Abertura de novo expediente na Promotoria do Consumidor acontece menos de uma semana após a RBS TV mostrar reclamações de alunos e processos judiciais contra a Elite Acting.
Escola de atores oferece cursos em Porto Alegre Reprodução/RBS TV O Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul abriu uma nova investigação contra a escola de atores Elite Acting, de Porto Alegre.
O expediente é feito pela Promotoria de Defesa dos Direitos do Consumidor da Capital, que decidiu pela apuração após o Grupo de Investigação (GDI) da RBS mostrar reportagem em que colheu reclamações de 40 ex-alunos que se sentem enganados pela empresa. Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O promotor Luciano Faria Brasil conduzirá o caso.
Por enquanto, ele prefere não dar entrevista sobre o trabalho, mas o MP confirmou, através da sua assessoria de imprensa, que o expediente vai "investigar os fatos narrados". A escola, através do seu advogado, Henrique Caporal, disse não ter sido notificada até o momento. Em 2021, após denúncias de uma mulher que teria sido contatada pela empresa, o MP já havia investigado a Elite Acting.
O inquérito foi concluído no ano seguinte com a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), em que a escola se comprometeu a deixar claro que a participação de clientes em audições, filmes e peças está condicionada à realização de curso.
Em caso de descumprimento, a multa imposta pelo MP seria de R$ 5 mil, que seriam recolhidos ao Fundo Estadual de Reconstituição dos Bens Lesados.
Cláusula de termo de ajustamento de conduta assinado por escola de atores Reprodução/RBS TV Mais relatos Após a reportagem da última sexta (16), mais ex-alunos procuraram a RBS TV, que já soma 60 relatos sobre suposto descumprimento de contratos por parte da escola e propaganda enganosa, com pessoas de várias partes do estado.
Quem se sente vítima, afirma que foi procurado pela escola por ter "perfil para uma carreira artística" e que participaria de um teste de elenco, mas que, após a audição, ouviu que precisaria fazer um curso para desenvolver as habilidades, no qual teria que pagar.
Além disso, os ex-alunos afirmam que o contrato previa a participação em peças de teatro e em filmes, o que não teria acontecido. Nesta semana, os ex-alunos também organizaram um grupo no WhatsApp que se chama "Vítimas da Elite Acting Filmes" para organizar ações contra a escola.
Já são 77 pessoas no grupo, formado por pais, mães, alunos, que, na descrição, dizem ter sido "lesados pela empresa".
Escola se manifesta nas redes sociais Em um vídeo publicado nas redes sociais, na noite da última segunda-feira (19), a escola afirma ser vítima de um "escárnio público".
Parte do material de quase 7 minutos foi feito com a voz e o vídeo distorcido de comunicadores do Grupo RBS em reportagens sobre o caso, com trilha sonora dramática. Ex-alunos passaram a fazer comentários contrários à escola.
"Acabou a festa! Se tem poucas 'reclamações' é porque muitos, assim como eu, deixaram pra lá.
Já perdi dinheiro demais para gastar com advogados", diz um deles. Outro afirma que a "abordagem da empresa é muito estranha" e que "só após o convencimento ao aluno em aceitar o teste é falado que estão vendendo um curso".
No texto, a escola diz que "em eventuais casos de contratação e não utilização do serviço, sempre restituiu o aluno conforme contrato ajustado, sendo que em alguns casos houve acordo judicial com cumprimento integral do acordo".
E, ainda, que em relação ao TAC, "prestou todos os esclarecimentos e ajustou o termo de conduta com o MP, não havendo qualquer ilegalidade nisto". Alunos relatam que escola de atores, na Capital, teria descumprido contratos VÍDEOS: Tudo sobre o RS