Cleber Silva e Terezinha Conceição estão foragidos depois que tiveram prisões preventivas decretadas em 26 de agosto.
Enfermeiros são acusados de dar remédios a Jarmo Santana em Cotia.
Ele morreu em julho.
Um monitor está preso acusado de agredir e filmar vítima.
Casal Cleber Silva e Terezinha Conceição são donos de clínica de terapia em Cotia, onde paciente foi torturado e depois morreu Reprodução A Polícia Civil entrou no 15º dia seguido de buscas pelos donos da clínica de terapia para usuários de drogas em Cotia, Grande São Paulo, procurados por torturar um paciente até a morte, em julho.
Cleber Fabiano da Silva e Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição são considerados foragidos desde que a Justiça decretou as prisões preventivas deles em 26 agosto.
Os réus são acusados pelo Ministério Público (MP) de dar um coquetel de medicamentos a Jarmo Celestino de Santana.
Eles são enfermeiros, casados e proprietários da Comunidade Terapêutica Efatá.
O monitor da clínica, Matheus de Camargo Pinto, também é réu no mesmo processo.
Ele é acusado de agredir o paciente e filmá-lo.
O funcionário já está preso preventivamente desde julho.
Prisões preventivas costumam durar até o eventual julgamento dos acusados.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Jarmo morreu por causa dos 11 tipos diferentes de remédios que foi obrigado a tomar e pelas agressões que sofreu.
A vítima tinha 55 anos. De acordo com a polícia e o MP, o paciente foi sedado por Cleber e Terezinha porque teria chegado agitado e agressivo à clínica.
O casal já havia respondido a um processo anterior por maus-tratos contra internos em outra clínica que tinham na mesma cidade.
Mas não foi responsabilizado nesse caso. Até a última atualização desta reportagem os donos da clínica não haviam sido presos ou se entregaram.
Procurada para comentar o assunto, a advogada dos acusados, Terezinha Cordeiro de Azevedo, não respondeu.
Em outra ocasião, ela havia dito que "a defesa fará o que for necessário para provar a inocência dos meu clientes." Policiais ouvidos pela reportagem disseram que quem tiver informações sobre o paradeiro dos procurados pode ligar para o telefone 181 do Disque-Denúncia.
Não é preciso se identificar. Tortura foi filmada Paciente é torturado e morto em clínica na Grande SP O monitor Matheus chegou a filmar e compartilhar um vídeo nas redes sociais que mostra Jarmo com os braços para trás, amarrados com corda, e presos a uma cadeira.
Nas imagens é possível ver outras pessoas rindo e zombando do paciente. O empregado ainda enviou uma mensagem de voz para uma outra pessoa confirmando ter agredido o interno: "Cobri no cacete".
Em outros vídeos gravados, ele aparece rezando no local com mais internos antes do crime (veja acima).
Jarmo não aparece nas imagens.
Internação de paciente Paciente Jarmo Celestino de Santana aparece amarrado e torturado.
Laudo do IML concluiu que ele morreu por causa das agressões que sofreu e dos remédios que foi obrigado a tomar na clínica Reprodução A reportagem não conseguiu localizar a defesa do monitor para tratar do caso.
Matheus Pinto trabalhava como monitor da clínica havia duas semanas.
Quando foi interrogado pelos policiais, confessou que bateu em Jarmo para contê-lo porque o paciente estava "transtornado psicologicamente" e em "surto".
Jarmo havia sido internado na clínica em 5 de julho, quando foi levado à força para a Efatá por funcionários a pedido da família dele.
A morte do paciente acabou confirmada em 8 de julho, quando deu entrada ferido num hospital em Vargem Grande Paulista, outro município da região metropolitana.
Quem o levou ao hospital foram outros monitores da Efatá.
Jarmo apresentava diversas lesões de agressões pelo corpo e não resistiu aos ferimentos, segundo os médicos. Conselho de Enfermagem Preso por torturar paciente grava oração com outros internos O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) também investiga se Cleber e Terezinha, que são enfermeiros, cometeram alguma infração ética e profissional em relação à clínica e ao próprio paciente morto.
As punições previstas, em caso de confirmação da infração são: advertência, multa, censura, suspensão temporária do exercício profissional ou cassação do exercício profissional pelo Conselho Federal de Enfermagem. Segundo a Prefeitura de Cotia, a clínica de terapia era clandestina.
Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no endereço, interditou o local e atestou que a clínica particular não tem nenhum tipo de autorização para funcionamento.
Os donos alegam o contrário: de que estariam regularizados para funcionar.
Enfermaria da clínica onde paciente foi obrigado a tomar 11 remédios diferentes; ao lado foto no celular de um dos investigados mostra que Jarmo Santana tomou composto chamado de 'Danoninho' Reprodução