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Eleições 2024: número de candidatos registrados cai 22% na região de Campinas

Postado em 22 de Agosto de 2024


Número compara total registrado neste ano com as últimas eleições.

Para especialista, mudanças no comportamento dos partidos e de potenciais candidatos podem explicar cenário.

Urna eletrônica eleitoral Divulgação/TSE A região de Campinas (SP) registrou queda no número de candidatos registrados para concorrer às Eleições Municipais em 2024.

Na comparação com 2020, são 22% a menos. A informação foi apurada pelo g1 por meio do portal de dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e inclui candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nas 31 cidades da área de cobertura. Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp No total, o eleitorado poderá escolher entre 5.583 candidatos.

Há quatro anos, eram 7.168.

Os dados foram levantados nesta semana e podem mudar, mas não o suficiente para alterar o cenário de queda. A votação para o primeiro turno está marcada para o dia 6 de outubro.

Confira os números por cidade no gráfico abaixo: O balanço mostra que 22 municípios registraram redução.

A maior delas foi em Lindóia, de 47,6%, seguida por Americana, Indaiatuba e Louveira – todas na casa dos 40%. Em Campinas, maior cidade da região, a diferença foi de 35,3% a menos.

Já entre os que registraram aumento, Espírito Santo do Pinhal saiu na frente com 34% a mais. Candidaturas de prefeito, vereador e vice tiveram queda Com relação aos cargos concorridos, os dados apontam redução nos três: Vereador: em 2020, foram 6,8 mil candidaturas; neste ano, o número passou para 5.338.

A diferença é de 21,6%; Prefeito: há quatro anos foram 175 candidaturas a chefe do executivo; agora são 1223.

A diferença é de 29,7%; Vice-prefeito: neste ano são 122 candidatos; em 2020 eram 180.

A diferença é de 32,2%. Vale destacar que o registro da candidatura é um dos passos para um candidato concorrer na eleição de 2024.

Agora, a Justiça Eleitoral deve analisá-las e definir quais estão aptas a constar da urna. O que pode explicar a queda? O cientista político Paulo de Tarso da Silva Santos, doutor pela Unicamp, diz que este é um movimento que vem ocorrendo em todo o Brasil e que ainda não foi estudado a fundo.

No entanto, algumas hipóteses podem ajudar a entender o cenário.

Para ele, a queda está ligada à mudança no comportamento de potenciais candidatos e na tentativa dos partidos de otimizar as candidaturas. "Esse fenômeno vem depois de um salto lá em 2014.

Todas as eleições seguintes passaram a ter um número reduzido de candidatos.

Aí você entende que existem ciclos que estão diretamente ligados com a dinâmica da macroeconomia, da macropolítica, principalmente do ponto de vista da estrutura político-partidária e dos blocos ideológicos", pontua o especialista.

Veja abaixo: Organização dos partidos: Santos explica que os partidos políticos têm mudado a organização das candidaturas que serão apoiadas.

Uma das razões para isso é que, em 2020, o fim das coligações provocou uma redução no número de partidos nas câmaras de 73% das cidades.

Para garantir a representatividade, esses grupos têm atuado de forma mais pragmática ao definir como prioridade os candidatos com maior potencial eleitoral. "Os partidos adquiriram maior capacidade econômica, fontes de financiamento mais robustas.

O processo se ampliou muito e esse é outro aspecto que tem a ver com essa possibilidade e capacidade dos partidos de construírem estratégias mais definidas na hora de lançar o grupo de candidatos". Questões ideológicas: Outro comportamento que tem mudado, segundo o especialista, é o dos potenciais candidatos e seus interesses – principalmente os ideológicos.

"Hoje a gente tem blocos ideológicos mais definidos [...] quando você pega o núcleo ideológico que está em disputa, você vê certas alianças". Entre outras coisas, isto quer dizer que, como há propósitos mais bem definidos entre os grupos, pessoas que poderiam ter interesse em se candidatar podem ter uma preferência maior em apoiar alguém que os represente do que se lançar como candidato para alcançar o mesmo feito. Isso é bom para o eleitor? Não necessariamente, mas pode ser.

De forma prática, o eleitor terá menos opções para investir seu voto, mas o cientista político reforça que ainda cabe a quem votar garantir a qualidade de sua escolha.

"Esses candidatos passam a atender nichos específicos no eleitorado.

Facilita para o eleitor, mas não quer dizer que seja melhor para o processo eleitoral", conclui. Confira o perfil do eleitorado da região de Campinas para as eleições 2024 VÍDEO: Tudo sobre Campinas e Região , Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

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