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'O importante é estar presente': psicólogo ressalta importância da empatia e atenção à saúde mental

Postado em 10 de Setembro de 2024


Mês de setembro é marcado pela conscientização para os cuidados com a saúde mental e o combate ao suicídio.

Acre teve maior número de casos do país em 2023.

Especialista ressalta que empatia é importante na convivência com pessoas que enfrentam problemas emocionais Pedro Devani/Secom-AC Estar presente, ouvir e acolher.

Esses são os passos mais importantes para ajudar uma pessoa que está em crise ou que enfrenta problemas emocionais.

O alerta foi feito pelo psicólogo Talysson Moraes em entrevista ao programa Bom Dia Acre na manhã desta terça-feira (10), dia mundial de prevenção ao suicídio e em meio à campanha Setembro Amarelo, mês de esforços para chamar atenção e discutir saúde mental. Participe do canal do g1 AC no WhatsApp De acordo com o profissional, esse primeiro momento é crucial e pode ter a colaboração de todas as pessoas do convívio de quem passa por crises.

Além de escutar o que a pessoa tem a dizer é importante também não se preocupar em aconselhar.

“Não necessariamente você precisa aconselhá-lo ou ter algo ali para dar uma devolutiva.

Porque a gente recebe muito esse discurso de que “ah, tal pessoa não está bem, mas eu não consigo conversar, eu não sei o que falar”.

Só que você não precisa falar, até porque a forma como você lê uma questão é diferente da forma como o outro lida.

Ainda mais se o outro estiver no processo de adoecimento”, destaca. A conscientização é outro passo vital para desmistificar a discussão em torno da saúde mental, tanto para quem acolhe, tanto quem sente que precisa de ajuda.

Ajuda especializada, aliás, é extremamente indicada ao sinal de qualquer angústia. Setembro Amarelo: Psicólogo fala sobre meios de manter a saúde mental no dia a dia Ainda segundo o psicólogo, é preciso ter atenção com os chamados sinais de adoecimento.

São considerados discursos em que a pessoa demonstra não ter esperança sobre o futuro, não vê perspectiva além do sofrimento.

De acordo com Moraes, momentos delicados podem funcionar como gatilhos para esses sentimentos, como despedidas inesperadas, ou mudanças bruscas em geral. “Inicialmente ela [a pessoa] deve reconhecer que há um problema, que existe algo ali que merece uma atenção, que merece um cuidado, um olhar diferente.

Ter alguém para conversar, às vezes um familiar, às vezes um amigo, alguém que ela se sinta confortável, para abrir sobre o que sente, sobre o que se passa.

Também é importante buscar ajuda profissional, buscar uma ajuda com um psicólogo, como um psiquiatra, também para casos de emergência existem as URAPs, existem os CAPs, que são serviços voltados à população prestar essa assistência à população.

Também temos o Centro de Valorização da Vida, que é o CVV, que pouca gente conhece, mas você disca 188 e o outro lado da linha fica disponível para ouvir aquilo que você tem a dizer.

Claro que a ligação não vai mudar o quadro, não vai transformar a vida, porém, naquele momento é muito importante, no momento de aflição, toda ajuda é importante”, destaca. Se você está sofrendo ou conhece alguém que pode estar procure o Centro de Valorização da Vida através do número 188.

O serviço é gratuito e válido em todo país. Maior nº de casos O Acre teve o maior crescimento no número de suicídios do país em 2023, segundo o Anuário da Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado na última quinta-feira (18).

O levantamento revelou que os casos saíram de 79 em 2022 para 114 no ano passado, o que representa um aumento de 44%. A porcentagem é maior que a registrada no Maranhão (30%), no Nordeste, e Amazonas (23%), no Norte.

Já taxa de registros ficou em 13,7 casos a cada 100 mil habitantes, sendo a terceira maior do país, atrás apenas do Rio Grande do Sul (14,6) e Santa Catarina (13,8). Já a taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes no país ficou em 7,9 no Brasil, abaixo do registrado pelo Acre.

O país também registrou queda de 1,3% nos índices de suicídios entre 2022 e 2023. Ainda conforme o estudo, baseado em números repassados por secretarias estaduais de Segurança Pública, forças policiais e Ministério Público de todo o país, dois policiais militares cometeram suicídio no Acre.

Nenhum caso foi registrado na Polícia Civil.

Com isso, a taxa de casos entre policiais a cada 100 mil habitantes ficou em 0,6 no Acre. LEIA TAMBÉM: Núcleo de Prevenção ao Suicídio do PS em Rio Branco atendeu quase 160 pessoas em três meses: 'É importante procurar ajuda' Posvenção ao suicídio: entenda o que é e saiba onde buscar acolhimento Em queda, nº de mortes violentas intencionais chegou a 214 no Acre em 2023; feminicídios cresceram Nº de desaparecimentos cresce mais de 4% no AC e ultrapassa média de um caso por dia em 2023 No dia do psicólogo, profissional fala da importância de priorizar a saúde mental Mais de duas tentativas por dia Mais de duas pessoas tentaram suicídio por dia no Acre em 2022, aponta Ministério da Saúde g1 Em 2022, pelo menos 920 pessoas tentaram suicídio no Acre.

Os dados são do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, divulgados ao g1 pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). A média chegou a mais de dois casos por dia.

Comparado ao ano anterior, quando 855 pessoas tentaram tirar a própria vida, houve um aumento de 7,6%.

No período de 2012 a 2022 foram notificados no Acre 5.223 casos de violência autoprovocada.

No ano de 2020, no contexto da pandemia de Covid-19, houve uma expressiva redução das notificações.

Isso porque, segundo a Sesacre, os esforços estavam mais voltados ao combate do coronavírus.

Com a retomada das ações específicas, foi possível retomar as notificações a partir do ano de 2021, subindo 593 em 2020 para com 855 no ano seguinte. Com relação aos óbitos, o Acre registrou 646 casos em 10 anos.

Entre janeiro e julho de 2023, 168 pessoas foram internadas em leitos de saúde mental do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) após tentativa de suicídio. Como buscar ajuda No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é responsável por promover apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo gratuitamente, sob total sigilo, por telefone (188), e-mail e chat 24 horas todos os dias. Em Rio Branco, tem o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD, no bairro Manoel Julião, voltado para pacientes dependentes químicos e o Caps II, no bairro Morada do Sol para não dependentes.

Para os casos mais graves, existem os leitos de saúde mental no Pronto Socorro de Rio Branco, que não precisam de encaminhamento.

Lá, o paciente passa pela classificação de risco e o profissional médico decide pela internação ou encaminhamento ao Caps ou para uma das Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps). Existem grupos de pacientes que se reúne no intuito de oferecer ajuda e se auto ajudar no tratamento.

Um desses grupos é o “Arte de Ser”, que se reúne no Parque Capitão Ciríaco, no Segundo Distrito de Rio Branco. VÍDEOS: g1

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