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Nova espécie de dinossauro que viveu na Caatinga é descoberta por pesquisadores

Postado em 22 de Agosto de 2024


Espécie de titanossauro, batizada de Tiamat valdecii, foi descoberta por pesquisadores da UFG, UFRJ e UERJ.

Achado histórico aconteceu em região inóspita no Ceará, na fronteira com o RN.

Paleoarte ilustra "Tiamat valdecii", espécie de dinossauro encontrada por pesquisadores no Ceará Reprodução/Luciano Vidal Uma nova espécie de titanossauro que viveu na Caatinga foi descoberta por pesquisadores e pesquisadoras da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

A espécie foi batizada de Tiamat valdecii, em homenagem a uma deusa das mitologias suméria e babilônica, descrita como um dragão. Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O achado histórico aconteceu em uma região inóspita, a 20 quilômetros da cidade de Quixeré (CE), na fronteira com o estado do Rio Grande do Norte (RN).

Segundo a UFG, é a primeira espécie de dinossauro encontrada na região da Bacia Potiguar.

O estudo foi publicado na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society. LEIA TAMBÉM: Milhares de artefatos são recolhidos em sítio arqueológico de mais de 3,5 mil anos em Goiás Galeria pluvial da década de 1930 é encontrada durante escavação para obra do BRT Artefatos arqueológicos de mais de 500 anos são levados ao Iphan após serem resgatados À imprensa, a UFG explicou que a nova espécie integra o grupo dos titanossauros, saurópodes conhecidos por seu corpo robusto, cabeça pequena e alongada, pescoço curto e cauda longa.

Carlos Roberto dos Anjos Candeiro, paleontólogo e um dos professores da UFG responsáveis pela descoberta, destacou que, antes da ciência, as pessoas acreditavam que os fósseis desses animais pertenciam a dragões. Como foi a descoberta e o que foi achado? Pesquisadores da UFG, UFRJ e UERJ durante expedição a 20 quilômetros de Quixeré (CE), fronteira com o RN Divulgação/UFG Carlos Roberto detalhou que a equipe passou 15 dias na Caatinga, a cerca de quatro horas de Fortaleza (CE), enfrentando chuva e calor durante a pesquisa.

O paleontólogo revelou que a escavação foi inundada durante um dia de forte chuva, exigindo um esforço físico “gigante” por parte dos pesquisadores. Os pesquisadores encontraram as vértebras caudais do titanossauro, completas e parcialmente preservadas, incluindo: Três vértebras caudais anteriores Quatro vértebras caudais médias Um arco neural parcial Vértebras da cauda atribuídas ao Tiamat valdecii Divulgação/UFG O estudo, publicado e disponível na plataforma Oxford Academic, é assinado por Paulo Pereira, Kamila Bandeira, Luciano Vidal, Theo Ribeiro, Carlos Candeiro e Lilian Bergqvist.

Os fósseis encontrados na Formação Açu, unidade geológica da Bacia Potiguar, no Ceará, foram enviados para a Coleção de Répteis Fósseis do Departamento de Geologia da UFRJ. Segundo a UFG, a Formação Açu é uma unidade geológica do início do Período Cretáceo.

De acordo com Carlos Candeiro, a área mantinha a continuidade territorial entre África e América do Sul.

"Os continentes eram unidos.

Era a mesma massa de terra.

Não havia oceano.

E o Tiamat tem uma afinidade muito grande com os dinossauros da África e da Argentina.

Então ele é um pivô de transição desse parentesco", explicou. Durante a expedição, a equipe também encontrou cinco vértebras incompletas dos dinossauros rebbachisaurídeos, saurópodes caracterizados por pescoços e caudas longas, e por serem herbívoros, também conhecidos como "lagartos cortadores de relva".

A descoberta sugere que pelo menos dois grupos diferentes de saurópodes, os titanossauros e os rebbachisaurídeos, viveram na região. Diferenciais da espécie A pesquisa mostrou que a nova espécie se diferencia de outros titanossauros por uma série de características.

De acordo com o estudo, as vértebras de Tiamat valdecii possuem uma forma côncava na frente, tornando-se o registro mais antigo desse tipo conhecido no Brasil.

Veja outras diferenças: Proeminência extra bem marcada em uma estrutura das vértebras (pré-zigapófises), profundamente cavada tanto na parte frontal quanto na posterior. Vértebra média curta, com uma área de articulação bem definida para a estrutura óssea chamada arco hemal. As estruturas da espécie ajudavam a conectar uma vértebra caudal média à outra, proporcionando maior estabilidade e permitindo que o animal movesse a cauda de um lado para o outro com maior liberdade, sem prejudicar as articulações.

Conforme analisado na pesquisa, "essas estruturas representam uma solução evolutiva para manter a estabilidade da coluna vertebral". O que a descoberta significa para a ciência? Pesquisador em trabalho de campo na Formação Açu Divulgação/UFG A pesquisa concluiu que a descoberta de Tiamat valdecii preenche "uma lacuna crucial sobre os estágios iniciais da radiação do titanossauro ao redor do mundo".

De acordo com o estudo, a nova espécie apoia a teoria de uma diversificação mais ampla de titanossauros durante o Cretáceo Inferior no Brasil. Segundo o professor Carlos Candeiro, a descoberta na região do Ceará "traz à tona o local para a paleontologia do mundo".

Candeiro acredita que esse achado pode transformar a região, movimentando o turismo e oferecendo recursos financeiros para a comunidade local. Ciência O estudo é resultado do projeto de pesquisa "Prospecção e estudo paleobiológico e sistemático da paleobiota das bacias de Itaboraí e Potiguar", coordenado por Lilian Paglarelli Bergqvist, professora da UFRJ.

O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

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