Comemoração de membros do Talibã pelos 3 anos de retomada do poder no Afeganistão
Mohsen KARIMI / AFP
O Talibã proibiu Richard Bennett, relator especial nomeado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de entrar no Afeganistão, informou nesta quarta-feira (21) o porta-voz da administração ao canal local Tolo, acusando o observador de direitos humanos de "espalhar propaganda".
A informação foi divulgada pela agência Reuters. Bennett foi nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2022 para monitorar a situação dos direitos humanos no Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs no ano anterior.
Embora esteja baseado fora do Afeganistão, ele já visitou o país várias vezes para pesquisar a situação.
Bennett havia afirmado anteriormente que o tratamento das mulheres e meninas pelos talibãs poderia constituir um crime contra a humanidade. O Conselho de Direitos Humanos da ONU não respondeu o contato da Reuters até a última atualização desta reportagem. O porta-voz da administração Talibã, Zabihullah Mujahid, afirmou anteriormente que os talibãs respeitam os direitos das mulheres de acordo com sua interpretação da lei islâmica e dos costumes locais.
Mujahid disse ao canal local que Bennett não seria autorizado a entrar no Afeganistão. "A viagem do Sr.
Bennett ao Afeganistão foi proibida porque ele foi designado para espalhar propaganda no Afeganistão.
Ele não é alguém em quem confiamos (...) ele costumava exagerar questões menores e propagá-las,” disse Mujahid, de acordo com o Tolo.
Leia mais: Talibã festeja 3 anos da retomada do poder no Afeganistão As alianças e rivalidades que unem e dividem o Oriente Médio ‘Aqui é vida’: o relato da afegã que vive com a família em abrigo na Grande SP Três anos após a retirada das forças estrangeiras, o regime Talibã ainda não foi formalmente reconhecidos por nenhum governo estrangeiro.
Funcionários estrangeiros, incluindo os dos EUA, afirmaram que o caminho para o reconhecimento está bloqueado até que os talibãs mudem de postura em relação aos direitos das mulheres. O regime proibiu a maioria das meninas acima de 12 anos de frequentar escolas e universidades, além de ter banido mulheres de parques e impedido a maioria das viagens longas sem um homem.
A ONU tem tentado encontrar uma abordagem internacional unificada para lidar com os talibãs.
Em junho, altos funcionários da ONU e enviados de até 25 países se encontraram com eles no Catar. A missão da ONU no Afeganistão também opera a partir de Cabul e monitora e relata questões de direitos humanos.