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Manejo de raias em aquário de Ubatuba auxilia na conservação de espécies ameaçadas

Postado em 21 de Agosto de 2024


Prestes a atingir a maturidade sexual, filhote de raia-viola-de-cara-curta representa marco na produção de conhecimento sobre a espécie.

Vídeo mostra filhote de raia-viola-de-cara-curta que nasceu no Aquário de Ubatuba Em fevereiro de 2023, a equipe de manejo do Aquário de Ubatuba, localizado no litoral norte de São Paulo, comemorou o nascimento de mais um filhote da espécie raia-viola-de-cara-curta (Zapteryx brevirostrix), um macho que foi chamado de “Violinha”. O nascimento e desenvolvimento satisfatório do indivíduo representou para a equipe a validação do protocolo de manejo e cultivo da espécie, que vem sendo desenvolvido desde 2002.

A instituição foi o primeiro aquário do Brasil a reproduzir raias de pequeno porte em cativeiro. Macho da espécie raia-viola-de-cara-curta nasceu no Aquário de Ubatuba Giovanna Adelle / TG "Como não havia trabalhos de manejo de filhotes de raias que indicassem as melhores condições de vida para esses animais que pudéssemos utilizar como referência, não tínhamos um protocolo de manejo e cultivo, o que dificultava a sobrevivência desses filhotes”, explica Laura Simões, coordenadora de manejo no Aquário de Ubatuba. A cada nascimento, a equipe buscou entender e aperfeiçoar condições como qualidade de água, alimentação, tipo de substrato e outros aspectos que envolvem o cuidado das raias.

Por fim, os resultados do trabalho de mais de duas décadas apareceram no desenvolvimento rápido do filhote Violinha, que já passou para recinto de exposição junto a outras raias adultas. Nome popular "raia-viola-de-cara-curta" está associado ao formato do corpo do animal Aquário de Ubatuba “Ele está se desenvolvendo super bem e desde o início se alimenta com quantidades suficientes para crescer.

Ele segue com apetite voraz e cresce e engorda um pouquinho toda semana”, comemora Laura. Prestes a atingir a maturidade sexual, Violinha já tem mais de 30 centímetros e pesa cerca de 200 gramas.

A ideia dos biólogos agora é fazer com que o macho se reproduza com uma das fêmeas do aquário, para que se feche o ciclo completo da espécie. Violinha, à esquerda, já divide o tanque de exposição com raias adultas Giovanna Adelle / TG “Dominar o ciclo de vida através do manejo responsável de uma espécie, principalmente ameaçada de extinção, pode garantir populações de segurança, contribuindo para a conservação das raias no Brasil”, afirma a coordenadora. Segundo ela, a produção desse tipo de conhecimento científico é essencial em uma realidade de degradação crescente de habitats.

A instituição também realiza pesquisas com a raia Rhinoptera bonasus e espécies de águas-vivas, cavalos-marinhos e estrelas-do-mar. Biólogos do aquário realizam biometrias e outros procedimentos para acompanhar crescimento das raias Aquário de Ubatuba A espécie A raia-viola-de-cara-curta é endêmica do Atlântico Sul e está classificada como Em Perigo (EN) pela IUCN.

Apesar de não ser alvo de pesca comercial, a espécie acaba sendo capturada na pesca de arrasto de camarão por viver no mesmo ambiente que o crustáceo. “Como o camarão fica sempre associado ao fundo do mar, a pesca de arrasto é feita por uma rede que vai varrendo esse local e a raia acaba sendo capturada acidentalmente”, diz Laura. Assim como outras raias, esta possui os olhos na parte superior do corpo e a boca na parte inferior Aquário de Ubatuba A espécie se alimenta de crustáceos e poliquetas (vermes segmentados pertencentes ao filo Annelida).

Uma curiosidade sobre a reprodução dela está na ovoviviparidade, o que significa que o embrião se desenvolve em um ovo alojado dentro do corpo da mãe. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

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