Trecho da ES-164, que liga dois distritos de municípios na Região Sul do Espírito Santo, é considerado um ponto crítico de acidentes com mortes.
O desnível acentuado, aliado às características sinuosas da ES-164, exige cuidado redobrado em trecho conhecido como Curva da Morte Gustavo Ribeiro/TV Gazeta O histórico de acidentes na rodovia estadual ES-164, que corta dois municípios da Região Sul do Espírito Santo, é responsável por fazer com que um trecho de pouco mais de 6 quilômetros seja popularmente conhecido como “Curva da Morte”.
O segmento de serra tem como característica um declínio de quase 500 metros e registrou pelo menos 15 mortes nos últimos 18 meses, segundo o Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES). Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp As mortes contabilizadas pelo Detran foram registradas entre janeiro de 2023 e julho de 2024.
O g1 também perguntou a quantidade de acidentes no trecho, mas o órgão informou que, atualmente, não é possível extrair tais dados. Ao todo, a rodovia ES-164 tem 12,149 km de extensão e liga o distrito de Jaciguá, em Vargem Alta, ao distrito de Soturno, em Cachoeiro de Itapemirim.
Colisão frontal na ES-164, interior do ES.
Trecho é cnhecido como 'Curva da Morte' Gustavo Rodrigues/TV Gazeta Segundo o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER), foi justamente o histórico de acidentes que levou um subtrecho de 6,2 quilômetros a receber tal apelido.
Nesta extensão, há um desnível acentuado de 482 metros. O ponto crítico do trecho tem início no km 346,3 da rodovia, que fica próximo ao Mirante Formoso, em Jaciguá, e tem cota altimétrica de aproximadamente 590 metros, e termina próximo ao distrito de Soturno, em Cachoeiro de Itapemirim, no km 352,5, onde a cota altimétrica é de 108 metros.
Curva da Morte Um dos últimos acidentes foi registrado na madrugada do dia 28 de agosto.
O caminhoneiro Wellington da Silva Machado, de 24 anos, retornava para o Rio Grande do Sul quando o veículo carregado de verduras tombou na rodovia, exatamente no trecho. Serra da Morte: conheça a história da rodovia no ES que tem trecho com 37 cruzes O chefe do rapaz morto no acidente, Alex Sandro Baum dos Santos, descreveu Wellington como um "guri espetacular".
O motorista havia descarregado uma carga de tinta em Cariacica, na Grande Vitória, no dia anterior (27).
Em seguida, lotou o caminhão com legumes em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do estado, e seguia a caminho de Porto Alegre (RS) quando o acidente ocorreu. "O acidente aconteceu por volta de 3h20.
Às 4h30, acordei e vi pelo sistema de monitoramento que o caminhão estava parado em Cachoeiro de Itapemirim.
Imaginei que ele estivesse parado para dormir", complementou Alex Sandro. Wellington da Silva Machado, de 24 anos, retornava para o Rio Grande do Sul, quando o veículo carregado de verduras, tombou em trecho de rodovia do Espírito Santo conhecido como 'Curva da Morte' Reprodução Wellington da Silva Machado morava com a mãe na cidade gaúcha de Santo Antônio da Patrulha, a 82 quilômetros de Porto Alegre. 'É assustador' Uma das pessoas que mora próximo ao trecho mais crítico é a manicure Eliane Moraes Goltara.
Ela contou que, dos 56 anos de vida, 26 deles ela está vendo acidentes recorrentes na "Curva da Morte".
"É assustador morar próximo a um trecho tão perigoso.
Só quem presencia e ouve os acidentes sabe o que eu estou falando.
Já presenciei carro despencar da curva, gente morta pendurada no veículo.
Já aconteceu de rolar pneu no nosso quintal", comentou.
Trecho conhecido como 'Curva da Morte' Eliane ainda disse ao g1 que já acordou diversas vezes com o barulho dos acidentes.
''Eu tenho um filho de 24 anos que precisou fazer acompanhamento psicológico por causa dessas cenas, que marcam muito a gente", desabafou.
O vendedor Leandro Bazoni reside a cerca de 1 quilômetro abaixo do trecho mais crítico e atribui o número de acidentes à velocidade com que os carros descem o trecho.
"Eu já perdi a conta de quantos acidentes eu presenciei.
A serra é perigosa, mas tem placa, é sinalizada.
Quando o motorista desce devagar, perde cerca de 15 minutos.
Mas quem quer perder tempo? Os motoristas descem muito rápido", disse.
Apesar da distância da casa onde mora, Bazoni comentou que também fica preocupado no meio da noite, ao escutar algum barulho diferente.
"Já aconteceu de pneu e de motor de carro cair aqui na minha casa.
Há alguns anos, um caminhão também derrubou um casa em um acidente.
Todos que moram próximos ficam preocupados", finalizou.
Acidente em trecho da rodovia ES-164 conhecido como 'Curva da Morte' Gustavo Ribeiro/TV Gazeta Ações de prevenção Ao g1, o Departamento Estadual de Rodovias (DER) informou que tem implementado diversas medidas para tentar reduzir o número de acidentes.
Algumas das ações incluem: Instalação de redutores de velocidade: foram instalados redutores eletrônicos ao longo do trecho para forçar a diminuição da velocidade dos veículos; Implantação de lombadas e ondulações transversais: estas estruturas foram criadas para aumentar a atenção dos motoristas ao longo do trecho; Reforço na Sinalização: tanto a sinalização vertical (placas) quanto a horizontal foram reforçadas no último ano, incluindo a implantação de tachões para limitar ultrapassagens; Instalação de Barreiras de Proteção: Barreiras rígidas (tipo New Jersey) e flexíveis (defensas metálicas) foram colocadas em pontos estratégicos para evitar saídas de pista. 'Curva da Morte' na rodovia ES-164 tem muitos acidentes com mortes em 2024 Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo