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Polícia procura donos de clínica acusados de torturar e matar paciente; Justiça decretou prisões de réus, que estão foragidos

Postado em 27 de Agosto de 2024


Cleber Silva e Terezinha Conceição foram acusados de dar coquetel de remédios a Jarmo Santana em Cotia, Grande SP.

Monitor Matheus Pinto já está preso por agredir paciente.

Laudo apontou 'fármacos psiquiátricos e 'trauma abdominal' como causa da morte.

Casal Cleber Silva e Terezinha Conceição são donos de clínica de terapia em Cotia, onde paciente foi torturado e depois morreu Reprodução A Polícia Civil procura os dois donos da clínica de terapia para usuários de drogas em Cotia, na Grande São Paulo, acusados de torturar um paciente até a morte em julho.

Eles são considerados foragidos da Justiça.

Até a última atualização desta reportagem não foram presos ou se entregaram.

Nesta segunda-feira (26) a Vara Criminal de Cotia decretou as prisões preventivas de Cleber Fabiano da Silva e de Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição, proprietários da Comunidade Terapêutica Efatá.

Eles são enfermeiros e casados. Cleber e Terezinha também se tornaram réus por participar da tortura e morte de Jarmo Celestino de Santana.

O monitor da clínica, Matheus de Camargo Pinto, também é réu no mesmo processo e já está preso preventivamente desde julho.

Prisões preventivas costumam durar até o eventual julgamento dos acusados. De acordo com o Ministério Público (MP), os enfermeiros deram para Jarmo um coquetel de medicamentos.

O objetivo, segundo eles, seria o de sedar o paciente que teria chegado agitado e agressivo à clínica.

O casal já havia respondido a um processo anterior por maus-tratos contra internos em outra clínica que tinham na mesma cidade.

Mas não foram responsabilizados nesse caso. O monitor foi acusado pela Promotoria de agredir o paciente.

Ele chegou a filmar e compartilhar um vídeo nas redes sociais que mostra a vítima com os braços para trás, amarrados com corda, e presos a uma cadeira.

Nas imagens é possível ver outras pessoas rindo e zombando do paciente. Matheus ainda enviou uma mensagem de voz para uma outra pessoa confirmando ter agredido o interno: "Cobri no cacete".

Em outros vídeos gravados, ele aparece rezando no local com mais internos antes do crime (veja abaixo).

Jarmo não aparece nas imagens.

Paciente é torturado e morto em clínica na Grande SP Laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Jarmo morreu por causa dos 11 tipos diferentes de remédios que foi obrigado a tomar e pelas agressões que sofreu.

A vítima tinha 55 anos. Segundo o documento da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, o paciente faleceu em decorrência de "fármacos psiquiátricos" e "trauma abdominal".

Ele apanhou com socos e pontapés e ainda tomou um composto com comprimidos apelidado de "Danoninho".

O g1 procurou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para saber se os mandados de prisões contra Cleber e Terezinha foram cumpridos e aguarda um retorno. O que os citados dizem Paciente Jarmo Celestino de Santana aparece amarrado e torturado.

Laudo do IML concluiu que ele morreu por causa das agressões que sofreu e dos remédios que foi obrigado a tomar na clínica Reprodução O g1 também não conseguiu localizar as defesas dos donos da clínica e do monitor para comentarem o assunto.

"Futuramente será devidamente comprovada a inocência do casal", afirmou a defesa de Cleber e Terezinha em outras ocasiões. Matheus trabalhava como monitor da clínica havia duas semanas.

Quando foi interrogado pelos policiais, confessou que bateu em Jarmo para contê-lo porque o paciente estava "transtornado psicologicamente" e em "surto".

Internação de paciente Preso por torturar paciente grava oração com outros internos Jarmo havia sido internado na clínica em 5 de julho, quando foi levado à força para a Efatá por funcionários a pedido da família dele.

A morte do paciente acabou confirmada em 8 de julho, quando deu entrada ferido num hospital em Vargem Grande Paulista, outro município da região metropolitana.

Quem o levou ao hospital foram outros monitores da Efatá.

Jarmo apresentava diversas lesões de agressões pelo corpo e não resistiu aos ferimentos, segundo os médicos. Conselho de Enfermagem Enfermaria da clínica onde paciente foi obrigado a tomar 11 remédios diferentes; ao lado foto no celular de um dos investigados mostra que Jarmo Santana tomou composto chamado de 'Danoninho' Reprodução O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) também investiga se Cleber e Terezinha, que são enfermeiros, cometeram alguma infração ética e profissional em relação à clínica e ao próprio paciente morto.

As punições previstas, em caso de confirmação da infração são: advertência, multa, censura, suspensão temporária do exercício profissional ou cassação do exercício profissional pelo Conselho Federal de Enfermagem. Segundo a Prefeitura de Cotia, a clínica de terapia era clandestina.

Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no endereço, interditou o local e atestou que a clínica particular não tem nenhum tipo de autorização para funcionamento.

Os donos alegam o contrário: de que estariam regularizados para funcionar.

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