Organização de cooperação internacional conta, por exemplo, com a difusão amarela, para pessoas desaparecidas, e a negra, para informações sobre cadáveres não identificados.
Primeiro brasileiro a chefiar Interpol em mais de 100 anos quer modernizar organização Depois de um alerta vermelho da Interpol, um agente do FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos) é acionado e vai atrás dos dois ladrões de arte mais procurados do mundo.
O que ele não sabia é que tudo não passava de um plano elaborado pelos próprios "vilões", que desejavam usá-lo para chegar aos valiosíssimos ovos da Cleópatra, artefatos da última rainha do Egito e de paradeiro desconhecido. A sinopse acima, do filme "Alerta vermelho" (2019), é pura ficção, mas mostra como os alarmes da Interpol estão no imaginário popular.
Quando ouvimos falar desta que é a maior organização policial do mundo, uma das primeiras associações que vêm à mente são as notificações internacionais emitidas para localizar e prender pessoas procuradas ao redor do planeta.
A primeira emissão do alerta vermelho da história data de 1947.
Objetivo: tentar encontrar um russo acusado pelo assassinato de um policial.
"Isso é o trabalho que foi, na verdade, a causa da criação da Interpol", contou, em entrevista ao g1, Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal que será o primeiro brasileiro a chefiar a organização.
Leia a entrevista completa.
Além da "difusão vermelha" (o termo técnico e oficial), a Interpol tem diversos outros sinais – cada qual com sua finalidade (e cor) específica.
Veja todas no infográfico abaixo: Muito além do 'alerta vermelho' - conheça todas as difusões da Interpol. Juan Silva/g1 Como o sistema foi criado O arquivo da difusão vermelha foi o primeiro banco de dados da Interpol, criado originalmente de forma analógica.
O sistema de registros era feito com fichas de cartolina classificadas por nomes (arquivadas tanto em ordem alfabética quanto fonética), documentos legais (como dados pessoais e números de matrícula de veículos) e crimes (classificados por tipo e por local). Na década de 1980, os registros foram informatizados.
Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
Segundo os dados disponibilizados pela Interpol, até dezembro de 2023, havia 124.741 notificações vigentes, sendo: 74.224 da difusão vermelha; 18.179 da azul; 16.394 da amarela; 12.400 da verde; 2.237 da negra; 624 da roxa; 612 da especial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU); e 71 da laranja. Os bancos de dados da Interpol eram analógicos até a década de 1980, quando foram informatizados Interpol/Divulgação Brasileiro quer modernizar ainda mais organização Ao g1, Valdecy Urquiza, que terá assumirá o cargo mais alto da Interpol em novembro, deseja que modernização da organização seja uma das marcas de sua gestão.
"Precisamos investir muito em adoção de novas tecnologias dentro da própria organização, impulsionar ainda mais a atividade de inovação tecnológica de forma que a gente consiga oferecer mais ferramentas para os países, especialmente para aqueles países em desenvolvimento", afirma ele.
Desde 2015, a Interpol conta com um complexo global para inovação tecnológica, localizado em Singapura.
Lá, policiais de todo o mundo são enviados para capacitações, especialmente no combate a crimes cibernéticos.
Para a pesquisa de soluções e identificação de novas ameaças, a organização também tem feito parcerias com instituições privadas.
"O que se tem visto hoje, na atividade policial, é que os dados que são necessários para investigações estão com empresas privadas, com provedores de serviços na internet", diz Urquiza.
"E, aí, é essencial que se tenha uma parceria forte com instituições privadas que possam ajudar no desenvolvimento dessas ferramentas, no desenvolvimento dessas técnicas."