Registro foi feito pelo professor do Instituto de Física, da UFMT, usando uma ampliação de 80 vezes, por meio de um telescópio refrator, acoplado com um filtro.
O fenômeno é raro e só acontece a cada 11 anos quando o Sol atinge o pico máximo Pablo Munayco Solorzano O fenômeno é raro e só acontece a cada 11 anos quando o Sol atinge o pico máximo Pablo Munayco Solorzano Um professor do Instituto de Física, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) registrou imagens, nos últimos dois meses, de diversas explosões ocorrendo de forma simultânea no sol.
Segundo o responsável pelo registro, o professor de física Pablo Munayco Solorzano, o fenômeno pode ocorrer a qualquer momento, mas é difícil de ser captado. As imagens foram registradas diretamente de Cuiabá, usando uma ampliação de 80 vezes, por meio de um telescópio refrator, acoplado com um filtro chamado Daystar Quark, que é um interferômetro — dispositivo científico utilizado para medir pequenas variações em distâncias ou mudanças em ondas — revelando as atividades da cromosfera. Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Segundo o professor, o equipamento avançado permite capturar imagens precisas das explosões solares, revelando aspectos da cromosfera do sol, que não são visíveis com instrumentos comuns.
Ele contou que cada ciclo solar tem cerca de 11 anos e, durante esse período, o campo magnético do sol se inverte, causando variações na atividade, e que a previsão para 2025 é que a atividade aumente.
“É um equipamento relativamente caro e, por isso, é raro de achar.
É difícil saber se acontecerá [uma supertempestade] mas a alta atividade nos coloca em alerta.
Nós conseguimos observar as explosões solares, e das imagens que realizamos de Cuiabá, nenhuma é artificial.
Foram todas capturadas com câmera colorida”, contou. Imagens foram registradas diretamente de Cuiabá, usando uma ampliação de 80 vezes Pablo Munayco Solorzano Além disso, Solorzano explicou que o Instituto de Física da UFMT está equipado com uma infraestrutura avançada para a observação astronômica.
Entre os recursos disponíveis, destacam-se os modernos telescópios capazes de monitorar com precisão tanto as explosões solares quanto as manchas solares, que não são visíveis a olho nu. “Também podemos, através de um sistema de câmeras, observar galáxias e nebulosas que também são invisíveis em telescópios comuns”, pontuou.
Explosão solar aumenta o calor na Terra? Explosão solar Pablo Munayco Solorzano Ao g1, Solorzano disse que o impacto das explosões podem refletir na temperatura na Terra, mas de forma bem sutil, tanto que o impacto das ações humanas têm um efeito muito mais significativo e negativo sobre o clima global e os problemas envolvendo as questões climáticas do que os fatos abrangendo o sistema solar.
Ele explicou que estudos indicam que, durante períodos de máxima atividade solar, o aumento na temperatura média da terra pode ser de cerca de 0,1°C.
Essa estimativa é baseada na medição da energia irradiada pelo Sol que chega à Terra durante esses períodos de alta atividade solar.
No entanto, esse aumento é relativamente pequeno quando comparado às mudanças climáticas causadas por atividades humanas, que têm contribuído para um aumento médio de aproximadamente 1°C na temperatura global. "Tem outros estudos publicados pela Nasa que sugerem, não confirmam, que, durante alguns mínimos, a temperatura do planeta poderia diminuir até 0,3 C mas também não aliviaria os efeitos das mudanças climáticas produzidas pelo homem", relatou.
Entenda o fenômeno A explosão solar é uma intensa liberação de energia na atmosfera do Sol, predominantemente na forma de radiação eletromagnética.
Esses eventos ocorrem quando o campo magnético solar se reorganiza abruptamente, liberando a energia acumulada.
Essas explosões frequentemente acontecem nas regiões das manchas solares, onde o campo magnético é mais intenso e complexo. Segundo o professor, a presença de um maior número de manchas solares indica uma atividade solar mais intensa.