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Baleada durante um tiroteio no RJ, menina de 13 anos deve receber alta do hospital após mais de 70 dias de internação

Postado em 24 de Agosto de 2024


Ana Beatriz foi atingida quando voltava de uma aula de balé na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.

Ela passou por duas cirurgias e perdeu baço, rim esquerdo, parte do intestino grosso, parte do estômago e a base do pulmão.

Baleada durante um tiroteio no RJ, menina de 13 anos deve receber alta do hospital após mais de 70 dias de internação Reprodução/Jornal Nacional Uma menina de 13 anos, baleada num confronto entre traficantes e policiais, venceu mais de 70 dias de internação num hospital do Rio de Janeiro.

O que mãos tão delicadas são capazes de fazer diante de ferimentos no corpo e na alma. "Pra me distrair, sair um pouco da realidade desse lugar.

Cada peça tem muito amor, então eu boto uma intenção - minha família, minha irmã, minha saúde", diz Ana Beatriz. Obstáculos são superados com criatividade e talento. Ana Beatriz faz pulseiras e terços de miçangas, no leito do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio.

Já são 72 dias de internação.

Ela passou por duas cirurgias. "Mais difícil foi quando eu caí na real do que tinha acontecido comigo", conta. A vida virou de cabeça pra baixo na noite de 13 de junho.

Ana Beatriz tinha saído da aula de balé e voltava para casa ao lado de uma tia e de uma prima, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.

Houve um confronto entre PMs e traficantes - e Ana Beatriz não teve como se proteger. "Pela quantidade de lesões apresentadas, tudo indica ter sido um fuzil.

Perdeu baço, perdeu o rim esquerdo, parte do intestino grosso, parte do estômago e a base do pulmão", diz Edmo Dutra Franco, chefe da cirurgia pediátrica do Hospital Souza Aguiar. Repórter: "Por que essa menina conseguiu sobreviver? Como a medicina explica isso? Edmo Dutra Franco, médico: "Olha, primeiro um milagre.

O primeiro atendimento foi feito de maneira eficaz. Repórter: "A alta já está a caminho?" Edmo Dutra Franco, médico: "Está muito próximo.

Acho que no máximo até segunda-feira consegue ir para casa, finalmente" "Foi o amor da minha família e a fé mesmo para conseguir ficar de pé", afirma a mãe, Ana Carla Silva do Nascimento. Ana Beatriz é a prova de que a vida muda inesperadamente, mas que pode ser reconstruída com força e resiliência quando uma rede de apoio sólida sustenta os desafios mais duros. "É muito emocionante falar da Ana Beatriz, dessa fortaleza que ela é, dessa fortaleza que ela gerou.

Nós estamos aqui para apoiá-la, para segurar forte na sua mão e dizer: 'tu não está sozinha"' , diz a madrinha, Milena Maria da Silva. "É bom, é gratificante saber que sou tão amada", diz a adolescente. Há muitas histórias e miçangas para contar.

A sobrevivente da violência passou a receber pedidos pelas redes sociais e vende cada peça que faz. "Ana Beatriz não fez uma pulseira com dor, sempre sorrindo.

Mandar vibrações boas para quem receber as peças'", diz a mãe. Perguntada se já se deu conta de sua força, Ana Beatriz afirma: "Já! Cada dia mais". E Ana Beatriz chora lágrimas de emoção: "Estou aqui depois de tudo o que aconteceu, estar aqui é um verdadeiro milagre.

Tudo passa, se você acreditar".

A Polícia Civil do Rio informou que as investigações estão avançadas e que vai fazer uma reprodução simulada para ajudar a identificar quem disparou o tiro que atingiu Ana Beatriz.

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