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Tornado, tromba ou rajada? Especialista aponta nova hipótese para naufrágio de iate de luxo

Postado em 21 de Agosto de 2024


Conhecido como rajada descendente ou microexplosão, o evento meteorológico tem sido mais comum na região por conta do aquecimento global.

Um iate de luxo com 22 pessoas a bordo naufragou no sul da Itália O aquecimento global pode ter contribuído diretamente para a formação da rara tempestade que afundou um iate de luxo na costa da Sicília na segunda-feira (19). Inicialmente classificado como um tornado ou uma tromba d'água, o fenômeno na verdade pode ter sido uma rajada descendente, evento que tem se tornado mais comum com as mudanças climáticas.

(entenda a diferença abaixo) A embarcação levava 22 pessoas e estava ancorada perto da cidade de Palermo, na Itália, quando virou devido aos ventos fortes da tempestade. Os meteorologistas ainda levantam hipóteses do que pode ter acontecido no local.

Em entrevista à Reuters, o climatologista italiano Luca Mercalli afirma que os elementos visuais são essenciais para conseguir entender qual fenômeno foi responsável pela tragédia. "Estava escuro e, portanto, não conseguimos ver a possível presença de uma tromba d'água, o que, para ter certeza, precisa de observação visual", ressalta o meteorologista. Barco de luxo e tornado raro: o que se sabe sobre o naufrágio de iate na Itália Tornado, tromba d'água ou rajada descendente? Após semanas de muito calor, tempestades e chuvas fortes têm atingido diversas regiões da Itália nos últimos dias. Mercalli, que é presidente da Sociedade Meteorológica Italiana, afirma que duas hipóteses são mais prováveis para o evento que resultou no acidente com o iate: tromba d'água e rajada ou explosão descendente. "O episódio pode ter sido uma tromba d'água, essencialmente um tornado sobre a água, ou então uma explosão descendente, um fenômeno mais frequente que não envolve a rotação do ar", detalha. Para entender o que aconteceu no local é preciso compreender as diferenças entre os fenômenos: Tornado Tornado passa por cima de casas na região de Greenwood, em Indiana Eric Ford via TMX/Reprodução De acordo com a Climatempo, os tornados são colunas de ar em rotação rápida que se formam sobre a terra, com ventos que podem ultrapassar 300 km/h. Os tornados são as tempestades mais destrutivas na escala de fenômenos atmosféricos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O fenômeno pode acontecer em qualquer parte do mundo, desde que se estabeleçam as condições certas para a sua formação.

É mais frequente nos Estados Unidos, em uma áera entre as Montanhas Rochosas e os Montes Apalaches. Tromba d'água BanTromba d'água em Alter do Chão Ulisses Farias/TV Tapajós Assim como os tornados, as trombas d'água também são colunas de ar de rápida rotação, mas se desenvolvem sobre superfícies com água, como lagos, rios e mares. Uma tromba d'água é "essencialmente, um funil que se estende da base de uma nuvem até a superfície da água", define a Climatempo. O formato é semelhante ao do tornado, o que muitas vezes leva à confusão entre os fenômenos.

As trombas d'água tendem a ser menos intensas do que os tornados, geralmente causando danos mais pontuais.

Esse fenômeno é ainda dividido em dois tipos: não tornádicas e tornádicas.

As trombas não tornádicas se formam a partir da superfície da água e se desenvolvem em direção à nuvem, sendo mais comuns e menos destrutivas.

Já as tornádicas, têm formação similar a de um tornado e podem ser tão intensas quantos os fenômenos terrestres, causando sérios danos – como o que pode ter ocorrido na Sicília. Segundo a Climatempo, as trombas d'água são consideradas raras no Mar Mediterrâneo.

O evento foi de uma intensidade alta, semelhante a um tornado. Rajada descendente Ilustração de uma rajada descendente. Wikimedia Commons/Nasa Também conhecido como explosão descendente, microexplosão ou downburst, o fenômeno é um vento muito intenso que desce de uma tempestade e se apalha rapidamente quando atinge o solo. Diferentemente dos tornados e das trombas d'água, esse evento meteorológico não envolve a rotação do ar. De acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), esses fenômenos podem causar danos semelhantes aos de um tornado e às vezes são mal interpretados como sendo tornados.

Apesar da semelhança, a rajada é mais comum.

"Quando a corrente descendente atinge o solo, como um jato de água saindo de uma torneira e atingindo a pia, ela se espalha rapidamente em todas as direções [...] tão forte quanto um tornado", descreve a NOAA. Na Itália, local onde ocorreu o acidente com o iate, as rajadas descendentes podem produzir ventos de até 150 km/h. Segundo Mercalli, estatísticas mostram que esse tipo de fenômeno está se tornando mais frequente em todo o país, algo que pode estar diretamente ligado ao aquecimento global. Vídeo mostra momento em que iate de luxo desaparece na Itália

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