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Tarcísio lamenta morte de estudante de medicina e diz que 'abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos'

Postado em 22 de Novembro de 2024


Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto comum tiro à queima-roupa em hotel na Zona Sul de SP.

PMs foram indiciados por homicídio e afastados até o fim das investigações.

Policial que atirou e matou estudante é indiciado pela PM O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em sua primeira manifestação pública após a morte do estudante de medicina por um policial militar, disse na noite de quinta-feira (21), em suas redes sociais, que "abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos".

Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto com um tiro à queima-roupa por um policial na quarta-feira (20).

A morte foi registrada por uma câmera de segurança do estabelecimento.

Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, envolvidos na ocorrência, foram indiciados por homicídio e afastados de suas funções até o final das investigações. Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp O governador disse que "essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância". Ele acrescentou ainda que "a Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é uma polícia mais preparada do país e está nas ruas para proteger". Post do governador Tarcísio de Freitas sobre morte de estudante de medicina Reprodução/Instagram 'Falta de preparo' Em entrevista à TV Globo, a mulher que acompanhava o estudante de medicina disse que a ação da PM demonstrou "falta de preparo" dos agentes: "Foi totalmente desqualificado".

Ela afirmou ter medo de sofrer retaliações, por isso não será identificada nesta reportagem. A mulher mantinha um relacionamento com Marco Aurélio havia dois anos: "Ele fazia parte da minha vida.

Todo dia ele estava comigo".

Ela contou que ficou escondida em um cômodo do hotel após ter discutido com o estudante e que "cada um ia para sua casa e amanhã a gente ia se ver de novo". Mas o desfecho foi bem diferente.

Marco Aurélio havia saído do hotel e retornou rápido.

"Foi questão de um minuto para ele voltar com os policiais em cima dele.

Encurralam ele ali.

Eu não vi 100%, mas eu ouvi 100% de tudo", relatou. "Do nada, eu ouvi um barulho de um tiro.

O moço da recepção quis me deixar dentro do quarto, eu falei que não ia ficar, eu precisava sair de lá para chamar a família dele e tudo.

Estavam os dois [policiais] armados e, se reparar, ele [Marco] entra, e o policial já está apontando a arma para ele.

Desde lá de fora, eu não sei o que aconteceu lá fora, eu não sei se ele realmente deu esse soco." E complementou: "Eles têm instrumentos de choque, eles têm algema, eles têm muitos meios sabe? Então, para mim, ele [policial que atirou] foi totalmente desqualificado". Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina morto pela PM em SP Reprodução/Instagram O crime Em depoimento à Polícia Civil, a jovem contou que conheceu o estudante há dois anos, que desenvolveram uma "relação de afinidade" e que Marco devia cerca de R$ 20 mil a ela. Na quarta, Marco Aurélio alugou, por cerca de uma hora, um quarto no Hotel Flor da Vila Mariana, localizado na Rua Cubatão, na Zona Sul de São Paulo.

Para cobrar a dívida, a jovem conta que aceitou ir ao local, onde recebeu R$ 250. Conforme o depoimento, eles começaram a discutir e, em determinado momento, o estudante de medicina teria a agredido na cabeça.

Em seguida, o recepcionista do hotel ligou para perguntar o que havia acontecido. Segundo a mulher, Marco Aurélio atendeu e disse que estava tudo bem.

Enquanto, ela respondeu: "não, não está nada bem, eu quero sair daqui".

O recepcionista, então, ligou para a Polícia Militar, e a jovem fugiu do quarto. Ela se escondeu em outro cômodo do hotel e conseguiu ouvir parte da interação entre o estudante de medicina e os policiais militares — que questionaram o motivo pelo qual ele bateu na viatura.

Posteriormente, ela ainda ouviu o barulho de um tiro. Após ser baleado, a mulher acompanhou Marco Aurélio até o Hospital Ipiranga.

Ele teve duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia.

Contudo, ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h40. PM mata estudante de medicina com tiro à queima-roupa na Vila Mariana, Zona Sul de SP LEIA MAIS: Pai de estudante de medicina de 22 anos morto pela PM em SP conta que viu o filho vivo no hospital: 'Me ajuda, dizia ele' 'O que está acontecendo com a polícia brasileira?', questiona mãe de estudante de medicina de 22 anos morto pela PM em SP Câmeras corporais de PMs que mataram estudante de medicina em SP estavam ligadas Câmera de segurança Uma câmera de segurança do hotel registrou o momento que o estudante é assassinado às 2h49 (veja acima).

Um dos agentes tentou puxar Marco Aurélio pelo braço, enquanto o outro o chutou.

Em seguida, o estudante segurou a perna do policial, que caiu no chão.

Durante a confusão, o PM Guilherme atirou na altura do peito do estudante.

No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que o jovem teria tentado pegar a arma de Bruno. O caso foi registrado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como morte decorrente de intervenção policial e resistência. Durante a abordagem, os policiais estavam com as câmeras corporais acopladas ao uniforme.

Apesar de, no BO os agentes terem negado o uso dos equipamentos, eles estavam ligados. Estudante de medicina é morto pela PM na Vila Mariana Reprodução Claudio Silva, ouvidor das Polícias de São Paulo, afirmou que a ação é "mais um reflexo da lógica que está instalada no estado de São Paulo, de polícia que mata.

Polícia que não respeita a vida”. Segundo ele, é possível ver, pelas imagens da câmera de segurança, que “os policiais estão numericamente superiores à pessoa abordada, e o abordado, sem camisa, então, desarmado.

E os policiais não fazem o uso progressivo da força, como está determinado por normas internas da própria Polícia Militar, então o uso excessivo da força foi feito.

Isso culminou com a morte daquele jovem abordado". Quem era o estudante? O jovem Marco Aurélio Cardenas Acosta tinha 22 anos e estava no quinto ano do curso de medicina na Universidade Anhembi Morumbi. Ele era o filho caçula de um casal de médicos peruanos naturalizados brasileiros que se mudou para cá há mais de duas décadas.

Segundo a mãe, a intensivista Silvia Mônica, o rapaz nasceu prematuramente e, da mesma forma, concluiu o ensino médio com apenas 15 anos. A família conta que ele chegou a ser aprovado no vestibular para cursar direito, mas escolheu seguir o mesmo caminho dos pais e do irmão Frank, na medicina. "Ele era um bom irmão, um bom filho, uma pessoa muito querida", descreveu Frank Cardenas.

Às lágrimas, a mãe usou os termos "generoso" e "amoroso" para descrever o caçula.

"Era meu filho mais amado, nasceu com 1,3 kg, quando eu já estava velha", contou. Marco era atleta do time de futebol do curso de medicina.

Nas redes sociais, a faculdade publicou mensagem de condolências. "Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, companheiros de time e colegas, que perderam não apenas um companheiro de jornada, mas também um amigo.

Que sua memória seja sempre lembrada com carinho e que sua trajetória inspire todos nós." Estudante de Medicina Marco Aurélio e o pai Reprodução/Arquivo pessoal O que diz a SSP "As polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte de um homem de 22 anos, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (20), na Vila Mariana, na capital paulista.

Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações. Na ocasião, o jovem golpeou a viatura policial e tentou fugir.

Ao ser abordado, ele investiu contra os policiais, sendo ferido.

O rapaz foi prontamente socorrido ao hospital Ipiranga, mas não resistiu ao ferimento.

A arma do policial responsável pelo disparo foi apreendida e encaminhada à perícia.

As imagens registradas pelas câmeras corporais (COPs) serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)."

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