Registro já conta com mais de 14 milhões de visualizações O biólogo e professor José Sabino explica comportamento da espécie.
Vídeo viraliza ao mostrar família de pirarucus no Rio Teles Pires Durante uma pescaria em família no Rio Teles Pires, na cidade de Nova Guarita (MT), Katia Trevisol, de 33 anos, foi surpreendida por um som vindo da água.
Curiosa, ela se aproximou do rio e, para sua surpresa, encontrou uma família de pirarucus nadando perto da margem.
A emoção tomou conta e ela decidiu registrar o momento em vídeo.
Nas redes sociais, o flagrante já acumula mais de 14,8 milhões de visualizações.
“Eu peguei o meu celular e fui filmar, foi emocionante, a coisa mais linda, a adrenalina foi a mil”, revela.
Katia também menciona que essa foi a primeira vez que ela conseguiu capturar um momento tão especial em vídeo, mesmo com a sua família tendo o hábito de acampar às margens do rio quase todos os finais de semana.
“Eu nem imaginava que ia conseguir filmar, foi muito lindo.
A natureza é maravilhosa”.
Pirarucu se estabeleceu como espécie exótica em muitos ecossistemas de água doce Edvaldo de Souza / TG O biólogo e professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), José Sabino, explica que durante o período de reprodução, o pirarucu forma "uma família".
Dessa forma, macho e fêmea cuidam dos filhotes, sendo comum observar dois exemplares maiores (o pai e a mãe) nadando com um grupo de peixes menores (os filhotes).
Segundo Sabino, esse comportamentoajuda a proteger os filhotes de predadores.
“O pirarucu se reproduz em áreas de águas rasas, onde o casal constrói um ninho.
A fêmea pode depositar de 180.000 a 200.000 ovos por desova, mas o número de filhotes que sobrevivem até a fase adulta é muito menor”, ressalta.
O especialista explica que os filhotes ficam sob a proteção dos pais por alguns meses.
Nesse período, eles desempenham um papel fundamental de protegê-los e guiá-los para áreas seguras. Assim como muitas outras espécies, os pirarucus utilizam formas de comunicação no cuidado parental, como movimentos corporais, movimentos de nadadeiras e emissão de sons.
O pirarucu é uma espécie invasora que não possui predadores naturais Paulo Augusto/TG “O pirarucu é considerado uma espécie invasora no Rio Teles Pires.
Como toda espécie invasora que se estabelece em um novo local (não natural), o impacto ecológico pode incluir a competição com espécies nativas por alimentos e hábitat, além de possíveis mudanças nas dinâmicas das populações de outras espécies, que podem ser presas da espécie introduzida”, complementa o professor. Ele observa que a sobrevivência dos filhotes de pirarucu na região onde o registro foi feito é reduzida, principalmente devido à predação e à competição por recursos.
A espécie Os pirarucus têm distribuição por amplas áreas da bacia Amazônica, especialmente nas várzeas e lagoas marginais do Solimões e Amazonas.
Embora a espécie não ocorra naturalmente no Rio Teles Pires, as condições ambientais desse rio são semelhantes.
“Um fator que pode contribuir para a adaptação do pirarucu pode estar relacionado à capacidade de respiração aérea, que permite sobreviver em ambientes com baixos níveis de oxigênio”.
Pirarucu é peixe exclusivo da Bacia Amazônica Terra da Gente Sabino pontua ainda que se trata de uma espécie que tem respiração aérea acessória: além de utilizar o oxigênio dissolvido na água, também usa o ar de fora para respirar, por isso o comportamento de frequentemente subir à superfície d'água.
No entanto, é importante reforçar que sua presença pode alterar o equilíbrio ecológico da região, em pontos onde ele não é nativo.
O pirarucu é o maior peixe de escamas do Brasil e pode atingir perto de 3 metros de comprimento e pesar perto de 200 kg.
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