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Baixo volume de água muda o cenário nos arredores de represa na Grande São Paulo

Postado em 20 de Setembro de 2024


Reservatório do Paraitinga, em Salesópolis, está com 32,8% de sua capacidade, um dos piores índices dos últimos cinco anos para o mês de setembro.

Ainda assim, DAEE afirma que volume é normal para esta época do ano.

Brasil enfrenta seca mais duradoura e de maior proporção da história recente Relevo ao fundo, alguns pássaros e animais aproveitando o grande pasto.

Elementos que poderiam facilmente compor uma pintura, mas nem tudo está na proporção correta na represa Paraitinga, em Salesópolis.

O verde do pasto é demais, tomou o espaço que deveria ser água. "Era cheio de água, só via água aqui, a coisa mais linda, cheia de pássaros, garça.

Ano passado apareceu uma garça colhereiro, que é cor de rosa, coisa mais linda.

Lindíssimo isso aqui, lindíssimo", a descrição da dona de casa Lore Maria Barz é de um passado que ela viu existir.

São mais de 15 anos morando aqui.

A represa de Paratinga é como se fosse o quintal da casa dela.

As cores, junto com a paisagem, foram mudando.

A ausência do enorme espelho d’água tem como um dos motivos a chuva que não aparece há algum tempo. "Nos anos que estou aqui, são 16 anos, para mim é uma das piores que aconteceu", lamenta ela sobre a falta de chuva. O fato é que, neste ano, a chuva não está vindo na quantidade que era esperada.

Até o momento, dos 60,3 milímetros da média histórica, setembro tem no acumulado apenas 2,6 mm.

No mesmo período do ano passado, a marca estava em 38,5 mm. Andar por entre a represa era impossível meses atrás.

Agora, por conta dos baixos níveis de água, é possível caminhar no local.

Ano passado, a represa vivia um de seus melhores momentos, com mais 70% do volume de água disponível.

Neste ano, no mesmo período, uma redução de quase 40%.

Esses números servem para descrever o cenário que é visto, um dos piores nos últimos anos. No gráfico a seguir, é possível ver o volume de água na represa de Paraitinga no mês de setembro ao longo de cinco anos: Números que se assemelham em outras represas que formam o Sistema Produtor Alto Tietê.

Confira no gráfico a seguir: Com a ajuda de uma plataforma de visualização de mapas, é possível ver o sobe e desce do nível da represa (veja no vídeo acima).

Com destaque para 2015, ano de crise hídrica.

Nos anos seguintes, a quantidade de água oscila. Esse verde todo não é totalmente estranho no local.

A arquiteta Rosana Costa se mudou com a família da capital, na década de 80. "Era uma plantação de arroz, era uma paisagem com brejo, normal.

Só que depois começou essa ideia de transformar aqui na represa Paraitinga e com isso teve que todo mundo desocupar, que foi obrigado, para poder fazer essa barragem", ressalta. O ar também mudou, está mais difícil de respirar.

A Rosana conta que as queimadas, infelizmente, também são constantes.

São anos acompanhando essa paisagem que por mais que tente se recuperar, nunca volta a ser como era antes. "Agora, vamos aguardar, porque já era para estar chovendo.

Setembro, né? Mês de chuva.

Mas vamos ver agora, porque agora chovendo, em cerca de mais ou menos uns 15, 20 dias ela já muda o cenário, já fica bem legal a paisagem.

Depois eles já começam o processo de novo, a abrir as compotas, porque isso faz parte". A Rosana compartilha o sentimento da Lore.

O momento é de incerteza de como será o futuro. "Triste.

Triste, porque tu vê que na realidade isso é um fenômeno mundial, esse monte de problemas.

E quem vai sofrer são as gerações que estão vindo", conclui Lore. Apesar do cenário de estiagem mostrado na reportagem, o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), informou que o reservatório do Paraitinga está operando hoje com 32,8% de sua capacidade, nível normal para essa época do ano.

Já a Sabesp disse em nota que a Paraitinga é uma das cinco represas do Sistema Alto Tietê, que compõe o Sistema Integrado Metropolitano e opera nesta sexta-feira (20) com 51,3% do volume total e se mantém na média dos últimos cinco anos de 50,6%.

Por isso, não há desabastecimento. Represa Paraitinga está com 32,8% de sua capacidade Reprodução/TV Diário Assista a mais notícias do Alto Tietê

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