Boiler Room, projeto da Inglaterra, faz sua primeira edição no Norte do Brasil.
A festa será nesta quinta-feira, 19.
A entrada é franca.
Aparelhagem Crocodilo: a música eletrônica da Amazônia é o tecnobrega Divulgação/ Marcelo Araújo Chegou a hora e a vez da música eletrônica da Amazônia: nesta quinta-feira (19), o Boiler Room, projeto da Inglaterra, faz sua primeira edição no Norte do Brasil protagonizada pelo tecnomelody e tecnobrega nos sets de Miss Tacacá, DJ Meury, Leona Vingativa, DJs do Crocodilo, DJ Verdelho, Tiana Ferreira e Zek Picoteiro.
A festa tem entrada franca, mas é preciso se inscrever para participar e ter acesso ao endereço secreto.
O show será todo documentado em vídeo, para ser transmitido pelo canal online do projeto, que conta com cerca de 4,5 milhões de inscritos. O Boiler Room surgiu em 2010, em Londres, e se tornou referência em mapear DJs e a música eletrônica do mundo todo.
O formato, que revolucionou o modo como o estilo é consumido e compartilhado, volta os ouvidos e os olhos para o frisson que emerge da periferia do Pará: seus beats, ritmo, e sua estética repleta de pirotecnia e dança frenética.
“O tecnomelody deve ocupar o seu devido lugar como uma forma legítima e inovadora de música eletrônica”, destaca Joe Howard, da Boiler Room.
“Essa cena musical integra imagens e tradições locais e indígenas a algo que é hipermoderno.
É o encontro perfeito entre tecnologia e espiritualidade, e parece que só poderia vir desta parte do mundo.
Existem algumas técnicas de produção únicas que funcionam muito para festas de clubes.
Tem aquele apelo universal onde alguém que nunca a ouviu antes sabe instantaneamente como dançar.
Também é uma música com uma história e contexto ricos, tem uma história para contar”, celebra. Zek Picoteiro, pesquisador e produtor musical Divulgação “O tecnomelody e o tecnobrega conseguem chamar atenção dos ouvidos estrangeiros pela inventividade.
Aqui no Norte, na Amazônia, a gente tem mania de absorver todos os gêneros musicais do e acaba traduzindo tudo pro nosso sotaque, criando uma sonoridade própria, nova, que rompe algumas fronteiras dos gêneros musicais internacionais", diz o DJ Zek Picoteiro. "Quando chega aqui, a música eletrônica é transformada: ganha beats, samples, graves, sintetizadores, que são misturados de um jeito exclusivo, muito autêntico”, diz Zek, pesquisador da cena musical da Amazônia e uma das atrações da noite. “O tecnobrega é o novo pop do Brasil”, declara Gerson Dias, produtor cultural que desponta na cena nacional à frente do Festival Psica, parceiro da realização do projeto Boiler Room em Belém.
Ele destaca o “boom” da cena brega, que tem se fortalecido com a premiação da Gaby Amarantos no Grammy Latino, o estouro nacional de Manu Bahtidão e figuras como Pabllo Vittar levando o ritmo a toda América Latina. “Isso deveria ter acontecido faz tempo.
Agora eu percebo que estamos mais maduros e o movimento de ascensão do brega e do tecnobrega está mais orquestrado, mais organizado”, diz.
“O tecnobrega é a nossa cultura.
Quem cresceu na periferia do Pará, então, sabe que era a música que mais tocava.
Então não tem como pensar cultura o Norte sem considerar essa cena, que precisa ser valorizada e tem potencial para se tornar música popular do Brasil”, declara Gerson. Miss Tacacá é curadora da festa em Belém Divulgação Tecnomelody como tendência A anfitriã da festa é Miss Tacacá, curadora do line-up da edição amazônica do evento.
Nascida em Belém e criada no bairro da Cremação, ela cresceu cercada pelas sonoridades da periferia do Pará.
DJ desde 2018, ela já tocou no festival Rock the Mountain, no Rio de Janeiro, e fez a cabeça de Joe Howard, da Boiler Room, quando ele ouviu uma de suas apresentações, o que acendeu o desejo de trazer para o Norte do Brasil uma edição do projeto, que é realizado em Belém em parceria com o Festival Psica. Joe conta que tinha acabado de começar a pesquisar para a nova temporada dos shows do Boiler Room SYSTEM com o Havana Club - que explora expressões globais da cultura do soundsystem e da comunidade que os rodeia - quando conheceu o set de Miss Tacacá. “Foi realmente uma série de eventos de sorte.
Eu estava no Rio para um show, que tinha marcado para a Miss Tacacá tocar,e ela arrasou! Ao mesmo tempo, eu tinha visto algumas fotos incríveis da aparelhagem do Vincent Rosenblatt.
O som e as imagens me surpreenderam e despertaram um interesse mais profundo”, conta Joe. “São pessoas visionárias, do mundo inteiro, elas sempre estão caçando tendências e querendo ir atrás de coisas que são inovadoras.
E é muito bom ver que a música eletrônica da Amazônia fomenta curiosidade do público estrangeiro.
O funk já está estourando, e o Brasil é um antro de música.
Somos muito criativos, a gente é referência.
Acredito que jogar holofote pra música eletrônica do Norte seja uma novidade, algo revolucionário, e as pessoas vão abrindo portas pra conhecerem coisas novas e se surpreenderem”, diz Miss Tacacá. Serviço: Boiler ROOM Especial TecnoMelody e TecnoBrega, que vai rolar nessa quinta-feira, dia 19, a partir de 19h.
A entrada é gratuita.
Inscreva-se através do link.
As pessoas credenciadas irão receber o endereço secreto da festa.