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Mãe cadeirante denuncia falta de acessibilidade em escola após assistir à apresentação da filha do corredor: 'Excluída'

Postado em 23 de Agosto de 2024


Cadeira de rodas da mulher não passou pela porta da sala de aula de uma escola em Praia Grande (SP).

Mãe cadeirante assistiu à apresentação da escola da filha do corredor em Praia Grande, SP A mãe cadeirante de uma menina de quatro anos denunciou a falta de inclusão e acessibilidade dentro de uma escola municipal de Praia Grande, no litoral de São Paulo.

As imagens obtidas pelo g1 nesta sexta-feira (23) mostram Amabile Moniz, de 40 anos, assistindo à apresentação da filha Gabriella do corredor da unidade de ensino, pois a cadeira de rodas dela não passou pela porta. Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Amabile disse que sempre usou muletas devido à mielomeningocele, uma malformação da coluna vertebral e da medula espinhal que ocorre quando o tubo neural [estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal] não se forma corretamente durante a gravidez.

Com a progressão da doença, há cinco anos ela começou a usar cadeira de rodas.

A mulher explicou que a filha entrou na Escola Municipal Idílio Perticaratti, no bairro Vila Antártica, no começo deste ano.

Ao g1, ela contou que desde então enfrenta dificuldades para subir a calçada que da acesso à unidade de ensino, mas minimizou a situação.

A frustração, porém, aconteceu quando precisou entrar pela primeira vez na escola.

Amabile ficou no corredor da unidade para assistir à apresentação da filha no evento do Dia das Mães, em 10 de maio.

A cadeira de rodas não passava pela porta da sala de aula. "Como mãe, fiquei super feliz em ver a minha filha.

Era tão bonitinho que ela virava para cantar para mim.

Porém, é doloroso saber que até o direito da minha filha de se apresentar voltada para os pais, como todos os colegas, foi rompido", lamentou ela. Menina de quatro anos virava para ver a mãe que não conseguiu passar com cadeira de rodas na porta de escola de Praia Grande (SP) Arquivo pessoal Reclamações No Dia das Mães, Amabile preferiu não reclamar com a direção da escola.

Em 6 de junho, porém, ao voltar para a reunião de pais, vivenciou o mesmo problema.

Ao se queixar da falta de acessibilidade, disse ter ouvido da professora que os alunos estavam sendo ensinados sobre inclusão.

Amabile afirmou ter respondido à professora que foi deixada para fora da sala, mostrando aos demais pais que uma pessoa com deficiência não tem vez e não pode participar da reunião. Desta vez, ela decidiu reclamar sobre a situação com a direção, que a surpreendeu com a resposta.

"Ela [diretora] me ouvindo com cara feia, olhou para mim e falou: 'Pensei que você era muito bem resolvida'". Mãe cadeirante teve que assistir à apresentação da filha do corredor de escola em Praia Grande (SP) Arquivo pessoal "Eu sou muito bem resolvida com a minha deficiência.

Acho que o que ela não entendeu.

É sobre inclusão e acessibilidade", afirmou a mãe.

Nada mudou Segundo Amabile, a diretora avisou aos pais que o evento do Dia dos Pais seria na área externa, o que de fato ocorreu.

A mãe, no entanto, disse que o lanche após a apresentação foi realizado dentro da sala de aula, novamente impedindo o acesso dela. "Estou me sentindo discriminada e excluída dentro da escola [...].

Estava muito difícil passar por tudo isso calada, quieta e fingindo que está tudo bem".

Amabile informou que a filha é muito pequena e não percebe que a mãe não está participando dos eventos como os outros pais.

Mãe cadeirante denunciou falta de acessibilidade em escola de Praia Grande (SP) Arquivo pessoal O que diz a prefeitura? Em nota, a Secretaria de Educação (Seduc) de Praia Grande informou que tem conhecimento dos fatos e vem adotando as providências necessárias.

Entre as medidas, de acordo com a pasta, está a realização de atividades em outros espaços da escola.

Ainda segundo a Seduc, a equipe gestora da escola fez dois eventos no pátio para garantir a participação da mãe.

"Ressaltamos o cuidado e preocupação da pasta municipal em garantir o acesso a todos". A Seduc informou que a rede municipal de ensino conta com quase três mil alunos com deficiência matriculados nas 78 escolas.

Diante disso, segundo a pasta, as unidades são adaptadas com acessibilidade para atender os estudantes e o público em geral. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

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