Notícias

'Kamala conseguiu irritar Trump e o deixar na defensiva o tempo todo', diz Sandra Coutinho; comentaristas da GloboNews analisam debate

Postado em 11 de Setembro de 2024


Kamala Harris colocou adversário na defensiva com tom mais assertivo e agressivo.

Trump insistiu na narrativa anti-imigração e foi corrigido diversas vezes pelos apresentadores.

"Trump foi o de sempre e Kamala foi evoluindo ao longo do debate", segundo Guga Chacra No primeiro debate entre Donald Trump e Kamala Harris, a vice-presidente conseguiu colocar o republicano na defensiva, segundo comentaristas da GloboNews.

A disputa nesta terça (10) foi marcada por trocas de acusações entre as gestões alheias em temas centrais da corrida à Casa Branca como economia, aborto, guerras e imigração.

Leia mais abaixo. Quem venceu o debate entre Kamala Harris e Donald Trump? 'BONÉ DO MAGA', 'HANNIBAL LECTER', 'ALMOÇO' DE PUTIN: as frases de Kamala Harris e Trump no debate presidencial "Kamala Harris se manteve calma em todo o debate.

Conseguiu falar de propostas de governo e conseguiu irritar Donald Trump e deixar ele na defensiva o tempo todo", disse Sandra Coutinho. Debate Kamala x Trump Por diferença de alturas, púlpito de Kamala Harris é menor que o de Trump.

Candidatos fizeram debate em 10 de setembro de 2024. REUTERS/Brian Snyder Quando os temas de Israel e da guerra em Gaza foram colocado no debate, as atenções voltaram para Em pouco mais de 90 minutos, a candidata democrata adotou tom assertivo e colocou o adversário na defensiva.

O enfrentamento, realizado pela rede de TV ABC na Filadélfia, foi também o primeiro encontro entre o republicano e a democrata, que nunca haviam ficado frente em frente ao vivo.

Em tom mais agressivo e muito expressiva, Kamala Harris investiu em ataques a Trump e evocou seu passado como procuradora-geral, despistando as dúvidas sobre se conseguiria lidar com acusações de Trump em respostas rápidas e sem apoio de sua equipe e de anotações, que não puderam entrar no auditório do debate.

A atual vice-presidente dos EUA disse ter passado os quatro últimos anos "limpando a bagunça de Donald Trump", acusou o ex-presidente de deixar o governo com altas taxas de desemprego e criticou sua gestão da pandemia, em 2019, quando era presidente dos EUA.

Foi especialmente enfática e cresceu no debate ao ser questionada sobre aborto.

Disse que seu adversário vai liderar um "plano nacional para banir o direito ao aborto", o que Trump, menos assertivo no tema, negou. Apesar de começar o debate repetindo o tom mais calmo que adotou no debate contra o presidente Joe Biden, em junho, Donald Trump também foi se tornando mais agressivo em reação às provocações constantes da adversária.

No entanto, o republicano insistiu em discursos voltados ao seu eleitorado, como o de que o país está sendo "invadido" por criminosos de outros países.

Em cinco ocasiões diferentes, repetiu o discurso anti-imigração, desvirtuando de outros temas.

Chegou a dizer que imigrantes estão comendo cachorros de norte-americanos e foi desmentido pelos apresentadores.

O ex-presidente vem culpando Kamala, a quem o presidente Joe Biden designou parte da gestão da política migratória, pelos recordes de entrada de imigrantes ilegais registrados nos EUA desde o fim do ano passado.

Ele também acusou a adversária de "querer fazer operações transgênero pelo país", a chamou de "marxista" e disse que os EUA se tornarão "uma Venezuela com anabolizante" caso a adversária vença.

Trump também tentou, ao longo do debate, atrelar a candidata democrata a Joe Biden, tentando tirar proveito do mau desempenho do presidente.

"Ela é Biden.

Ela está querendo se afastar de Biden, mas ela é Biden", disse.

"Claramente, eu não sou Biden, e certamente não sou Donald Trump", retrucou Kamala Harris.

Estou querendo oferecer uma nova geração de líderes aos americanos".

Para Kamala Harris, o debate foi a primeira e, talvez, única oportunidade de se apresentar para o público geral e de tentar fazer chegar ao eleitorado de Trump o discurso de que seu rival, um bilionário, só governará para si mesmo, enquanto ela, uma ex-procuradora-geral, seguirá pensando no povo.

Ao responder à primeira pergunta, sobre economia, ela disse que "vim da classe média e seguirei governando para a classe média", enquanto Trump "governará para ele mesmo".

"Meus valores não mudaram", afirmou.

No entanto, a democrata se esquivou ao ser questionada por um dos dois mediadores sobre se a oconomia do país estava melhor agora do que há quatro anos, quando o governo do qual ela faz parte assumiu, e disse apenas que reduzirá taxas para a compra de imóveis.

Guerra em Gaza e na Ucrânia Quando os temas de Israel e da guerra em Gaza foram colocados no debate, as atenções voltaram para Kamala Harris — seus comícios têm sido alvo de protestos pró-Palestina por conta do apoio que o governo de Joe Biden tem dado a Israel desde o início do conflito.

