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'Era chamado assim desde o ventre da mãe', dizem pais de Piiê após Justiça autorizar registro do nome

Postado em 12 de Setembro de 2024


Piiê nasceu no dia 31 de agosto, mas não pôde ser registrado.

Após entrar na Justiça, a família conseguiu a autorização; nome do bebê é inspirado no primeiro faraó negro do Egito.

Piiê leva o nome do primeiro faraó negro do Egito Arquivo pessoal O pequeno Piiê tem apenas 11 dias e já tem história para contar desde o seu nascimento.

Os pais, de Belo Horizonte, enfrentaram dificuldades para registrar o filho recém nascido.

A família escolheu batizar o menino com o nome do primeiro faraó negro do Egito: Piiê.

No entanto, a homenagem foi barrada pelo cartório e inicialmente negada pela Justiça.

A decisão foi revertida horas depois (entenda mais abaixo).

De acordo com a família, o bebê já era chamado pelo nome desde quando estava no ventre da mãe.

"O chá de fraldas e revelação foram feitos assim.

Todo mundo já chamava ele de Piiê.

Ele era chamado assim desde o ventre da mãe", contou o pai, Danillo Prímola.

Pais de Piiê estão com dificulade em registrar o nome do filho Arquivo pessoal O cartório não aceitou o registro por conta da grafia, e a família teve que resolver a questão na Justiça.

A juíza que recebeu o processo alegou que a criança sofreria bullying porque o nome é semelhante ao passo de ballet "plié" .

Depois, a magistrada reconsiderou a decisão e autorizou o registro do nome.

Segundo o pai, o casal cogitou mudar o nome do bebê ao receber a negativa do cartório e da Justiça.

De acordo com ele, a proibição fez a família repensar se estava errada em homenagear o primeiro faraó negro do Egito. "Na primeira ocasião, o cartório pediu apenas pra justificar de o porque o nome ser com dois I", disse o pai.

Família não consegue registrar bebê com nome do primeiro faraó negro Nascimento Piiê nasceu sem grandes complicações, e a gestação da mãe, Catarina Prímola, foi tranquila durante as 37 semanas e dois dias.

O bebê nasceu no dia 31 e agosto, em uma maternidade particular do bairro Grajaú, na Região Oeste de BH, pesando cerca de 3 kg. "A gestação foi super tranquila.

A mãe fez o pré-natal, tomou vitaminas.

O parto estava previsto para o dia 19 de setembro, mas acabou que antecipou 21 dias.

Por ora, ele está na fase de adaptação em casa", disse o pai.

O pequeno também pode ser considerado um "bebê arco-íris", expressão usada para aqueles que nascem depois de uma perda.

Antes do nascimento de Piiê, o casal teve uma perda gestacional, em 2020.

Já em janeiro deste ano, descobriu a nova gravidez. "No final de 2023 ela engravidou mais uma vez, mas só ficamos sabendo em meados de janeiro e fevereiro deste ano.

E foi uma euforia.

Ele já era planejado, era algo que a gente queria.

E nesse meio tempo ficamos sabendo da história do faraó que foi uma grande liderança negra", afirmou Danillo.

Sabe o que é bebê arco-íris? Dia Internacional da Conscientização da Perda Gestacional e Neonatal é lembrado em outubro Ilustração feita por Inteligência Artificial do primeiro faraó negro do Egito Ilustração/IA Juíza reconsiderou a decisão Inicialmente, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) disse que a Lei 6.015/1973 prevê que “o oficial de registro civil não registrará prenomes suscetíveis de expor ao ridículo seus portadores, observado que, quando os genitores não se conformarem com a recusa do Oficial, este submeterá por escrito o caso à decisão do juiz competente, independente da cobrança de quaisquer emolumentos". Segundo o TJMG, de início, os pais não apresentaram, na documentação, a relação do nome a aspectos culturais e históricos por eles valorizados.

"Razão pela qual a sonoridade e grafia do nome foram preponderantes para o indeferimento, visto que, seriam aptas a causar constrangimento futuro à criança", disse a nota. Horas depois, a Justiça informou que a magistrada responsável pelo caso reconsiderou sua decisão e, apesar de ainda ponderar que a criança estará sujeita a constrangimentos, autorizou que o registro fosse realizado. "Considerando os novos argumentos trazidos, através do qual agora os pais explicitam a questão cultural que os guiou para a escolha do nome, os quais não foram apontados no pedido inicial [...].

Em respeito à cultura deles, autorizou o registro na forma pretendida, com a grafia original, "inclusive por entender que nomes estrangeiros devem mesmo observar a grafia do país de origem", diz o texto.

Nome homenageia primeiro faraó negro do Egito Arquivo pessoal Veja os vídeos mais assistidos do g1 Minas:

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