltou para casa, encontrou o homem, com quem tinha um relacionamento amoroso desde 2008, morto.
Por medo do que iriam pensar dela, escondeu o corpo na mala e colocou na geladeira. Técnica de enfermagem durante prisão em delegacia Reprodução/TV Sergipe/arquivo Quem era a vítima Celso Adão Portela, que teria 80 anos em 2023 Arquivo pessoal De acordo com a família, Celso Adão Portella era natural de Ijuí, no Norte do Rio Grande do Sul, mas construiu a vida em Porto Alegre (RS).
Radialista e advogado, ele deixou o estado em 2001, quando a mãe morreu, foi para o Espírito Santo e familiares perderam contato.
Celso é um de 12 irmãos e deixou quatro filhos no estado. Ele veio para Sergipe a convite da Universidade Tiradentes, onde trabalhou de 2005 a 2008 como professor e coordenador do curso de direito do campus de Propriá (SE).
No dia 23 de outubro, o corpo foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe e levado para o Rio Grande do Sul, onde foi sepultado.
Em dezembro, a polícia concluiu que ele foi vítima de traumatismo craniano causado por queda da própria altura, mas a perícia não determinou se houve ou não homicídio, já que não foi capaz de informar se a queda foi espontânea ou provocada.
O homem tinha mobilidade reduzida e diagnóstico de doença de Parkinson. Como o corpo foi encontrado? Corpo é encontrado dentro de geladeira em apartamento com acumulo de objetos e sujeira Na manhã do dia 20 de setembro, a Polícia Militar foi até o apartamento, no Bairro Suíssa, na Zona Sul de Aracaju, para dar suporte ao cumprimento da ordem de despejo por falta de pagamento do aluguel. Em um quarto do imóvel encontrou a mulher ferida, e, na sala, a filha dela.
Ambas foram atendidas por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu), que constatou que a mulher teria tentado tirar a própria vida.
A criança não estava ferida. À tarde, um oficial de Justiça que estava atuando na ação, e um homem contratado para fazer a retirada dos móveis do local, encontraram o corpo dentro da geladeira, que estava amarrada por cordas.
O corpo estava em avançado estágio de decomposição, em posição fetal. Por causa dessa constatação, a mulher foi presa e levada a prestar depoimento na delegacia.
Após avaliação psiquiátrica, foi internada. No dia 28 de setembro, a polícia confirmou que o corpo era de Celso Adão Portella.
A identificação foi possível através de informações de prontuários clínicos e hospitalares de Celso, de uma prótese que a vítima possuía e documentos encontrados no apartamento, além de depoimentos prestados por três filhos dele.