Pedido ocorreu em encontro com a PMSC.
Segundo o órgão, o objetivo do encontro também foi discutir e entender a decisão e dialogar com a corporação.
Câmeras corporais da PMSC PMSC/ Divulgação A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Catarina solicitou à Polícia Militar, em reunião com a corporação na quinta-feira (20), que as câmeras corporais da PM sejam mantidas em uso "até que outra solução tecnológica seja efetivamente implementada para substituição" delas, informou o órgão. O estado, que foi pioneiro no uso da tecnologia nas fardas dos policiais, anunciou o encerramento do programa nesta semana.
Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Segundo o órgão, o objetivo do encontro também foi discutir e entender a decisão e dialogar com a corporação para encontrar "soluções que mantenham o equilíbrio entre segurança e direitos fundamentais". A OAB esteve representada pelo presidente da Comissão Estadual de Assuntos Prisionais da Seccional, Wiliam Shinzato, e pelo presidente da Comissão de Direito Militar, Victor Malheiros, que demostraram preocupação com possível impacto causado pela retirada da tecnologia. Conforme o órgão, as câmeras têm contribuído para elucidação dos crimes, mas também para a segurança dos militares quando ocorre "alegação da prática de abusos ou condutas indevidas". O dispositivo, acoplado aos uniformes, é usado para captar as interações do policial com o ambiente e com outras pessoas. Conforme o Ministério da Justiça e Segurança Pública, esses "registros são cruciais para construir uma cadeia de evidências robusta e confiável, essencial tanto para a defesa dos profissionais em situações jurídicas quanto para a transparência nas operações de segurança pública". Leia também: TJ diz que PM devolveu R$ 3,2 milhões não usados em programa de câmeras corporais Por meio de assessoria de imprensa, a PMSC informou ao g1 que a corporação "mantém a sua posição já repassada" (veja nota abaixo), e classificou o encontro como uma "conversa sobre o assunto".
A conversa Segundo o presidente da Comissão Estadual de Assuntos Prisionais, Wiliam Shinzato, a reunião com o Comando-geral da PM foi uma "oportunidade de estreitar os laços institucionais e entender melhor os motivos que levaram à decisão". “Por outro lado, buscamos expor os motivos pelos quais a OAB/SC entende importante, ainda que provisoriamente, a manutenção do projeto atual.
Entendemos que o diálogo é o caminho para a construção de soluções e agradecemos a atenção e a recepção do Comando-Geral”, destacou. Decisão A decisão de encerramento do programa ocorreu após recomendação do Estado-Maior da PMSC, órgão subordinado ao Comando Geral da PM, e foi divulgada na segunda-feira (16). Segundo o coronel Jailson Franzen, falta de manutenção pela empresa que forneceu os equipamentos, pouco armazenamento disponível e instabilidade no acionamento delas definiram a medida. O despacho, assinado em 9 de setembro, cita problemas operacionais e falta de recursos financeiros entre as justificativas para o encerramento do programa, feito em parceria com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que destinou mais de R$ 6 milhões ao investimento, segundo nota (íntegra abaixo). O documento determina as seguintes medidas: Recolhimento e baixa de todas as câmeras; Estudo para “soluções tecnológicas mais adequadas aos interesses institucionais e à preservação da ordem pública”; Busca por alternativas de financiamento para um novo programa de monitoramento. Dagmara Saputz: OAB/SC solicita a manutenção das câmeras corporais dos policiais militares O que diz a PM O Comando-Geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), considerando relatório do Estado-Maior-Geral, encerrou na segunda-feira, 16, o atual projeto de câmeras corporais e determinou o recolhimento e baixa de todos os equipamentos ainda em operação, iniciando de imediato o estudo de novas soluções tecnológicas mais adequadas aos interesses institucionais e à preservação da Ordem Pública. Desta forma, a partir desta nova análise, será possível a elaboração de uma proposta para a busca de novas alternativas de financiamento e manutenção, que possam garantir de forma eficiente o registro de imagens das ocorrências policiais. Para o comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, a decisão ficou muito clara a partir do relatório apresentado pelo Estado-Maior-Geral, através dos dados colhidos desde 2022 pela Diretoria de Tecnologia e Informação e Comunicação (DTIC).
“Os aparelhos e o software utilizados pelas atuais câmeras não atendem mais à realidade da PMSC.”, completou. Através do Plano Estratégico de Comando 360º, que institui uma programação das atividades até 2033, a PMSC está trabalhando para atingir um nível de desempenho e eficiência ainda mais elevado.
Atualmente a PMSC está no nível 5.0. Problemas Técnicos - Após análise dos pontos destacados pelo Órgão de Direção Setorial responsável pelo projeto, percebe-se que as câmeras, bem como todo o sistema envolvido, não alcançaram os objetivos esperados e, principalmente, que não há condições de manutenção adequada devido à obsolescência tecnológica para manter o projeto em pleno funcionamento. A DTIC destacou também a fragilidade e vulnerabilidade nos quesitos de segurança que poderão trazer prejuízos à cadeia de custódia das provas que podem ser obtidas por meio de imagens, dadas as possibilidades de invasão e adulteração das imagens capturadas.
Além disso, a empresa anteriormente contratada para manutenção, não realiza mais o serviço, o que deixou muitos aparelhos sem o devido conserto. O relatório salienta a questão financeira quanto à manutenção do Projeto, já que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), por sua vez, mesmo tendo sido executado de forma correta, obedecendo todos os prazos e critérios, encerrou a participação no âmbito daquele órgão, significando que o aporte financeiro não foi renovado.
O atual projeto iniciou em 2019. “Devemos evoluir em cada processo.
As câmeras corporais são mais um dos equipamentos que o policial militar utiliza no seu dia a dia.
E por depender da tecnologia, devemos buscar uma solução mais atualizada e que possa servir à corporação por mais tempo e com mais eficiência”, acrescentou o coronel Pelozato. O que diz a empresa Confira abaixo a nota da empresa fornecedora dos equipamentos. Esclarecemos que quanto ao citado na matéria, citando fonte da PMSC de que um dos fatores para o encerramento do programa foi “...
falta de manutenção das câmeras pela empresa que forneceu os equipamentos”, deve-se a uma decisão exclusiva da Polícia Militar de Santa Catarina, que optou por não renovar o contrato de manutenção dos equipamentos, que teve o seu vencimento em setembro/2023.
Não tendo nesse episódio nenhuma ação ou deliberação da Ditec, fornecedora dos equipamentos e do contrato de manutenção dos mesmos. A câmera corporal utilizada pela Polícia Militar de Santa Catarina é o modelo SS1 da Ditec Telecomunicações, fornecido através de licitação no ano de 2.019.
Esse modelo ainda é comercializado e utilizado por vários órgãos públicos e empresas privadas no Brasil e possui assistência e manutenção prestados regularmente pela empresa aos seus clientes, que demandam o procedimento. Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias