Quando o assunto é educação dos filhos, muitos pais acabam admitindo que, apesar de todos os seus esforços, sentem-se perdidos quando precisam impor limites.
É comum ouvirmos frases como “no meu tempo não era assim”, trazendo à tona uma nostalgia de uma época em que obedecer era regra.
Atualmente, o tema está em destaque, especialmente em uma sociedade onde as dinâmicas familiares e sociais estão em constante mudanças.
Embora discutir sobre a educação dos filhos pareça fácil, colocar em prática é outra história, pois, diante de tantas mudanças, não é raro que alguns pais se sintam desorientados.
Mas por que isso acontece? Muitos pais, na tentativa de evitar conflitos, acabam permitindo que os filhos façam o que querem, esquecendo-se da importância de estabelecer limites claros e consistentes.
Para alguns, ver o filho feliz significa aceitar tudo, muitas vezes como uma forma de compensar a ausência causada por longas jornadas de trabalho.
Assim, após um dia atarefado, dizer “sim” parece a opção mais fácil, já que educar exige diálogo e disposição- algo que nem sempre está presente ao final de um dia exaustivo.
Porém, a falta de regras traz diversas consequências negativas para o desenvolvimento da criança.
A ausência de limites pode resultar em crianças que não desenvolvem responsabilidade pelos seus atos, nem empatia pelos outros.
Isso pode levá-las a se tornarem adultos com baixa tolerância à frustração, emocionalmente instáveis e com pouca persistência para superar os desafios e os obstáculos da vida.
Esses jovens podem acabar se tornando pessoas sem ambição e passivas diante da vida. É preciso compreender que o “não” não é apenas uma negativa, mas sim o direcionamento para um caminho, um ato de cuidado e proteção.
Quando enxergamos o “não” dessa forma, ele se torna mais fácil de ser praticado.
É claro que não precisamos dizer “não” a todos os pedidos dos filhos, mas alguns “nãos” são essenciais para um desenvolvimento saudável.
Lembrando que não existe uma fórmula mágica para criar filhos obedientes; é preciso muita persistência e uma boa dose de paciência.
Os valores são construídos no dia a dia, com trocas de ideias e, claro, muito afeto, para que as crianças cresçam preparadas para enfrentar o mundo com responsabilidade.
É no diálogo que se constrói o sentido de respeito e confiança.
Afinal, qual pai nunca disse ao filho, após uma regra quebrada: “qual foi o combinado?” Créditos: Joselene Alvim- psicóloga