Em uma fala repetida e sem riscos, a democrata disse apoiar o direito de defesa de Israel mas achar que "vidas inocentes demais foram pedidas em Gaza", e, por isso, defende o acordo de cessar-fogo e a solução de dois Estados.

Trump foi mais enfático ao falar sobre o tema: "Se eu fosse presidente, a guerra nunca teria começado.

Se eu fosse presidente, a Rússia nunca teria invadido a Ucrânia.

Eu conheço o Vladimir Putin muito bem".

Ele também acusou Harris de "odiar Israel e a população árabe".

Aproveitando o gancho aberto pelo próprio adversário ao mencionar Putin, a democrata disse que "é sabido que ele admira ditadores".

Sobre o conflito na Ucrânia, Trump disse que tem "um bom relacionamento" tanto com Putin quanto com presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e prometeu que dará um fim à guerra caso seja eleito.

Já Biden, afirmou o republicano, não tem boa relação com nenhum dos dois. "Deixe eu te lembrar que você não está concorrendo com o Joe Biden.

Você está concorrendo comigo", retrucou Kamala Harris, que defendeu a atuação da gestão de Biden na guerra da Ucrânia.

"Se não fosse ele, Putin estaria sentado na Europa".

Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Antes do debate, especialistas estimaram que o cara a cara deveria ocorrer sem grandes riscos de ambos os lados, por conta da disputa apertada entre os dois — que aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de voto (leia mais abaixo).

A expectativa é que Kamala não foque sua narrativa nas questões de raça e gênero e use habilidades oratórias que conquistou durante sua carreira de procuradora-geral da Califórnia, cargo que ela conquistou através do voto público.

E que explore ao máximo o discurso de que governará para a classe média, como fez quando era procuradora —além de investir em ataques a Trump.

Kamala: isolada, em treinamento Antes do debate, o vice-presidente democrata passou o fim de semana reclusa em intenso treinamento com especialistas em debates.

Segundo a agência de notícias Associated Press, ela praticou respostas rápidas e em tom mais agressivo para fazer frente às características do debate: os dois candidatos só puderam entrar no estúdio da ABC News, emissora que organizou o enfrentamento, com uma caneta, papeis em branco e água.

Como no primeiro debate das eleições, entre Donald Trump e Joe Biden, em junho, não foi permitida nenhuma comunicação entre os candidatos e sua equipe — que ficaram do lado de fora do estúdio.

Além de ser uma prova de fogo para a candidata democrata estreante, o debate também pode ser a oportunidade de espantar o fantasma que assombra os democratas desde o enfrentamento entre Trump e Biden.

Na ocasião, o atual presidente norte-americano, também sem anotações prévias ou comunicação com sua equipe, teve um desempenho muito ruim: confundiu temas, mostrou-se apático e deu o pontapé para uma enxurrada de pedidos para que desistisse da corrida eleitoral, o que ele acabou fazendo cerca de um mês depois.

Pesquisa indica empate técnico entre Trump e Kamala Trump: sem treinamento Já Trump, experiente em debates e em oratória, disse que não se preparou para o enfrentamento e escolheu passar os últimos dias fazendo campanha nos chamados estados-chave, nos quais o apoio para um partido ou outro variam de acordo com as eleições.

Esse foi o principal motivo, inclusive, para que o local do debate fosse definido: o enfrentamento ocorrerá na Filadélfia, cidade na Pensilvânia, um dos estados onde o voto ainda não está definido.

Nas duas últimas eleições, o partido apoiado pela maioria dos eleitores de lá foi o vencedor.

Por isso, embora historicamente os debates presidenciais dos EUA não tendem a se reverter em votos para um ou outro lado, a expectativa é que o enfrentamento desta terça rompa com essa lógica e se torne uma das peças decisivas do quebra-cabeça eleitoral dos EUA.

Como os dois candidatos aparecem em empate técnico nas últimas pesquisas de intenção de voto, o desempenho de cada um e até um desempenho mais fraco em apenas uma resposta pode definir os rumos do pleito.

O analista de mídia da Universidade de Maryland, Mark Feldstein, disse à agência de notícias AFP acreditar que, nessa equação, Kamala Harris correr mais riscos.

"Os riscos são maiores para Harris do que para Trump, porque ele já é muito conhecido, enquanto ela ainda precisa explicar quem é para a maioria das pessoas", disse Feldstein.

Ainda assim, o analista político dos EUA Joshua Zive prevê que nem Trump nem Kamala devem se arriscar e tentar orbitar temas familiares a cada um —temas como imigração ilegal e alertas de uma "ameaça comunista", no caso de Trump, e taxação a grandes empresas e ataques à gestão do ex-presidente republicano, no caso de Kamala.

"Nenhum dos dois têm motivos para correr grandes riscos", disse Zive.

Ele disse achar que, como as pesquisas estão muito apertadas, o pleito pode ser decidido por alguns milhares de votos.

ENDEREÇO
Rua Lote Villa Unicap
S/N - Centro,
Rio Formoso - PE
CEP 55.570-000
Top Rio FM © Copyright 2025
© 2025 Top Rio FM 90,5. Todos os direitos reservados