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Satélites registram 45 focos de queimada por dia na região de Sorocaba e Jundiaí; mapa mostra área atingida

Postado em 09 de Setembro de 2024


Satélites registraram 1.363 frentes de fogo em mato apenas em agosto, segundo o Programa Queimadas; captação de áreas entre 375 metros quadrados e quatro quilômetros quadrados e, por isso, cada foco pode representar uma ou várias queimadas Incêndio, queimada, mato, incêndio em vegetação Marcelo Camargo/Agência Brasil A região de Sorocaba e Jundiaí (SP) registrou mais de 45 focos de queimadas por dia em agosto deste ano, mostram dados do Programa Queimadas, ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Ao todo, foram 1.363 frentes de fogo em mato no mês que registrou, propocionalmente, quase dois incêndios por hora. Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Os dados são obtidos por 11 satélites que, segundo o Inpe, variam em captação de áreas entre 375 metros quadrados e quatro quilômetros quadrados e, por isso, cada foco pode representar uma ou várias queimadas.

Desta forma, uma frente de fogo muito grande pode ser captada por mais de um satélite e representar mais de um foco de calor. Desde o início do ano, o estado de São Paulo registrou 121.322 queimadas, sendo mais da metade - 72.616 - registrada apenas em agosto (veja mapa das queimadas).

O número é quase o dobro do ano passado, quando 36.476 incêndios foram capturados pelos satélites. Na região de Sorocaba e Jundiaí, a situação é semelhante: desde janeiro deste ano, foram registrados 3.658 focos de incêndio em mato - quase duas queimadas por hora, segundo dados do Inpe.

Os números apontam um aumento de 99,6% em relação ao ano passado.

Ainda segundo o Inpe, os satélites não detectam: Queimadas com menos de 30 metros; Focos no chão de floresta densa, sem atingir a copa das das árvores; Nuvens cobrindo a região; Queimada de pequena duração; Fogo em uma encosta de montanha, para onde o satélite não estava apontado; Veja o total de focos de queimadas registradas desde 2018, segundo dados do Inpe: Consequências Welber Senteio Smith pesquisador e doutor em engenharia ambiental, lembra que a situação traz consequências para a qualidade do ar e amplia doenças respiratórias.

“Você tem um impacto enorme na vegetação nativa, nos biomas, nas florestas, nas unidades de conservação.

Um mês atrás, tivemos uma grande queimada que atingiu a Floresta Nacional de Ipanema, próximo de Sorocaba.

Isso trouxe consequências absurdas pra essa importante unidade de conservação, pra fauna, com os animais sofrendo muito.

Muito sério essa situação e as consequências são gravíssimas, a curto, médio e longo prazo.” Incêndio na Floresta Nacional de Ipanema, em Ipero (SP), em agosto de 2024 Diogo Del Cistia/g1 O especialista relembra que as queimadas emitem gases que provocam o aquecimento da terra.

"Ele é queimado e grande parte transformado em gás que vai para a atmosfera, com monóxido de carbono, dióxido de carbono, enfim, e que são gases que estão diretamente associado ao aquecimento global e as mudanças climáticas.

Então, você tem aí uma série de consequências tanto para a saúde humana, como para a qualidade do ar, das cidades, como também para o meio ambiente.” Área queimada De acordo com o Programa Queimadas, estima-se que mais 113 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa - considerando todos os biomas - tenha sido destruído, de janeiro a julho deste ano, em todo o país.

Essa extensão é equivalente a 15,8 mil campos de futebol.

Veja a destruição ao longo dos meses no mapa abaixo: Mapa mostra evolução da área de vegetação queimada de janeiro a agosto de 2024 Inpe/Arte g1 Queimadas em setembro Em apenas quatro dias, foram registrados 25 focos de queimadas na cidade de Sorocaba.

E a situação pode piorar, de acordo o Welber.

Ainda conforme ele, o assunto deveria estar mais presente na pauta ambiental.

"Eventos extremos serão cada vez mais comuns.

Os municípios precisam estar preparados para as secas e as cheias.

Mas não existe planejamento para isso.

É necessário urgência nisso." Seca por todo o estado De acordo com Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), responsável por gerenciar e direcionar ações para o enfrentamento de crises climáticas, essa é a maior seca já registrada no Brasil desde 1950 e afeta o país de forma geral, com exceção do Rio Grande do Sul.

A seca atinge 641 dos 645 municípios paulistas, quase todo o estado.

Confira as condições enfrentadas em SP: Seca severa: 272; Seca moderada: 234; Seca extrema: 82; Seca fraca: 53. LEIA TAMBÉM Fogo contra fogo: entenda técnica utilizada por brigadistas para combater incêndio no interior de SP Sequência de imagens mostram avanço da seca ano a ano Arte/g1 Por que a seca no Brasil está tão severa? A resposta para essa pergunta não é tão simples.

O que os especialistas explicam é que ela é multifatorial e leva em consideração alguns pontos: El Niño: o fenômeno, que aquece o Oceano Pacífico, contribuiu para a elevação das temperaturas no país e mudou os padrões de chuva.

O El Niño ainda gerou uma seca intensa ao Norte do país, que bateu recordes. Bloqueios atmosféricos: A expectativa era que o El Niño acabasse e a seca terminasse em abril deste ano, o que não aconteceu.

Isso porque bloqueios atmosféricos impediram que as frentes frias avançassem pelo país, deixando a chuva abaixo da média em quase todo o mapa, com exceção do Rio Grande do Sul. Aquecimento do Atlântico Tropical Norte: Nos últimos meses, o Oceano Atlântico Tropical Norte está mais quente do que o normal, o que tem contribuído para as mudanças nos padrões de chuva pelo país, prolongando a seca iniciada em 2023. A soma destes fenômenos, que mudaram os padrões de chuvas e de temperatura por um período de tempo tão longo e sem trégua, é que fez com que a seca se intensificasse e espalhasse pelo país. Homem preso por colocar fogo em canavial é multado em mais de R$ 300 mil em Pindorama (SP) Divulgação / Polícia Ambiental Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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