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'Deus me livre de mulher CEO': G4 Educação diz que Tallis Gomes renunciou após declaração, e que mulher assumiu cargo

Postado em 22 de Setembro de 2024


Tallis Gomes foi criticado após dizer 'Deus me livre de mulher CEO'.

Empresa G4 Educação divulgou nota nas redes sociais.

Maria Isabel Antonini assume posto de CEO.

Tallis Gomes, presidente-executivo e fundador da Easy Taxi, aplicativo para pedir táxis Divulgação A empresa G4 Educação anunciou, na noite deste sábado (21), que Tallis Gomes renunciou aos cargos de CEO e de presidente do conselho.

Na mesma nota, a empresa também afirmou que uma mulher assumiu o posto.

"Maria Isabel Antonini, sócia e atual CFO da companhia, assume como CEO.

Com mais de 10 anos de experiência na liderança e na gestão de negócios, Maria Isabel é Engenheira de Produção (UFMG), ex-CEO da Singu, com passagens em grandes empresas, como GPA e Itaú Unibanco", diz trecho do nota.

Post da empresa G4 Educação anunciando que Tallis Gomes renunciou ao cargo Reprodução Instagram/g4educacao Na semana passada, Tallis deu declarações sobre mulheres em cargos de liderança que repercutiram negativamente nas redes sociais.

"Deus me livre de mulher CEO", disse ele em um post na ferramenta Stories do Instagram.

"Na média, essa não é o melhor uso da energia feminina", escreveu ele em outro trecho do post.

Depois, após ser criticado, ele pediu desculpas na quinta-feira (19).

"Ontem, eu errei feio num texto aqui no Instagram.

E quero reconhecer o erro e pedir desculpas.

Muitas mulheres se sentiram machucadas pelas minhas palavras, e eu estou profundamente chateado por ter magoado essas pessoas", afirmou o executivo em publicação nos stories.

"Fui infeliz no meu texto ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida e acabei tocando em pontos sensíveis, usando palavras que não deveria usar", continuou o empreendedor. Também neste sábado (21), a Hope anunciou que Tallis deixou o conselho consultivo da marca.

Postagem de retratação do empresário Tallis Gomes Reprodução/Redes Sociais O que aconteceu? Na última quinta-feira (19), em resposta à pergunta "Se sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?", feita por um de seus seguidores no Instagram, Tallis respondeu "Deus me livre de mulher CEO", dissertando em seguida que, "salvo raras exceções", mulheres em cargos de liderança passam por um "processo de masculinização". Publicação do empresário Tallis Gomes viralizou nas redes sociais Reprodução/Redes Sociais "Essa mulher vai passar por um processo de masculinização que invariavelmente vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano.

Vocês não fazem ideia da quantidade de estresse e pressão envolvida em uma cadeira como a minha.

Fisicamente você fica abalado, psicologicamente você precisa ser muito, mas mito cascudo para suportar", disse Gomes. Tallis ainda ainda disse que esse não seria o "melhor uso da energia feminina". "A mulher tem o monopólio do poder de construir um lar e ser base de uma família — um homem jamais seria capaz de fazer isso.

Pra quê fazer a vida dessa mulher pior dessa forma?" questionou Gomes em seus stories. Nas declarações do executivo, "o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem". "Hoje, vejo um bando de marmanjo encostado trabalhando pouco e dividindo conta com mulher.

Eu entendo que temporariamente pode acontecer, eu mesmo já passei por isso no passado — mas tem que ser algo transitório", escreveu Tallis.

Conheça histórias de mulheres que enfrentaram a violência do machismo Reações nas redes sociais Após a publicação, Tallis Gomes foi criticado nas redes sociais e causou uma série de reações de executivas. Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, por exemplo, escreveu em seu LinkedIn que "não concorda em nada com o posicionamento" de Gomes, que é sócio do G4 Educação. "Criei três filhos trabalhando muito, inclusive como CEO do Magalu.

Soube cuidar deles e dos idosos da família", disse a executiva, destacando que mulheres podem ser aquilo que querem e optam ser. "Às mulheres, peço que não deixem que posicionamentos como esse abalem seus desejos e opções.

Quem te irrita, te domina.

Não deixemos a irritação nos dominar.

O que interessa é que juntas somos mais fortes", afirmou Trajano na publicação. "Vou deixar um legado para as minhas netas.

Elas saberão que lutei pela nossa igualdade, junto com muitos homens e todas as mulheres do Brasil.

Estamos chegando lá", acrescentou.

A diretora comercial e de marketing da Reckitt, Renata Vieira, a general manager da VTex no Brasil, Rafaela Rezende, a diretora de recursos humanos da Itaúsa, Claudia Meirelles, e uma série de outras executivas também se posicionaram sobre o tema em suas redes sociais.

Outras polêmicas O empreendedor também já protagonizou outras polêmicas.

Em julho deste ano, por exemplo, Tallis chegou a afirmar que "não contratar esquerdistas" é a "base da cultura" do G4 Educação. "Esquerdista é mimizento, não trabalha duro, fica com esse negócio que parece que todo mundo deve alguma coisa para ele", disse o empreendedor. Ele também afirmou que quem não trabalha de 70 a 80 horas por semana, nunca vai "construir nada na vida".

À época, as falas também repercutiram nas redes sociais.

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