Primeira edição do evento contou com roda de conversa e percorreu trechos do campus da Universidade Federal do Acre para observação de pássaros.
Cerca de 85% das pessoas nunca tinham participado de eventos do tipo.
Cerca de 50 pessoas participaram de observação de pássaros no último sábado (24) Ricardo Plácido Cerca de 50 pessoas participaram do 1º Encontro de Observadores de Aves de Rio Branco que aconteceu nos arredores da Universidade Federal do Acre (Ufac) no último sábado (24).
O biólogo especialista em aves do Acre, o ornitólogo Ricardo Antônio de Andrade Plácido, de 42 anos, foi um dos organizadores e afirmou que a ideia é transformar em um grupo de observadores e fazer eventos periódicos.
Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O ornitólogo ressalta que esse é um número grande de pessoas para uma 'passarinhada', como ele chama a observação das aves. "A ideia é a gente estimular a iniciação de adeptos, para ter sempre gente passarinhando e a gente ter essa atividade entre a população local, porque até então quem vem praticar board watching [observação de pássaros] aqui no Acre são pessoas de fora, mais especializadas.
Aqui temos alguns adeptos, estudantes, outras pessoas, mas a ideia é a gente divulgar isso para que a sociedade tenha ciência dessa atividade, que é um potencial muito grande que a gente tem aqui no Acre por conta das espécies", afirma ele. Para este primeiro encontro, os observadores foram surpreendidos com o avistamento de um pássaro incomum: o anambé-pombo.
"A gente viu um pássaro que não é fácil de ver.
Não existem gravações da vocalização dele.
Isso é um mistério ainda, um enigma.
É uma ave que vocaliza pouco e é muito bonita.
Não é toda vez que a gente vê ela e só conseguimos encontrá-la quando ela está espontaneamente exposta ao visível.
Então é um bicho que você só vê na sorte, e a gente teve a sorte de ver seis indivíduos pousados antes de entrar para o Parque Zoobotânico", comemora ele.
Pássaro raro anambé-pombo foi avistado durante observação no Acre Ricardo Plácido/Arquivo pessoal Plácido explica que o pensamento inicial dos organizadores foi apresentar a atividade e dar o primeiro contato com a prática para muitas pessoas.
O ornitólogo guiou o grupo por conta de seus conhecimentos e assim fez parte da organização. "A ideia é a gente, mensalmente, fazer um encontro desse, para que o grupo vá criando corpo.
Temos outro guia também e participantes que são ativos na prática.
A ideia é ficar fomentando os encontros para que se consolide um grupo e a gente possa formar um clube de observadores de aves do Acre ou de Rio Branco.
A gente ainda não chegou nesse ponto.
Primeiro estamos lançando a semente.
Mais ou menos isso", comenta Plácido. LEIA TAMBÉM: Superdotado, acreano de 11 anos lança livro sobre aves da Amazônia Urbana fotografadas por ele Encontro de Observadores de Aves de Rio Branco vai reunir entusiastas da prática na Ufac; saiba como participar Evento de Observação de Aves reúne interessados na atividade na capital acreana Outra organizadora é a Thalita Figueiredo de Oliveira, que trabalha em uma agência que opera atividades no Acre para o Acre e região no entorno da Amazônia boliviana e peruana. "Juntando todas as vontades, em uma iniciativa totalmente voluntária da Sociedade Civil, em conjunto, cada um dentro da sua área de conhecimento, com agentes de gestão pública, servidores públicos, agentes do trailer de turístico, então a gente se uniu já sabendo desse potencial para observar.
Na nossa inscrição no formulário, até sábado 85% das pessoas interessadas em participar nunca tinham feito observação, mas elas estavam interessadas em conhecer", esclarece Thalita. A empreendedora ainda afirma que no evento do último sábado, haviam grupos familiares com crianças, pais, jovens e adultos, além de estudantes da Ufac.
"A gente conseguiu, apesar do clima insalubre que está na nossa cidade, apesar das queimadas, da fumaça, uma atividade começando bem cedinho, foi possível fazer alguns registros". Cerca de 50 pessoas participaram de observação de pássaros no último sábado (24) Ricardo Plácido Outro participante da observação, foi o pequeno acreano Rodrigo Padula, de apenas 11 anos.
Ele escreveu um livro sobre a ornitologia que se caracteriza como um guia fotográfico da avifauna urbana.
Sobre o livro, Padula explicou que a obra é um ilustrado das aves da Amazônia Urbana que qualquer um pode ter acesso.
Os registros fotográficos foram feitos entre 2021 e 2023, em uma grande área com paisagens naturais como: lagos, cocais e campos abertos, onde é possível encontrar espécies semiaquáticas, terrestres e líquidas. Sobre o evento do último sábado, Padula diz que gostou do evento e deseja que, com isso, os pássaros em perigo de extinção sejam protegidas.
"Deu pra ver que no Acre existem muitos observadores de aves e ver eles se encontrando lá é muito inspirador.
Mostra que as espécies daqui ameaçadas podem ter um futuro sim, se várias pessoas estiverem se importando em protegê-las", comenta ele. Encontro de observadores de pássaros aproxima visitantes das espécies da região Reveja os telejornais do Acre