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Site dos Estados Unidos anuncia venda de fósseis extraídos no Ceará por até R$ 22 mil

Postado em 26 de Agosto de 2024


Fósseis de insetos são comercializados por até US$ 3,9 mil, cerca de R$ 21,6 mil, na cotação atual.

Fóssil de uma libélula encontrado na Bacia do Araripe; local sofre hoje da evasão de fósseis por meio do tráfico ilegal Marcos Santos/ USP Imagens Fósseis de uma cigarra e de uma libélula são comercializados em uma loja virtual dos Estados Unidos.

Os fósseis são oriundos da Chapada do Araripe, no Sul do Ceará e segundo denúncia do doutor em Geociências e professor do curso de Arqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Juan Carlos Cisneros, estavam sendo comercializados por até US$ 3,9 mil, cerca de R$ 21,6 mil, na cotação atual.

Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Juan Carlos Cisneros fez a denúncia ao canal on-line do Ministério Público Federal (MPF), em janeiro de 2023.

Em seguida, o caso foi encaminhado à Procuradoria da República no Ceará. Site dos Estados Unidos anuncia venda de fósseis extraídos no Ceará O pesquisador descobriu através de pesquisa que os preços achados na página virtual do site americano eram considerados de alto valor: a cigarra chegava a custar U$S 3,1 mil dólares (R$17,3 mil) e uma libélula, 3,9 mil (R$ 21,6 mil).

Cerca de 200 fósseis são vendidos pelo site.

O paleontólogo e professor da Universidade Regional do Cariri, Renan Bantim, explicou que a comercialização além dos insetos são de plantas.

Esses objetos são mais fáceis de sair do Brasil por conta do tamanho.

O professor reforça que a prática é proibida desde 1942.

"A maioria desses fósseis vendidos eram de insetos e outros de plantas todos de pequenos porte.

porque são facilmente levado para fora do Brasil.

A comercialização de fósseis no pais é proibida desde 1942 e então comercializar é crime.

Muitos especialistas estão atentos nestes site de comercialização e alertando as autoridades", afirmou.

Fósseis em bagagem de mão Fósseis extraídos ilegalmente do Ceará são vendidos por até US$ 150 mil cada no exterior Em abril, o g1 conversou com a delegada da Polícia Federal em Juazeiro do Norte, Josefa Lourenço, que investigava o tráfico de fósseis na Chapada do Araripe.

Na época ela disse que o tráfico mais profissional, que irriga comércios internacionais, é também "o mais difícil de se investigar".

Isso porque há pessoas que se especializam na área, sabendo como esconder os fósseis em pedras semipreciosas e despachá-los para fora.

Segundo ela, os maiores interessados são pesquisadores brasileiros e do exterior. LEIA MAIS: Fósseis do Ceará são contrabandeados para o exterior em esquema milionário Fósseis extraídos ilegalmente no Ceará revelam espécies que viveram há 110 milhões de anos Ausência de fiscalização favorece tráfico de fósseis no Ceará Ceará não prevê criação de lei para preservar fósseis da Chapada do Araripe Entre 2011 e 2020, A PF de Juazeiro instaurou 25 inquéritos para apurar o tráfico de fósseis da região da Chapada do Araripe.

Contudo, eles não se restringem apenas à destinação internacional, uma vez que também há outro tipo do crime mais local. “Havia um fluxo muito grande de turistas que não tinham conhecimento da lei, embora o desconhecimento não possa ser aplicado.

Trabalhadores de pedreira ofereciam os fósseis, e eles eram encontrados na bagagem de mão em aeroportos.

Esse tipo de comercialização irregular existe na região e tem diminuído, possivelmente por conta das duas últimas operações que fizemos”, analisa. A lei que criminaliza o tráfico de fósseis determina pena de um a cinco anos de prisão, além de multa.

No entanto, os casos podem ser agravados quando envolvem organização criminosa e têm relação com outros tipos de crime. Tráfico de fósseis no Ceará Arte/G1 Como funciona a cadeia criminosa As apurações já realizadas apontam que o tráfico de fósseis se inicia a partir de uma atividade legal: a extração de calcário laminado (uma pedra semipreciosa, também conhecida como pedra cariri).

O material paleontológico está fixo nessas pedras.

Durante a extração, algumas pessoas que atuam nas pedreiras percebem a presença do fóssil, iniciando a cadeia criminosa. A lei afirma que qualquer fóssil encontrado no Brasil é um bem da União, e a extração deles deve ser informada à Agência Nacional de Mineração (ANM) que, em tese, fiscaliza o processo de extração em minas. As espécies mais raras, porém, são ocultadas nessas pedras e enviadas por terra através de caminhões até portos brasileiros.

No momento da fiscalização, em meio a toneladas de pedras cariri, o fóssil passa pelas autoridades alfandegárias após ser atestada nota fiscal como material semiprecioso. Conforme o MPF, o principal local de saída para o mercado europeu é o Porto de Santos, em São Paulo.

Na Europa, onde esse comércio é legal, os materiais cearenses servem de base para pesquisas científicas, coleções e leilões via internet. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

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