A moeda norte-americana fechou em alta de 1,20% na véspera, cotada a R$ 5,6231.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em queda de 0,95% nesta quinta-feira, aos 136.041 pontos.
Freepik O dólar abriu em baixa nesta sexta-feira (30), antes do Banco Central do Brasil realizar um leilão da moeda americana para controlar as altas expressivas do câmbio ao longo desta semana. No leilão, o BC vende dólar para o mercado financeiro, numa tentativa de aumentar a quantidade de moeda disponível e reduzir as altas da taxa de câmbio, enquanto investidores recorrem à moeda americana para se proteger contra incertezas sobre os juros nos Estados Unidos e o cenário fiscal no Brasil. No último pregão de agosto, o mercado monitora a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos, que podem trazer mais pistas sobre qual será a magnitude dos cortes de juros promovidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos meses de 2024. Aqui, novas declarações de Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmando que que "enquadrar" a questão fiscal é a parte mais difícil da economia brasileira no momento, também repercutem. Veja abaixo o resumo dos mercados. ENTENDA: Copom endurece discurso, e deixa a dúvida: a Selic pode subir? Dólar Às 9h, o dólar caía 0,74%, cotado a R4 5,5813.
Veja mais cotações. No dia anterior, a moeda americana teve alta de 1,20%, cotada em R$ 5,6231.
Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6620. Com o resultado, acumulou: alta de 2,62% na semana; recuo de 0,55% no mês; avanço de 15,88% no ano. Ibovespa O Ibovespa começa a operar às 10h. Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,95%, aos 136.041 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou: alta de 0,32% na semana; alta de 6,57% no mês; ganhos de 1,38% no ano. DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? O BC promove, hoje, um leilão de até US$ 1,5 bilhão no mercado de câmbio à vista, para tentar conter a alta expressiva do dólar nos pregões desta semana.
De segunda até quinta-feira, o dólar já avançou 2,62 e ficou cotado acima dos R$ 5,60.
O leilão acontece entre 9h30 e 9h35. Num leilão de dólar à vista, o BC vende dólares oriundos de suas reservas financeiras no mercado, para aumentar a quantidade disponível da moeda.
Assim, a ideia é que os investidores interessados na moeda possam compra-la sem que o preço da taxa de câmbio avance mais. Neste leilão, o dólar será vendido com base na Ptax, uma taxa de referência do BC para o câmbio.
Esta é a segunda vez que a instituição realiza um leilão de dólar desde que Lula assumiu a presidência em seu terceiro mandato. O movimento de alta no dólar durante todo o mês de agosto -- no começo do mês, a moeda chegou a ultrapassar os R$ 5,80 -- reflete, principalmente, as dúvidas em relação aos juros nos Estados Unidos e a situação fiscal do Brasil. Nos Estados Unidos, o mercado aguarda pela divulgação da inflação medida pelo PCE, o indicador favorito de Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O PCE é um indicador que mede a inflação de uma forma mais flexível.
Diferentemente do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), por exemplo, que tem uma cesta de bens e serviços já definida e acompanha a inflação desses itens todos os meses, o PCE mede a variação dos preços com cestas que englobem os itens mais consumidor pela população naquele período. Se a inflação vier forte -- ainda mais após dados de ontem mostrarem um PIB a 3 no segundo trimestre e um número menor que o esperado de pedidos de seguro-desemprego --, isso pode colocar ainda mais dúvidas sobre qual será a condução do Fed com sua política monetária na reunião de setembro e nos próximos meses. Hoje, as taxas de juros no país estão entre 5,25% e 5,50% ao ano e o mercado já dá como certo que a instituição vai promover um corte em setembro, principalmente depois do discurso do presidente, Jerome Powell, afirmar que "chegou a hora de mudar a política (monetária)" na semana passada. O chefe do Fed, porém, não deu certeza sobre qual será a magnitude desse corte nos juros, dizendo apenas que a instituição tem um "amplo espaço" para fazer isso. O tamanho desse corte e qual será a posição do Fed nas próximas reuniões até o fim do ano estão no centro das atenções do mercado, que esperam uma pista mais certeira sobre o que vai acontecer para calibrar suas carteiras de investimentos. Quanto mais as taxas caem, maior é o impulso para a atividade econômico, pois juros menores barateiam a tomada de crédito para empresas e população -- o que estimula o consumo, os investimentos em ativos mais arriscados e a economia como um todo. Mas se a economia continuar mostrando resiliência, com uma atividade econômica crescente e um mercado de trabalho mais equilibrado, os cortes nas taxas podem ser mais moderados, de forma a não permitir que a pressão inflacionária volte a impactar os Estados Unidos com força. Já no Brasil, o cenário fiscal permanece no radar, com constantes dúvidas sobre a capacidade do governo de pagar suas contas.
O governo deve enviar hoje ao Congresso o Orçamento de 2025 e o mercado monitora isso. Nesta quinta, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em evento da CNN que a "parte mais difícil da economia brasileira é enquadrar o fiscal hoje.
A despesa continua subindo acima da receita". "A parte fiscal tem sido relevante e tem influenciado expectativas de inflação e a curva de juros futuros", comentou Campos Neto. Além disso, a indicação do economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC) na véspera também segue no radar do mercado.
Galípolo atualmente faz parte da diretoria do BC.
A indicação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (28), confirmando as expectativas do mercado financeiro. "O presidente da República me incumbiu de fazer um comunicado aqui de que hoje ele está encaminhando ao Senado Federal o indicado dele para a Presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo, que hoje ocupa a Diretoria de Política Monetária do Banco", declarou Haddad. Haddad também explicou que, a partir do anúncio, o governo vai "começar a trabalhar para definir os três nomes que irão compor a diretoria até o final do ano". Escolhido pelo presidente da República, Galípolo ainda precisa receber o aval do Senado Federal antes de assumir o cargo. A indicação de Galípolo foi bem recebida por agentes do mercado financeiro.
Desde sua nomeação para a diretoria, em maio do ano passado, especulava-se que ele poderia ser o futuro indicado de Lula à presidência da instituição. O mercado, inclusive, desconfiou que a proximidade entre eles pudesse gerar interferência política nas decisões de taxa de juros do país.
Mas a atuação e declarações de Galípolo em mais de um ano de BC deram algum conforto de que ele comandaria o BC com um olhar técnico. Analistas ouvidos pelo g1 reforçam que ele ainda precisará confirmar na prática que o BC continuará independente.
Em especial, porque Lula passou os dois primeiros anos de mandato criticando a presidência da instituição.