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Moradores registram 'chuva preta' no Sul do RS; universidade diz que fenômeno é provocado por fumaça de incêndios

Postado em 11 de Setembro de 2024


Acontecimento foi observado em Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte.

Previsão de instabilidade para os próximos dias pode levar 'chuva preta' a outras cidades.

Cidades do Sul do RS registram 'chuva preta' Moradores de cidades da Região Sul do Rio Grande do Sul registraram o fenômeno da "chuva preta" nesta terça-feira (10).

Os relatos são de cidades como Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Segundo o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a fuligem da fumaça das queimadas se misturou com a chuva, gerando a cor preta. A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, afirma que o fenômeno também foi observado em cidades do norte do Uruguai, na fronteira com o RS. "A 'chuva preta' é o resultado da chuva normal, que está caindo das nuvens, mas que está passando por uma atmosfera muito carregada de fumaça", explica. A previsão de chuva para os próximos dias pode provocar o fenômeno em outras partes do estado. "Durante esta quarta (11), quinta (12) e sexta-feira (13), com o deslocamento desta frente fria no Sul, nós vamos ter chuva.

E com toda essa fumaça que está no Sul do Brasil, sim, nós poderemos ter a ocorrência de 'chuva preta' em vários locais dos três estados do Sul, inclusive em Porto Alegre, que está com muita fumaça", afirma a meteorologista. O climatologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Francisco Aquino já alertava para essa possibilidade, resultado de uma combinação de fatores climáticos adversos, como: redução da umidade do ar, as ondas de calor e o bloqueio atmosférico. "Em especial, quem capta a água da chuva vai identificar a água com a coloração diferente com o material depositado junto", disse o climatologista ao g1 no dia 5 de setembro. Balde com água escura após 'chuva preta' no Sul do RS Izaura Plantikow/Débora Rodrigues/Carol Vianna Sol alaranjado O sol com tons alaranjados em contraste com o céu cinza tem chamado a atenção dos moradores de Porto Alegre nos últimos dias.

Conforme Guilherme Borges, da Climatempo, a condição se dá pela interação dos raios solares com a fumaça originada nas queimadas florestais que chegou ao RS e, quanto maior a inclinação dos raios, mais forte é a tonalidade. De acordo com a empresa suíça IQ Air, a qualidade do ar em Porto Alegre nesta terça-feira (10) está "insalubre".

A classificação varia entre "Bom", "Moderado", "Insalubre para grupos sensíveis", "Insalubre", "Muito insalubre" e "Perigoso". A concentração de partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) na capital está quase 12 vezes acima do índice recomendado pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diâmetro dessas partículas é algo muito menor que um fio de cabelo, por exemplo. Por causa desse tamanho reduzido, elas são capazes de ser inaladas e penetrar profundamente nos pulmões (saiba mais sobre os riscos à saúde abaixo). PM2.5, CO, COV e NOx: o que há na fumaça tóxica Fumaça aumenta em 10 vezes presença de partículas inaláveis Sol com tons alaranjados no céu de Porto Alegre, em 10 de setembro Reprodução/RBS TV Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) afirmou que a Fepam "está em constante monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana" e que apenas a estação de Triunfo, onde fica um polo industrial, "apresentou qualidade ruim nos dias 15 e 16 de agosto".

"As demais estações localizadas na Região Metropolitana apresentam boa qualidade do ar, conforme Resolução CONAMA Nº 506/2024", diz o comunicado. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre emitiu uma série de recomendações: Toda a população: Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período critico de contaminação do ar pela fumaça Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos: Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento. Riscos à saúde Problemas respiratórios, como bronquite, asma e falta de ar Doenças cardiovasculares: a exposição prolongada pode aumentar os níveis da pressão arterial Irritação nos olhos, nariz e garganta Recomendações de especialistas Usar purificadores de ar Realizar lavagem nasal com soro Ingerir bastante água Utilizar máscaras faciais Sol com tons alaranjados no céu em Passo Fundo, em 10 de setembro Reprodução/RBS TV Concentração de poluentes pode modificar cor da lua A cor do sol está diretamente associada com a poluição e tem implicações na saúde.

O corredor de fumaça formado a partir das queimadas que atingem diferentes estados brasileiros, especialmente Amazonas, Pará e Mato Grosso, se deslocou por milhares de quilômetros e chegou ao território gaúcho.

Além de alterar as cores do pôr do sol, a alta concentração de poluentes pode modificar também a cor da lua.

A mudança é reflexo da poluição e dos incêndios, que se multiplicam com o tempo mais seco. Assim, quanto mais poluído o ar, mais vermelho é o tom da lua.

E quanto mais ao horizonte a lua se encontrar, mais vermelha vai parecer, por conta do reflexo da luz nas partículas de poluição. Pôr do sol alaranjado é sinônimo de poluição extrema? VÍDEOS: Tudo sobre o RS

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