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Brasil perdeu 33% das áreas naturais até 2023, aponta MapBiomas

Postado em 21 de Agosto de 2024


Amazônia é o bioma que mais sofreu com a redução de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

Entre os principais fatores para a diminuição estão o aumento das áreas de pastagem e da agricultura.

Amazônia é o bioma mais afetado pela perda de vegetação nativa. Reuters O Brasil perdeu 33% das áreas naturais até 2023, segundo dados divulgados pelo MapBiomas nesta quarta-feira (21).

De acordo com o relatório, a Amazônia é o bioma que mais sofreu com essa perda ao longo dos anos. As áreas naturais incluem vegetação nativa, superfície de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas. O levantamento mostra que quase metade (45%) dos municípios brasileiros perdeu vegetação entre 2008 e 2023.

O Pantanal foi o bioma com o maior número de municípios com reducação de áreas naturais nesse período. De acordo com o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, a diminuição das áreas naturais representa um aumento nos riscos climáticos. "A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos", comenta Azevedo. Entre os principais fatores para a redução observada estão o aumento da área de pastagem e da agricultura.

Desde 1985, houve uma expansão de 79% na área utilizada para pecuária e de 228% para plantio. Perda nos biomas Os pesquisadores do MapBiomas também analisaram de forma mais detalhada como cada bioma foi impactado pela perda das áreas naturais entre 1985 e 2023. Veja abaixo os destaques para cada bioma: Amazônia A Amazônia foi o bioma que mais perdeu áreas de vegetação nativa.

Foram 55 milhões de hectares perdidos, isto é, uma redução de 14% nos últimos 39 anos. Com a diminuição, o bioma tem, atualmente, 81% coberto por florestas e vegetação nativa, um percentual muito próximo à margem estimada pelos cientistas para seu ponto de não retorno. Essa porcentagem já inclui a vegetação secundária, que cresceu novamente depois de ser desmatada. Devastação na Amazônia pode chegar a ponto de não retorno até 2050, alerta estudo Cerrado e Pampa O Cerrado foi o segundo bioma que mais perdeu área de vegetação nativa entre 1985 e 2023.

Houve uma redução de 38 milhões de hectares, o que representa uma queda de 27%. Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento de biomas do Inpe, alerta que a situação do bioma é preocupante. "O Cerrado há muito tempo é tratado como bioma de sacrifício, em que se protege a Amazônia e deixa que esse bioma seja desmatado", pontua. 'Parede de fogo' avança no Cerrado Divulgação Propocionalmente ao tamanho do bioma, o Cerrado é um dos que mais perdeu área de nativa, jutamente com o Pampa.

Cerca de 10% do Cerrado já é coberto por vegetação secundária. No Pampa, um quarto da vegetação nativa remanescente é secundária.

O bioma perdeu 28% da área nativa nos últimos 39 anos. Pantanal No caso do Pantanal, a redução mais acentuada foi na superfície de água, passando de 21% em 1985 para 4% em 2023. Com isso, as áreas de vegetação com arbustos, por exemplo, aumentam para 50% do bioma em 2023. "Sem a vegetação nativa, tem mais evapotranspiração e, com isso, há uma diminuição na capacidade de água das nascentes, afetando o acesso básico até para a própria agricultura", comenta Cláudio Almeida. Com tendência de aumento no desmate, Pantanal enfrenta diminuição da área alagada e mais queimadas; veja cenário Caatinga e Mata Atlântica A Caatinga perdeu 14% da vegetação nativa no período e viu a vegetação secundária passar a representar quase um quarto do bioma (23%).

Na Mata Atlântica, a situação foi semelhante: 10% da área natural foi perdida enquanto a vegetação secundária chegou a 21%. Pampa, Caatinga e Mata Atlântica são os biomas com maior proporção de vegetação secundária mapeada em 2023. Diminuição nos estados O relatório também apresentou um recorte da situação dos estados.

Dos 27 estados, apenas o Rio de Janeiro teve aumento na área de vegatação nativa, passando de 30% para 32%. Os estados que tiveram as maiores reduções nas áreas naturais entre 1985 e 2023 foram: Rondônia - queda de 34%; Maranhão - queda de 27%; Mato Grosso - queda de 27%; Tocantins - quada de 24%. Atualmente, os estados que ainda possuem a maior proporção de vegetação nativa são Amapá, Amazonas e Roraima.

Sergipe, São Paulo e Alagoas são os que acumulam a menor proporção. CCJ da Câmara dá aval a projeto que diminui proteção à vegetação nativa não-florestal

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