Com a brusca descida do rio, embarcações têm dificuldade de transportar mercadorias que abastecem todas as cidades da região.
Seca traz impactos econômicos na tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru Alexandro Pereira/Rede Amazônica A seca severa que atinge o Rio Solimões já traz impactos econômicos na fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru.
Com a brusca descida do rio, embarcações têm dificuldade de transportar mercadorias que abastecem todas as cidades da região. Participe do canal do g1 AM no WhatsApp O município de Tabatinga, no interior do Amazonas, fica localizado na divisa com os dois países.
Por lá, nesta semana, o Rio Solimões recuou, em média, 4 centímetros por dia, atingindo a marca de -2,06 metros.
Na época de cheia, em março, o rio ultrapassou os 10 metros na mesma região. A cidade concentra o intercâmbio comercial entre os três países.
Só que com o rio tão seco, grandes embarcações não chegam à localidade e, as que ainda conseguem atracar, aumentaram muito os preços do frete. Segundo o barqueiro Manoel Cardoso, os profissionais do setor náutico buscam ajudar uns aos outros. “eu atraquei aqui com a ajuda dessa balsa aqui, pra ela também descarregar aqui, porque se eu não encosto aqui, ela também não ia poder encostar, porque eles estavam bem carregados”, diz. Ele explica que hoje há uma dificuldade em ocupar a embarcação com a carga completa.
Ao reduzir o volume transportado para conseguir navegar, os impactos no bolso são sentidos pelos trabalhadores. "Nenhum barco vem com a carga completa.
Quando a carga vem completa é um preço, quando vem só pela metade, a gente tem que subir o preço porque a despesa é tirada daqui”, explica o profissional. LEIA TAMBÉM: População ribeirinha de Manaus enfrenta impactos da seca para comprar alimentos e insumos Manaus e Região Metropolitana batem recorde de consumo de energia devido ao calor extremo A viagem de balsa da capital Manaus a Tabatinga, durante o período da cheia, costuma durar 11 dias.
Em meio a estiagem, o trajeto demora três dias a mais para ser concluído, devido a necessidade de diminuir a velocidade para não colidir com bancos de areia que surgem onde antes havia água. "Tá muito difícil a navegação, tem muitos pontos que é crítico, é muito difícil.
A gente só pode passar de dia, sondar pra onde dá pra passar, pra poder a gente chegar por aqui", explica o marinheiro Francisco dos Santos. Porto de Tabatinga, no interior do Amazonas Alexandro Pereira/Rede Amazônica O porto público de Tabatinga e também o principal porto da cidade colombiana de Letícia estão inoperantes.
No lado peruano, na ilha de Santa Rosa, agora existe um deserto onde antes passava o rio.
Flutuantes e barcos estão encalhados e a faixa de areia só aumenta. Segundo o Serviço Geológico do Brasil, essa é a pior seca do Solimões registrada em quarenta e dois anos. “Esse ano a gente tá vendo que as chuvas não estão chegando.
então ele pode ser que ele continue baixando nos próximos nas próximas semanas com essa falta de chuva que vem acontecendo no brasil, então ele pode atingir níveis mais baixos do que está hoje”, explica o coordenador do sistema de alerta hidrológico do SGB, Artur Matos.