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Policial militar reformado agride adolescente em praça pública no RJ, ignora súplica e diz: 'aqui quem manda sou eu'; VÍDEO

Postado em 06 de Setembro de 2024


Imagens mostram jovem pedindo desculpas e implorando para que parasse: 'Por favor!'.

Em depoimento à Polícia Civil de Cabo Frio, vítima disse que levou chutes na perna, tapas e socos no rosto, e contou que amigos tentaram impedir, mas o homem sacou uma arma.

Imagens mostram série de agressões de PM reformado contra jovem em Cabo Frio Reprodução redes sociais Um policial militar reformado agrediu um adolescente, de 16 anos, que estava em uma praça pública do bairro Parque Burle, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram que a violência continuou, mesmo sem o jovem reagir, pedindo desculpas e suplicando para que o agressor parasse . Tudo aconteceu por volta das 15h40 desta quinta-feira (5), na frente dos colegas do rapaz e de outras pessoas, que, revoltadas, registraram a cena.

No vídeo, é possível ouvir o barulho dos tapas (vídeo abaixo). Policial Militar reformado agride adolescente na praça do Parque Burle em Cabo Frio "Tá me olhando com cara de babaca..", diz o homem, que logo partiu para a agressão.

Uma pessoa que assiste a cena, fala assustada: "Que isso!".

Enquanto o agressor, continua: "Não fica me olhando com cara de babaca não! Se quer me conhecer, você vai me conhecer!".

Em meio aos ataques, o jovem começa a pedir desculpas e a suplicar para que ele parasse. "Desculpa, desculpa!", diz o jovem.

E o homem segue dizendo: "Sai daqui, tu mora aonde, tu mora aonde, liga pro teu pai agora".

E o jovem continua pedindo desculpas enquanto apanha mais: "Desculpa, vou ligar...

por favor, para!".

Em determinado momento, o homem diz: "Aqui quem manda sou eu!...vai gritar, vai gritar? Seu babaca, seu babaca!". À Polícia Civil, a vítima, acompanhada da mãe, relatou que levou chutes na perna, tapas e socos no rosto, e explicou como tudo começou.

O jovem contou à polícia que jogava bola com os amigos na quadra da praça onde mora, quando foi abordado pelo homem, que o viu com um cigarro de maconha na orelha.

Ele disse ainda que foi repreendido acatando a ordem para jogar o cigarro fora.

Mas, ainda segundo a vítima, o homem continuou questionando o porquê do jovem estar o encarando, iniciando as agressões. A vítima explicou ainda que os amigos tentaram impedir a continuidade da violência, mas o homem sacou uma arma e apontou para um de seus colegas, que tentou o diálogo para contornar a situação. A mãe de um dos adolescentes que estavam no local afirmou que alunos de uma escola particular também estavam usando a praça para ensaiar para uma apresentação. Ao g1, mãe do jovem, Joyce Macedo da Silva, pediu Justiça às autoridades.

"Eu peço, por favor, aos órgãos públicos para poder ver esse caso, que não seja mais alguma coisa em vão.

O que meu filho passou eu não desejo para ninguém.

Eu, como mãe, sei que ter filho adolescente dá trabalho, mas ninguém tem direito de fazer isso com filho de ninguém.

As pessoas me falaram que ele é uma pessoa má, que o pessoal da rua tem medo dele.

Mas eu não tenho medo.

Pode até fazer alguma maldade depois, se fizer, tá na mão de Deus, porque eu não tenho medo dele.

Ele é um cara peitudo, é um cara abusado, e eu só quero Justiça.

'Tô' aqui no trabalho com a cabeça quente, vou sair daqui vou para o IML, e peço a Deus força contra o constrangimento a vergonha que eu estou passando, o meu filho...A minha cara sendo exposta, mais, infelizmente, se todo mundo ficar com medo, ninguém vai fazer nada!", disse a mãe. O adolescente agredido vai realizar exame de corpo de delito ainda nesta sexta-feira (6). O g1 perguntou à Polícia Civil se o suspeito já foi ouvido e aguarda retorno.

O que diz a Polícia Militar A Polícia Militar confirmou que o homem se trata de um policial militar reformado, por tempo de serviço.

Disse ainda que não foi acionada para o fato, mas após tomar conhecimento do caso, enviou uma viatura ao local e falou com o agressor, que disse aos agentes que os jovens estavam fazendo uma baderna na quadra. A PM afirmou que a Corregedoria-Geral da corporação instaurou um procedimento para investigar a conduta do homem. Nota de repúdio A Prefeitura de Cabo Frio, por meio das secretarias da Criança e do Adolescente, de Assistência Social e também da Coordenadoria-Geral de Direitos Humanos, divulgou nota de repúdio sobre o caso. A texto diz que o homem está "visivelmente agressivo" e que a cena "amplamente veiculada nas redes sociais" causou sentimento de revolta nos telespectadores e "revitimizou o adolescente agredido".

Em outro trecho da publicação, o município diz ser "inadmissível, em qualquer contexto, a ocorrência de um fato como este, principalmente em desfavor de um adolescente que detém proteção integral enquanto sujeito de direito que deve ser respeitado em sua cidadania".

"A nós, enquanto integrantes da rede de proteção à infância e juventude desta cidade, cumpre ressaltar que independente da motivação, a proporção da medida empregada é completamente absurda, pelo que pugnamos pela garantia dos direitos desse adolescente com a identificação do autor dos fatos e a apuração dos crimes por ele cometidos.

Acreditamos na Justiça e esperamos uma atuação eficiente dos órgãos responsáveis pela apuração dos fatos e, consequentemente, a responsabilização criminal por tamanha covardia e ilegalidade. Nenhum ato discriminatório, vexatório, humilhante e violento contra nossas crianças e adolescentes serão tolerados.

Sem mais, colocando-nos à disposição do adolescente e da família, na certeza de que acompanharemos todo deslinde do presente caso, subscrevemo-nos", finaliza a Prefeitura em nota.

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