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Incêndio na Ilha do Bananal consome mais de 60 km de mata e brigadistas usam internet via satélite para localizar focos

Postado em 24 de Agosto de 2024


Seca na região, que já dura seis meses, também dificulta o trabalho de brigadistas.

Polícia investiga se o incêndio é criminoso.

No Tocantins, incêndios são em áreas de difícil acesso Brigadistas tem feito o combate às chamas na Ilha do Bananal.

Um incêndio na região já queimou 64 quilômetros quadrados de área na Mata do Mamão e os focos estão espalhados onde ficam o Parque Nacional do Araguaia e terras indígenas de quatro etnias.

Com apoio de satélite, as equipes monitoram o incêndio em locais onde antes não havia internet.

"Foi um salto porque antes a gente vinha para um lugar desse e ficava sem comunicação.

Tínhamos que nos deslocar para locais a 30 km daqui [acampamento].

Vizinhos e pessoas de fora da instituição nos forneciam internet para que a gente pudesse passar informação para o posto de comando.

Ela [internet] deu um salto nesse tempo de resposta da comunicação", explicou o brigadista do Prevfogo Sávio Lima.

Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular. Incêndio Ilha do Babanal Reprodução/Jornal da Globo Como a área é de difícil acesso, os helicópteros ajudam no deslocamento e os brigadistas abrem corredores no meio da floresta, chamados de linhas de defesa.

Um dos principais desafios das equipes é que as chamas atingem regiões degradadas, que ainda não foram recuperadas do incêndio no ano passado, facilitando a propagação do fogo.

LEIA TAMBÉM Incêndio florestal atinge a Ilha do Bananal e já consumiu cerca de seis mil hectares de vegetação Brigadistas contam com tecnologia e helicópteros para chegar aos focos de incêndio na Ilha do Bananal Em 2023, a Ilha do Bananal foi atingida por um incêndio que levou mais de um mês para ser controlado.

Na época, o fogo consumiu mata nativa onde vivem indígenas isolados.

A Justiça Federal havia proibido a circulação de pessoas na Mata do Mamão em 2019, após aparecerem indícios da existência de indígenas isolados.

Apesar da determinação, operações de órgãos ambientalistas identificaram a presença de caçadores e pescadores ilegais, além de rebanhos bovinos.

As autoridades investigam se o incêndio tem origem criminosa.

Brigadistas atuam no combate a incêndios na Ilha do Bananal Reprodução/Jornal da Globo O coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Bruno Cambraia, explica que a seca que dura há quase seis meses na região também dificulta o trabalho dos brigadistas, já que a chuva deve cair só em outubro.

"Chuva provavelmente só em outubro.

Então enquanto não tiver chuva a gente tem que estar com a equipe de prontidão em campo para garantir a resposta mais rápida possível quando vem um novo incêndio", disse.

Quem mora na região sabe que o combate é necessário para proteção da natureza e animais.

Indígenas do povo xerente, que vivem há mais de 300 km da Ilha do Bananal, também ajudam nas ações como brigadistas.

"A gente está aqui para proteger a natureza, né? A gente gosta de fazer o combate também e proteger os animais e as florestas", contou Vanderlei Xerente.

Indígenas da etnia Xerente trabalham como brigadistas na Ilha do Bananal Reprodução/Jornal da Globo Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

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