Além da capacitação profissional, o projeto desenvolvido na unidade prisional de Coari dá esperança para quem busca por liberdade e recomeços.
Projeto usa bordado como atividade de ressocialização de detentos no Amazonas Jean Beltrão/Rede Amazônica Com agulhas, tecidos e criatividade estão sendo costuradas novas histórias e perspectivas para detentos do sistema prisional do município de Nhamundá, no interior do Amazonas.
Um projeto de bordado desenvolvido na delegacia da cidade, que também funciona como unidade prisional, ensina a arte da tecedura para os custodiados do local. Além da capacitação profissional, o projeto ajuda no trabalho de ressocialização e é símbolo de esperança para quem busca por liberdade e recomeços. Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Intitulado como "Bordando Recomeços", a iniciativa começou a ser promovida no mês de julho e é apoiada pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
O projeto consiste em oficinas de bordado e rodas de conversa com os detentos da Unidade Prisional de Nhamundá.
Ao todo, 10 custodiados participam das oficinais semanais. "O trabalho é importante porque deu visibilidade e trouxe reflexão para quem acompanha o projeto.
Dar visibilidade para essas pessoas é importante porque elas ficam esquecidas, invisíveis e muitas vezes ninguém pensa neles.
E assim como vários outros segmentos sociais são importantes e merecem atenção, eu acredito que eles também têm direito a consumir cultura, consumir projetos culturais, consumir arte”, enfatizou a coordenadora do projeto, Julyane Monteiro. LEIA MAIS: Caos toma conta de cidade no AM após a PF destruir dragas usadas por garimpeiros; VÍDEO Eleições 2024: veja quem são os candidatos a prefeito e a vereador na sua cidade Capacitação e esperança De acordo com a coordenação, os participantes do projeto estão desenvolvendo habilidades manuais e artísticas com a utilização de diversas técnicas de bordados com produções variadas em diferentes tipos de tecidos.
A atividade ainda promove relaxamento e serve como válvula de escape do estresse do ambiente prisional. Pedro Paulo da Costa, 36 anos, é um dos participantes do projeto.
Ele tem se destacado pela habilidade demonstrada nas oficinas e exibe com orgulho as produções das últimas semanas. "É uma obra que veio para nos ajudar.
Na situação que a gente tá, a gente agradece de coração porque nem todas as pessoas enxergam a gente desse lado, mas temos fé em Deus que a gente vai sair dessa.
Com a ajuda deles a gente vai conseguir nosso objetivo de recomeço”, afirmou. Pedro Paulo da Costa, 36 anos, é um dos participantes do projeto e tem se destacado pela habilidade demonstrada nas oficinas. Jean Beltrão/Rede Amazônica A atividade promove ainda o exercício de expressão pessoal, concentração e paciência dos detentos.
Além disso, ao se engajarem, os participantes têm a oportunidade de interagir socialmente e fortalecer laços comunitários. "O impacto positivo do projeto se estende além das paredes da prisão, contribuindo para a ressocialização dos indivíduos ao fornecer-lhes habilidades que podem ser aplicadas após o cumprimento de suas penas, através de uma atividade profissional de bordado, bem como a comercialização de bordados e artesanatos nas feiras livres e eventos turísticos oficiais, que potencializam o fluxo de pessoas e vendas na cidade”, pontuou Julyane Monteiro. As oficinas e rodas de conversa vão seguir pelas próximas semanas.
O trabalho conta ainda com o apoio da 43ª Delegacia Interativa de Polícia de Nhamundá.