Casal postou sobre decisão em redes sociais e dizem que caso é o primeiro com condenação por racismo no Brasil.
Advogadas da família consideram que desfecho do caso é histórico.
Fantástico - Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank e Titi Reprodução/Fantástico Em um post nas redes sociais, o casal Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank afirmaram nesta sexta-feira (23) que a Justiça Federal do Rio condenou a oito anos e nove meses de prisão a influenciadora e socialite Dayane Alcântara por injúria racial e racismo contra Chissomo, conhecida como Titi.
A criança é filha do casal, que comemorou a decisão: "Essa á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado.
Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez.
Apesar de tardio, é histórico", disse o casal.
Em 2017, Bruno Gagliasso foi até a Delegacia de Crimes de Informática (DRCI) e abriu um registro de ocorrência contra a influenciadora, que xingou Titi nas redes sociais.
Bruno Gagliasso fala após prestar queixa de ofensas contra a filha Titi A advogada Silvia Souza, que representou Bruno Gagliasso e Giovanna no processo, comentou a decisão: “Essa é a maior condenação criminal para o crime de racismo que se tem notícia no Brasil e com regime inicial fechado.
Essa decisão nos dá uma fagulha de esperança que crimes de racismo bárbaros como esse, especialmente por meio de redes sociais que podem ter alcance global, não passem impune", afirmou ela.
Em nota enviada à imprensa, a advogada Juliana Souza considerou a decisão como "histórica": "Existe aquela conhecida frase, de que o racismo no Brasil compensa.
Hoje, com essa sentença, podemos dizer que não, não compensa”, celebra a advogada. O g1 tenta contato com a advogada da influenciadora.
A Justiça Federal informou que o processo corre em segredo de Justiça, por envolver uma menor de idade. Veja a nota de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso na íntegra: "Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo.
E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar.
Nunca é tarde, mas ainda é tarde. Quando nossa filha Chissomo tinha apenas quatro anos, em 2017, foi alvo pela primeira vez do racismo.
Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima assim como ocorre com toda criança preta.
O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado.
Demos voz aos idiotas? Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia.
E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo.
A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Essa á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado.
Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez.
Apesar de tardio, é histórico.
O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo sua redução.
E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos estamos lutando por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade. Seguimos confiantes na atuação consistente do judiciário para assegurar que crimes de racismo sejam devidamente reconhecidos e punidos – enaltecemos também a Procuradoria da República do Rio de Janeiro pela atuação firme e combativa.
E somos gratos à advogada @julianasouzaoris e sua equipe que nunca nos deixou esmorecer. Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço.
Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar. Bruno e Giovanna"