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De apanhador de açaí a herói: saiba quem é o ribeirinho que resgatou vítimas de piratas, no Pará

Postado em 24 de Agosto de 2024


Antônio Rodrigues, de 40 anos, atendeu ao apelo de um amigo para ajudar a procurar pelos desaparecidos.

Ele fez as buscas sozinho, pois ninguém quis acompanhá-lo na jornada.

Antônio Rodrigues mora na comunidade ribeirinha de Santa Ana, em Gurupá, e resgatou vítimas de piratas Reprodução/Redes Sociais Foi um morador da comunidade ribeirinha de Santa Ana, em Gurupá, no arquipélago do Marajó, que resgatou os passageiros da lancha Expresso Fonseca, que foi sequestrada por piratas, no Pará.

A embarcação partiu de Gurupá, no último dia 19, com destino a Porto de Moz, região Oeste do Estado.

Três assaltantes, que fingiam ser passageiros, anunciaram o assalto. Um deles foi preso nesta sexta-feira (23), no estado do Amapá, durante uma operação conjunta das polícias civis do Pará e Amapá e Polícia Federal.

A investigação é feita pela delegacia de Porto de Moz.

A Marinha informou que a Expresso Fonseca está em situação regular. Leia também: Roubo, abandono em ilha deserta, desvio de rota: veja cronologia do ataque de piratas a barco com mais de 20 passageiros no PA Na manhã do última terça-feira (20), Antônio Rodrigues, de 40 anos, estava em casa se preparando para trabalhar quando recebeu o telefonema de um amigo pedindo que ele ajudasse a procurar por familiares dele que estavam na lancha que tinha desaparecido no dia anterior. "Me coloquei no lugar das famílias que estavam buscando por notícias dessas pessoas desaparecidas.

Pedi para meu cunhado e um amigo me acompanharem nessa procura, mas eles não aceitaram.

Daí pedi para Deus me iluminasse e me abençoasse e segui pelo rio com a minha voadeira”, lembrou o ribeirinho. As vítimas foram abandonadas em uma ilha deserta, conhecida por ilha Grande.

Eles tinham apenas lençol, isqueiro e um jaleco como recursos para sobreviver em situação extrema. Vítimas de piratas foram abandonados em ilha deserta. Reprodução/Redes Sociais Antônio trabalha como apanhador de açaí e conhece a região.

Ele desconfiou que se houvesse alguém estivesse vivo, poderia ser encontrado naquela localidade, que fica distante cerca de duas horas da casa dele. “É um lugar deserto.

Não tem nada lá.

Se eles tivessem sido deixados em outro local, algum morador da região teria encontrado eles mais rápido.

A minha preocupação era saber se ia encontra-los com vida e se iria, de fato, encontrar alguém.

Eu rezava o tempo todo!”, relatou. Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp Quando avistou o grupo, o ribeirinho sentiu medo.

Ficou em dúvidas se poderiam ser os assaltantes ou se eram as vítimas desaparecidas.

“Quando eu vi a felicidade deles para uma possível ajuda, eu também fiquei feliz e me aproximei”, comenta, com sorriso no rosto ao recordar da cena. Vídeo mostra resgate dos passageiros de lancha que foi roubada por piratas, no Pará No pequeno barco do apanhador de açaí entraram nove mulheres e duas crianças.

Segundo ele, uma criança se tremia e ele não sabe dizer se era de frio e de fome (fraqueza). “Não deu tempo para conversar, eles estavam famintos e eu precisava voltar para pegar o restante do grupo.

Eu prometi que voltaria num intervalo de três a quatro horas em uma embarcação maior, que desse todo mundo e assim cumpri com a palavra e essa ajuda”, acrescentou. Leia também: Vítimas de lancha atacada por piratas e abandonadas em ilha no Pará falam sobre momentos de desespero: 'Um lugar deserto, sem comida, nada' As pessoas que foram resgatadas por primeiro, Antônio levou para a casa dele.

“Juntei um dinheiro que tinha e comprei comida enlatada para preparar para o grupo.

Imagina: estavam sem comer desde o dia anterior, outros até mais de dois dias sem comer”, atentou. Passageiros da lancha levada por piratas foram resgatados pelo apanhador de açaí, Antônio Rodrigues, em Gurupá. Reprodução/Redes Sociais O segundo grupo resgatado foi levado para a casa do professor Manoel Tito Barbosa que mora próximo à casa de Antônio.

Lá as vítimas também foram alimentadas e tiveram acesso à internet e telefone para entrar em contato com os familiares. Em poucos minutos, três embarcações chegaram a casa do professor para buscar as vítimas dos piratas e levá-las para Gurupá e Porto de Moz, conforme os destinos de casa uma. “Eu nunca tinha vivido algo parecido, mas eu fiz o que achei correto.

Atendi ao apelo de um amigo e ajudei não somente a família dele, mas de todas as famílias que estavam aflitas.

Graças a Deus, que todo mundo foi encontrado com vida e estão bem”, celebra o ribeirinho, que se tornou herói na comunidade. Antônio Rodrigues enviou um vídeo para o g1 no qual, relata como as coisas foram acontecendo desde a hora em que saiu de casa para procurar os passageiros desaparecidos até o momento do resgate.

Assista: Ribeirinho que resgatou vítimas de piratas, no Pará, conta encontrou o grupo.

No vídeo ele está ao lado do professor Manoel Tito Barbosa. Initial plugin text VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará em g1 Pará

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