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Indígena morta em Amarante do Maranhão fugiu do marido e foi para a casa dos pais na aldeia, uma semana antes de ser assassinada

Postado em 23 de Agosto de 2024


Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos, fugiu para a casa dos pais após ser ameaçada pelo marido, Wendel Silva Machado.

Ao voltar para sua residência, ela foi assassinada.

Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, lamenta feminicídio de indígena no MA: 'morta no lugar que deveria ser um espaço seguro' Divulgação A indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos, que foi morta a golpes de faca na cidade de Amarante do Maranhão, havia fugido para a casa dos pais, em uma aldeia, uma semana antes de ser assassinada, após ser ameaçada pelo marido, Wendel Silva Machado. A indígena Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, de 33 anos, que foi morta a golpes de faca na cidade de Amarante do Maranhão, havia fugido para a casa dos pais, em uma aldeia, uma semana antes de ser assassinada, após ser ameaçada pelo marido, Wendel Silva Machado. A informação foi divulgada pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), nesta sexta-feira (23), após a prisão de Wendel, que é apontado como autor da morte de Joanilde, que era técnica de enfermagem e trabalhava no Centro de Parto Normal da Secretaria de Saúde de Amarante do Maranhão.

A polícia informou, ainda, que a vítima tinha quatro filhas, todas menores de idade, sendo duas com Wendel.

O casal estava junto desde 2014, quando ela foi agredida pela primeira vez pelo marido, que chegou a ser autuado em flagrante pelo crime de lesão corporal. Na semana anterior ao feminicídio, Wendel ameaçou Joanilde, forçando-a a fugir para a casa dos pais.

E, dois dias antes do assassinato, o homem tentou tirar a vítima à força da casa dos sogros, mas foi impedido por populares. Já no dia do crime, 21 de agosto, Joanilde Guajajara retornou para sua casa no bairro Industrial, em Amarante, por volta das 18h.

Nesse momento, Wendel deixou as filhas do casal do lado de fora da residência, amarrou a vítima e a golpeou várias vezes com uma faca.

Os pais do casal foram chamados, mas ao chegarem ao local, encontraram a indígena morta e Wendel em fuga. Após o crime, ainda segundo a polícia, o suspeito fugiu em um veículo modelo Siena, de cor prata, e se abrigou em diferentes locais e quase foi capturado na madrugada do dia 22 de agosto.

Durante a fuga, Wendel furtou uma moto, que ele estava pilotando no momento da sua captura, nesta sexta-feira. O homem foi preso no povoado Piripiri, entre as cidades de Amarante e Grajaú.

No momento da prisão, ele tentou fugir do cerco policial na moto roubada, mas foi baleado no calcanhar e capturado.

“Ele estava pilotando uma moto roubada e portando uma faca.

Durante a abordagem, ele não obedeceu à ordem de parada e avançou contra os policiais, que realizaram disparos de advertência.

O suspeito continuou seu avanço e foi alvejado no calcanhar esquerdo, resultando em sua rendição imediata”, declarou o delegado Emerson Felipe, titular da Delegacia de Amarante, que conduz as investigações. No momento da prisão, Wendel Machado reagiu a abordagem policial e acabou sendo baleado no calcanhar esquerdo. Divulgação Além da prisão do suspeito, a polícia apreendeu a faca que teria sido utilizada no feminicídio e uma segunda faca que ele portava no momento da abordagem, bem como armas de fogo, que estavam em sua casa.

O veículo Siena, utilizado na fuga, também foi apreendido em uma região de mata, por uma equipe de policiais civis de Grajaú. Histórico de violência Joanilde Paulino Guajajara foi assassinada com um golpe de faca Reprodução Além de já ter respondido a processos por lesão corporal contra Joanilde e sua enteada, Wendel Machado foi condenado por porte ilegal de arma e é acusado de outro feminicídio em 2021, na cidade de Imperatriz, tendo como vítima Carla Tayra Sousa de Oliveira, de 19 anos. Na época do crime, o homem chegou a ser preso, mas foi colocado em liberdade condicional em junho do mesmo ano e nunca foi julgado por esse crime.

Wendel e Carla se conheceram pela internet e, em um mês, passaram a morar juntos. Reprodução/TV Mirante De acordo com as investigações, Wendel e Carla se conheceram pela internet e, em um mês, passaram a morar juntos.

Nessa mesma época ele também mantinha relacionamento com Joanilde, que teria terminado por conta da traição, mas acabou reatando com o companheiro.

Ministra dos Povos Indígenas lamentou morte de Joanilde Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Ascom/MPI A ministra dos Povos Indígenas, a maranhense Sônia Guajajara, se manifestou na tarde dessa quinta-feira (22), sobre o feminicídio de Joanilde Guajajara. Por meio das redes sociais, a ministra destacou ter recebido com “profunda tristeza e revolta” a notícia da morte da técnica de enfermagem, que era do Território Indígena Arariboia, e foi morta pelo próprio marido. “Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso.

Joanilda (sic) foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres”. Sônia Guajajara destaca que a vítima era indígena e técnica de enfermagem e que é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. “Joenilda (sic), jovem mulher indígena, mãe, técnica de enfermagem é mais uma vítima do feminicídio em nosso país.

Não podemos aceitar que situações como essa continuem acontecendo, que mulheres percam suas vidas dia após dia em uma cultura machista que viola nossos corpos e nos violenta diariamente”. Leia, na íntegra, a manifestação da ministra sobre o caso Mais uma vítima de feminicídio! Recebi com profunda tristeza e revolta a notícia sobre o assassinato brutal de Joanilda Guajajara do meu Território Indígena Arariboia pelo seu marido em Amarante (MA). Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso.

Joanilda foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres. Joenilda, jovem mulher indígena, mãe, técnica de enfermagem é mais uma vítima do feminicídio em nosso país.

Não podemos aceitar que situações como essa continuem acontecendo, que mulheres percam suas vidas dia após dia em uma cultura machista que viola nossos corpos e nos violenta diariamente. Meus sinceros sentimentos a toda a família, que além de parentes, são meus amigos e toda a solidariedade aos amigos e amigas de Joenilda.

Desejo muita força nesse momento tão difícil e que a justiça seja feita.

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