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'Para enxergar quadro e bichinhos muito pequenos': crianças com problemas de visão de escolas públicas ganham óculos de grau

Postado em 26 de Outubro de 2024


Projeto atendeu quase 6 mil alunos.

Médica explica que problemas de visão não tratados podem comprometer aprendizagem e socialização de crianças.

Crianças com problemas de visão de escolas públicas ganham óculos de grau "As criancinhas precisam de óculos.

[Elas] não enxergam bem", diz Maria Helena (veja vídeo acima).

Ela se sente feliz com a oportunidade de fazer as lentes de correção.

"Para enxergar a chuva, enxergar o quadro, até bichinhos muito pequenos", conta a estudante. Quase 6 mil crianças com problemas de visão de escolas públicas de Ceilândia e de Samambaia, no Distrito Federal, receberam óculos de grau novinhos na manhã deste sábado (26). Depois de realizarem consultas gratuitas com oftalmologistas, os meninos e meninas escolheram as armações e agora poderão enxergar melhor por meio do projeto "Em um Piscar de Olhos" (veja detalhes mais abaixo). Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Segundo a oftalmologista Letícia Barroso, professora de medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB), a saúde ocular das crianças deve ser tratada como prioridade, já que problemas de visão sem diagnóstico e tratamento podem comprometer o processo de aprendizagem e a socialização. Ainda de acordo com a médica, essas limitações podem levar a sentimentos de frustração, vergonha e isolamento.

"Problemas de visão podem afetar a autoestima e a vivência da criança na escola.

A criança pode se sentir diferente ou inferior aos colegas ao ter dificuldade de acompanhar as aulas, enxergar o quadro, objetos e pessoas", explica Letícia Barroso.

Para a diretora escolar Ana Luiza de Guadalupe, da Escola Classe 24 de Ceilândia, ter em mãos um óculos que o ajude a enxergar cria no aluno um sentimento de esperança. "A visão é fundamental para a aprendizagem.

Muitas vezes a gente tenta fazer letras maiores, colocar as crianças que têm dificuldade para enxergar mais perto do quadro, mas o óculos dá autonomia pra esses alunos.

Isso eleva a autoestima e traz esperança", ressalta a diretora. O projeto Oftalmologista faz consulta com aluno de escola pública do DF Divulgação/Em um Piscar de Olhos O projeto "Em um Piscar de Olhos", parceria entre a Secretaria de Educação do Distrito Federal e o Instituto Desponta Brasil, atendeu 5.942 estudantes em Ceilândia e em Samambaia: Na regional de Ceilândia, foram atendidas 2.484 crianças.

Destas, 713 (28,70%) tiveram necessidade de fazer consultas oftalmológicas.

Ao todo, 389 consultas foram realizadas e 294 óculos foram confeccionados; Já na regional de Samambaia, 3.458 alunos foram atendidos, com 847 (24,49%) convocados para consulta.

Ao todo, 327 consultas foram realizadas e 259 óculos foram confeccionados; A cerimônia de entrega dos óculos ocorre no Auditório Oeste do IESB Campus Ceilândia, às 9h deste sábado.

Segundo Leonardo Figueiredo, idealizador do projeto, dados apontam que cerca de 20% das crianças que abandonam a escola, abandonam por problemas de visão.

"A gente percebeu que tinha um grande problema para ser solucionado.

[...] Muitos dos pais não sabiam, ou não tinham como levar a criança para uma consulta particular por não ter condições, muito menos de comprar um óculos, que é muito caro.

E também no próprio SUS, a lista de espera de crianças para serem atendidas também é bastante grande", explica Figueiredo.

Conheça os sinais Médico pinga colírio em criança durante consulta oftalmológica gratuita no DF Divulgação/Em um Piscar de Olhos A oftalmologista Letícia Barroso explica que, para identificar problemas de visão de forma precoce, os pais podem observar sinais sutis no comportamento da criança, como: Ficar muito perto de telas e livros para enxergar melhor; Reclamações de dor de cabeça frequente e ardência nos olhos; Dificuldade para ver o quadro na escola; Dificuldade para manter a atenção ou um bom desempenho escolar; Inclinar a cabeça ou apertar os olhos para ver algo de longe; Evitar atividades que exijam esforço visual, como ler, escrever ou pintar. Segundo a médica, além dessas observações, é importante realizar exames oftalmológicos regulares desde a infância, pois nem todos os problemas visuais apresentam sintomas evidentes.

"A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda, em crianças saudáveis, pelo menos uma avaliação completa com oftalmologista entre 6 a 12 meses de vida, e posteriormente entre 3 a 5 anos (idealmente aos 3 anos)", pontua Letícia Barroso. Projeto social oferece exames e óculos de grau de graça a jovens LEIA TAMBÉM: NOVA CHANCE: oito anos após transplante, adolescente conhece doador de medula que salvou sua vida Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

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