Após cinco anos no nível mais alto de emergência, barragem Sul Superior na Mina de Gongo Soco tem alerta rebaixado, mas comunidade segue fora de casa.
Barragem Sul Superior da Vale em Barão de Cocais corre o risco de se romper Reprodução/TV Globo A Agência Nacional de Mineração (ANM) anunciou, nesta segunda-feira (26), a redução do nível de emergência da barragem Sul Superior, localizada na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG).
Apesar disso, os moradores que precisaram ser retirados dos arredores da estrutura continuam fora de casa. Após permanecer por cinco anos no Nível de Emergência 3, o mais alto da escala, a estrutura teve o alerta rebaixado para Nível de Emergência 2, ainda considerado de risco.
A decisão foi tomada com base em novas investigações geotécnicas e avanços nas obras de descaracterização da barragem. Desde 2019, a barragem estava classificada como um risco iminente, com fator de segurança abaixo do recomendado, o que exigiu a retirada dos moradores da região. Mesmo diante da melhora, os residentes da Zona de Autossalvamento (ZAS) não poderão retornar, porque a área deve continuar esvaziada até a completa descaracterização da barragem, prevista para dezembro de 2029.
Em fevereiro de 2019, mais de 230 pessoas foram retiradas das comunidades de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo, em Barão de Cocais, pelo risco de rompimento.
Houve a assinatura de um acordo de reparação e os moradores não podem retornar para casa até a conclusão das obras. Os trabalhos de estabilização da barragem removeram cerca de 13% dos rejeitos, o equivalente a 900 mil metros cúbicos de material.
Além disso, melhorias na drenagem e a redução do aporte de água no reservatório contribuíram para a diminuição do risco.
No entanto, a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), instalada para conter eventuais rupturas, continuará ativa até a eliminação total da barragem. Estrutura de Contenção (ECJ) da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais Divulgação/Vale A ANM garantiu que o monitoramento contínuo da estrutura será mantido, mesmo com a redução do nível de emergência.
A Vale, responsável pela barragem, destacou o uso de tecnologias para a realização das obras. "Desde que foi classificada em Nível de Emergência 3, a barragem tem sido vistoriada frequentemente, de forma presencial, e também por meio de monitoramento via SIGBM e de sessões técnicas periódicas.
A mesma sistemática será mantida agora que a barragem está em Nível de Emergência 2, garantindo que a descaracterização da barragem ocorra de forma controlada e segura", destacou Eliezer Senna, coordenador de Gerenciamento de Riscos Geotécnicos de Barragens de Mineração (COGRGBM) da Superintendência de Segurança de Barragens da ANM.
A barragem Sul Superior faz parte de um conjunto de 30 estruturas que a Vale pretende eliminar até 2025, em cumprimento às legislações de segurança de barragens.
Atualmente, duas delas seguem em nível 3 de emergência: Forquilha III, da Vale, em Ouro Preto, e da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu. Barragem Sul Superior Infográfico: Juliane Monteiro e Karina Almeida/G1 Vídeos mais assistidos do g1 Minas: