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Mulher de 31 anos morre após passar mal em hidrolipo em clínica estética de SP; 'Houve negligência e queremos justiça', diz marido

Postado em 26 de Novembro de 2024


Paloma Lopes Alves teve parada cardiorrespiratória durante procedimento em clínica na Avenida Conselheiro Carrão, Zona Leste de São Paulo; caso está sendo investigado como morte suspeita.

Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP Arquivo Pessoal Uma mulher de 31 anos morreu após passar mal durante o procedimento estético de hidrolipo em uma clínica na Avenida Conselheiro Carrão, Zona Leste de São Paulo, nesta terça-feira (26). Paloma Lopes Alves teve parada cardiorrespiratória e foi socorrida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel (Samu).

Contudo, chegou sem vida ao Hospital Municipal do Tatuapé.

O caso foi registrado como morte suspeita. Segundo o marido de Paloma, Everton Silveira, a esposa deu entrada no período da manhã na clínica de estética Maná Day para fazer o procedimento na região das costas e do abdome com o médico Josias Caetano e tinha previsão de alta no fim da tarde.

Porém, ela passou mal e teve parada cardíaca.

Procurada pela TV Globo e pelo g1, a defesa do médico não encaminhou nota sobre o caso e informou que o profissional deve falar sobre o assunto até esta quarta-feira (27). "A gente foi fazer o procedimento, e eu estava lá.

Fizeram uma negligência enorme.

Demoraram muito para chamar o Samu.

A hora que eu vi que o Samu estava lá, eu saí correndo.

Eles não me informaram o que estava acontecendo.

Uma situação muito triste, delicada.

Nossa, fora do comum.

No hospital, tentaram reanimar, mas ela veio a óbito", afirmou o marido. Ainda conforme Everton, Paloma não conhecia o médico e o procedimento foi contratado através das redes sociais, sendo que o primeiro contato pessoal com o profissional aconteceu apenas nesta terça.

Além disso, o pagamento da consulta foi realizado por transferências bancárias a uma empresa em nome do médico no valor de R$ 10 mil. "Eu quero justiça pela Paloma.

O médico fechou a clínica, sumiu e não falou nada.

A justiça precisa ser feita.

Eu levei minha esposa para fazer a realização do sonho e agora temos que enterrá-la.

Estou sem acreditar." Paloma Lopes Alves morreu após procedimento estético em SP Arquivo Pessoal O caso foi registrado como morte suspeita no 52° DP, Parque São Jorge.

Até a noite desta terça-feira (26), o corpo de Paloma estava no Instituto Médico Legal. O que é hidrolipo A hidrolipo, também chamada de lipoaspiração tumescente, é o nome dado a uma lipoaspiração realizada com anestesia local, ou seja, a paciente fica acordada durante todo o procedimento. A cirurgia leva o prefixo "hidro" no nome porque o médico injeta uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina com o intuito de diminuir os vasos capilares e reduzir a perda de sangue.

"Conceituou-se que a hidrolipo seria essa lipoaspiração, injetando anestésico, soro fisiológico e adrenalina feita com anestesia local, no consultório médico e com o paciente acordado", explicou em 2021 o médico Wendell Uguetto, ao g1 (veja entrevista no vídeo acima).

A hidrolipo é uma alternativa à lipoaspiração convencional para as pessoas que desejam remover áreas de gordura de pontos específicos do corpo.

"Como eu tenho uma restrição de anestésico, eu consigo fazer [o procedimento] em poucas áreas.

É uma cirurgia que pode ser um pouco desconfortável para o paciente.

Já a lipoaspiração convencional, que é feita em ambiente hospitalar, o paciente está dormindo.

É totalmente confortável para o paciente e a gente, como cirurgião, consegue retirar muito mais volume", diz Uguetto. A técnica ficou conhecida por ser mais rápida, cômoda e barata do que uma lipoaspiração convencional, mas deve ser utilizada com parcimônia porque pode ser tornar tóxica se administrada em excesso. "Existe uma coisa chamada de toxicidade pelo anestésico local.

[Se utilizado] mais do que uma ou duas ampolas, ele se torna tóxico e o paciente pode ter uma parada cardíaca no próprio consultório médico", diz Uguetto. Segundo o cirurgião, em um hospital esse risco é reduzido porque há acompanhamento de um anestesista todo o tempo. Contudo, além do risco de toxicidade por uso de anestésico local, há ainda aqueles comuns em qualquer lipoaspiração, como perfuração, trombose, embolia pulmonar e outros. "Quando é feito no centro cirúrgico, não existe um limite porque é dado gota a gota e o fígado vai metabolizando.

Nossa anestesista vai administrando e o paciente não tem risco de toxicidade", explicou. Para reduzir os riscos do procedimento, Uguetto recomenda que o paciente procure um profissional capacitado, com registro e em um centro de referência, que faça a cirurgia em um ambiente hospitalar e, tão importante quanto, que exija exames pré-operatórios.

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