Fuad Noman foi o terceiro entrevistado na série do g1 com candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte.
Liliana Junger entrevista Fuad Noman (PSD) Rodrigo Salgado/g1 Histórico de Versões O atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, candidato do PSD à reeleição, afirmou nesta quarta-feira (28) que vê como "natural" o fato de ser desconhecido por mais de 40% do eleitorado da capital e que pretende conquistar votos apresentando as obras feitas em BH. Fuad disse também que gostaria de ter recebido apoio de Alexandre Kalil, de quem foi vice, mas que respeita a posição do ex-prefeito. O candidato afirmou também que, caso seja reeleito, vai ampliar o número de unidades de saúde na cidade e aumentar a oferta de ensino integral para 100% dos estudantes (leia mais abaixo). Fuad Noman foi o terceiro entrevistado na série do g1 com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte.
As entrevistas serão realizadas ao vivo, às 14h30, até a próxima sexta-feira (30). Na segunda (26), foi a vez de Carlos Viana (PL).
Nesta terça (27), de Bruno Engler. Liliana Junger entrevista candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte ao vivo no podcast Gerais no g1 Desconhecimento do eleitorado Em relação ao fato de ser desconhecido por 43% dos eleitores, segundo pesquisa Quaest divulgada em 16 de julho, mesmo após mais de dois anos à frente da prefeitura, Fuad Noman disse que, enquanto prefeito, preocupou-se em fazer obras, e não em aparecer. "Eu assumi logo depois da pandemia, tinha muita coisa parada, eu preferi entrar de cabeça no trabalho.
Minha preocupação foi fazer obras, recuperar a cidade, e não me preocupei em aparecer.
Para mim o mais importante é aparecer as obras, não o prefeito". O candidato afirmou, ainda, que considera o desconhecimento "natural" neste momento, em que "a população não está ainda ligada na campanha política". "Meu objetivo de fato é esse: mostrar para as pessoas o que nós fizemos, as obras, porque esse é meu carro-chefe.
Nesses dois anos e meio fiz 300 obras em toda a cidade, quem anda por Belo Horizonte sabe e vê o que está acontecendo.
Não é possível que as pessoas não vão adivinhar quem é o prefeito", falou. Saúde Sobre o aumento da fila de espera por cirurgias eletivas, de 22 mil pessoas, em dezembro de 2020, para cerca de 28 mil, neste mês, Fuad disse que o número de procedimentos realizados aumentou 63%, mas a demanda é constante. "O problema das cirurgias eletivas é que você tem hoje uma quantidade grande.
Você atende essa quantidade grande, mas os exames e novas demandas surgem.
As cirurgias eletivas são um processo de realimentação permanente", falou. O candidato afirmou que a prefeitura contratou mais de 3.000 profissionais de saúde nos últimos dois anos, incluindo 900 médicos.
Ele admitiu que "tem muita coisa para ser feita" e que pretende ampliar o número de unidades de saúde da capital. "Não é uma tarefa que se resolve de um dia para o outro.
Nós temos em Belo Horizonte 153 centros de saúde e nove UPAs.
É suficiente? Talvez fosse há dois, três, quatro, cinco, dez anos atrás, mas a realidade está nos mostrando que, ou aumentamos os centros de saúde e as UPAs, ou vamos ficar sempre com aquele gargalo.
[...] Tem coisa demais para ser feita", afirmou. Em relação à remuneração de médicos, Fuad afirmou que o orçamento da prefeitura é "contingenciado" e que, no último ano, concedeu aumento real para os profissionais. "Nós temos feito o máximo de esforço possível para melhorar o rendimento de cada um deles.
Agora, nós temos que entender que o limite da prefeitura é o orçamento, não temos como fugir do orçamento". Educação Fuad Noman afirmou que a prefeitura não vai conseguir zerar a fila por vagas nas creches neste ano.
Segundo dados deste mês do município, já Segundo a própria prefeitura, há mais de 1.500 crianças de até 2 anos à espera em BH. "Nós hoje temos o compromisso de até o final do ano ampliar e muito esse número [de vagas].
Não vamos conseguir zerar neste ano, porque não deu tempo ainda para fazer isso.
[...] Houve uma dificuldade dos convênios [com as creches conveniadas], dos ajustes.
Nós temos que melhorar essa relação, e foi isso que nós fizemos nos últimos meses", afirmou. Em relação à demanda por ensino integral, que tem uma fila atualmente de 2.253 estudantes, Fuad Noman disse que quase 50% dos alunos estão estudando em tempo integral na cidade, mas, caso seja reeleito, pretende ampliar para 100% em 2025. "Meu compromisso para o ano que vem é por 100% de ensino integral, porque ele tem uma vantagem muito grande para família, não só para o pai que trabalha, mas para a própria criança.
Precisamos entender que, como escola de Belo Horizonte está muito boa, muita gente que pode pagar escola particular está tirando a criança da escola particular e levando para a pública.
[...] E isso aumenta muito a demanda". Apoio de Kalil O candidato à reeleição disse que não ficou chateado com o fato de o ex-prefeito Alexandre Kalil, de quem foi secretário de Fazenda e vice, ter optado por apoiar outro candidato, o deputado Mauro Tramonte (Republicanos). Para Fuad, Kalil é um candidato "potencial" ao governo de Minas Gerais em 2026 e, dentro do PSD, ele teria dois concorrentes à frente –o senador Rodrigo Pacheco e o ministro Alexandre Silveira. "Aí ele vê um partido que abre espaço para ele ser o primeiro da lista, na minha avaliação.
Ele avalia e fala assim: 'É melhor eu mudar de lado'.
[...] Com relação à nossa relação, eu não tenho nenhum problema com ele, respeito a opinião dele", disse. Por fim, o candidato admitiu que gostaria do apoio de Kalil. "Queria que ele estivesse comigo? Claro que eu queria.
Mas tem que respeitar a decisão dele, e isso não muda a relação que eu tenho com ele", falou. Quem é Fuad Noman Fuad Noman nasceu em Belo Horizonte.
Economista, foi secretário executivo da Casa Civil da Presidência da República durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, diretor do Banco do Brasil e presidente da BrasilPrev. Em Minas Gerais, foi Secretário de Estado da Fazenda e de Transportes e Obras Públicas, nas gestões do ex-governador Aécio Neves.
Nos governos de Antonio Anastasia, comandou as Secretarias Extraordinárias de Coordenação de Investimentos e da Copa do Mundo de 2014, além da presidência da estatal Gasmig. Em Belo Horizonte, foi secretário municipal de Fazenda no primeiro mandato do ex-prefeito Alexandre Kalil e foi eleito vice-prefeito no segundo mandato, em 2020.
Assumiu a prefeitura em abril de 2022, quando Kalil renunciou para ser candidato ao governo de Minas.