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Eleições 2024 no Paraná registram quase mil candidaturas femininas a menos que pleito municipal de 2020

Postado em 09 de Setembro de 2024


Mulheres compõem 53% do eleitorado paranaense e homens são 47% segundo estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral do Paraná.

Mulheres enfrentam dificuldade para entrar e permanecer na política As eleições municipais de 2024 no Paraná têm quase mil candidatas mulheres a menos que o pleito de 2020.

De 12.475 candidaturas femininas no estado em 2020, o número baixou para 11.498 nas eleições municipais de 2024 – 977 mulheres a menos.

Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Paralelamente, em 2020, o estado teve 24.568 candidaturas masculinas.

Agora, em 2024, são 22.445 homens que concorrem às eleições.

Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Siga o canal do g1 PR no Telegram Tanto neste pleito quanto no anterior, elas seguem representando 34% das candidaturas.

Por outro lado, elas são a maior parte do eleitorado, com 52% de representatividade nas urnas; homens são 48%.

Na análise isolada, o único cargo que teve crescimento de candidaturas femininas no Paraná foi o de prefeito: de 149 em 2020, as candidaturas delas subiram para 235.

Em nenhum dos cargos disponíveis no estado, a representação na disputa passa de 35%.

Situação semelhante ao Brasil, que apresentou 34% de candidatas mulheres em 2020 e 2024.

Confira abaixo os dados do Paraná: Candidaturas femininas no Paraná em 2020 e 2024 Artes/RPC - Ivan Luís Rasera A presidente do Núcleo de Diversidade e Inclusão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e especialista em candidaturas femininas, Flávia Viana, afirma que ainda não é fácil para as mulheres e que elas são apenas sub-representadas na política. Flávia comenta que entre os parlamentos de 183 países, o Brasil aparece no 132º lugar em relação à representatividade das mulheres.

O ranking é feito mensalmente pela Inter-Parliamentary Union. "Apesar de todas as ações afirmativas e da política de cotas ,nós percebemos uma dificuldade muito grande que as mulheres enfrentam tanto para ingressar na política quanto para permanecer.

O Brasil está atrás de países menos desenvolvidos.

Na América Latina, hoje o Brasil ocupa o último lugar." Segundo a pesquisadora, a participação de mulheres na política contribui para a democracia e fomenta a criação de políticas públicas mais inclusivas.

Na visão dela, uma das formas de combater a falta de participação feminina é lutar contra a violência política de gênero, que ocorre quando são criados obstáculos para restringir direitos políticos das mulheres. “Ter mais mulheres na política e representantes de outros segmentos sociais minoritários é ter uma política mais diversa.

Uma política mais inclusiva, que resulta numa democracia mais qualificada e mais saudável”, diz.

LEIA TAMBÉM: Litoral: Acusado de assassinar youtuber Isabelly é condenado a 14 anos de prisão VÍDEO: Jovem volta das férias e encontra itens de trabalho embalados com papel alumínio TRÁFICO: Operação mira esquema do tráfico que transportava drogas em ambulâncias Dificuldade nas eleições e nos partidos A baixa presença feminina nas eleições não é diferente da realidade observada dentro dos partidos.

Elas seguem sendo minoria e preenchendo apenas as vagas reservadas pela cota de gênero na maior parte das vezes, como explica Flávia.

"Elas costumam ficar na base da hierarquia intrapartidária e têm muita dificuldade em ascender aos espaços de tomada de decisão dentro dos partidos.

Isso faz com que elas não se fortaleçam e não se sintam confortáveis." Para evitar esse problema, a lei determina que cada partido ou coligação registre o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.

Ou seja, em todo território nacional, é obrigatório que pelo menos 30% das candidaturas sejam de mulheres. No caso da sigla lançar apenas candidatos para eleições majoritárias (presidente, governadores e prefeitos), não há necessidade de aplicar a cota de gênero, conforme a legislação. Confira os percentuais de mulheres por partido político no Paraná divulgados pelo sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e analisados em 6 de setembro: AGIR - de 501 candidaturas, 34,33% são femininas AVANTE - de 721 candidaturas, 33,98% são femininas CIDADANIA - de 637 candidaturas, 35,01% são femininas DC - de 354 candidaturas, 33,33% são femininas MDB - de 3.051 candidaturas, 33,20% são femininas MOBILIZA - de 158 candidaturas, 29,75% são femininas NOVO - de 715 candidaturas, 33,71% são femininas PC do B - de 76 candidaturas, 51,32% são femininas PCO - não apresentou nenhuma candidata mulher PDT - de 1.414 candidaturas, 33,59% são femininas PL - de 3.146 candidaturas, 32,52% são femininas PMB - de 554 candidaturas, 33,75% são femininas PODE - de 1.872 candidaturas, 33,01% são femininas PP - de 3.237 candidaturas, 32,90% são femininas PRD - de 1.172 candidaturas, 34,04% são femininas PRTB - de 466 candidaturas, 33,05% são femininas PSB - de 1.813 candidaturas, 34,03% são femininas PSD - de 3.885 candidaturas, 33,49% são femininas PSDB - de 1.203 candidaturas, 33,92% são femininas PSOL - de 138 candidaturas, 36,23% são femininas PSTU - não apresentou nenhuma candidata mulher PT - de 2.088 candidaturas, 37,31% são femininas PV - de 463 candidaturas, 39,96% são femininas REDE - de 208 candidaturas, 35,10% são femininas REPUBLICANOS - de 2.069 candidaturas, 34,27% são femininas SOLIDARIEDADE - de 1.067 candidaturas, 33,46% são femininas UNIÃO - de 2.915 candidaturas, 33,83% são femininas Candidaturas laranjas Segundo Flávia, muitos partidos ainda recorrem às chamadas candidaturas laranjas.

Nestes casos, são selecionadas mulheres que não têm interesse em concorrer às eleições, mas participam para ajudar os partidos a conseguirem recursos públicos do Fundo Partidário, usado para custear atividades rotineiras das legendas, e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) ou Fundo Eleitoral, distribuído apenas em anos eleitorais para financiar campanhas.

Para a especialista em candidaturas femininas Flávia Viana, neste ano, o TSE definiu novos critérios para identificar candidaturas laranjas.

“Votação zerada é uma delas.

Porque, às vezes, a mulher se candidata e nem ela vota nela mesma.

Então, esse é um indício.

As consequências são drásticas, porque são referentes a cassação de toda a chapa”, diz Flávia. Outros sinais de que um partido registrou candidatas laranjas são: ausência de movimentação financeira relevante ou prestação de contas zerada ausência de atos efetivos de campanhas, como divulgação ou promoção da candidatura de terceiros VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias em g1 Paraná. Em nota, os dois partidos sem candidatas mulheres nestas eleições no Paraná - Partido da Causa Operária (PCO) e Partido Socialista de Trabalhadores Unificado (PSTU) - disseram ao g1 Paraná que registraram apenas candidatos para as eleições majoritárias (prefeito).

Apesar de concordarem com as cotas de gênero, os representantes dos dois partidos julgam que as regras da Justiça Eleitoral inviabilizam o desenvolvimento das siglas operárias e consequentemente dificultam o registro de mais candidatos e candidatas.

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