Segundo o Ministério Público, onze casas foram atingidas nas margens da BR-163.
O proprietário do loteamento de luxo foi multado em mais de R$ 2 milhões no dia 23 de agosto.
Quase 10 dias depois, moradores ainda limpam lama do rompimento da barragem Após 10 dias do rompimento da barragem de uma represa - do loteamento de luxo Nasa Park, em Jaraguari (MS) - onde onze casas foram atingidas nas margens da BR-163, moradores da zona rural ainda limpam as residências dos destroços e da lama.
Veja o vídeo acima.
Um dos moradores, Orlando Garcia, que é produtor rural, relata que há muita sujeira e barro no local, e que o processo de recuperação está sendo lento.
Um laudo do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) sobre o rompimento aponta que 690 mil metros³ vazaram de forma abrupta.
Conforme a Defesa Civil de Jaraguari, das onze casas atingidas, uma foi totalmente destruída.
Além disso, duas pontes de madeira foram arrastadas pela lama e a água.
Também, vários animais domésticos e de criações foram arrastados pelo lamaçal.
Além dos danos materiais, as memórias também foram levadas pela enxurrada TV Morena/Reprodução Luzia Ramos do Prado, Gabrieli do Prado Lopes e o restante da família afirmam que perderam tudo.
Atualmente, estão morando em um hotel da região.
"Era a minha casa, era a minha sala, minha varanda...nem telha tem mais, pela altura da água, só tristeza.
Tem hora que eu falo com a minha mãe e ela fica triste porque perdemos tudo.
Mas é como a gente fala, não temos mais nem lágrimas, porque uma coisa tão triste assim, você olhar a destruição, por algo que podia ter sido evitado.
Não foi falta de aviso, não foi falta de denúncia", lamenta Gabriele do Prado.
Além dos danos materiais, as memórias também foram levadas pela enxurrada, como o quadro pintado pela neta de Luzia Ramos, que estava em outra casa, foi parar em uma residência ao lado e foi destruído pelo barro.
"Passa e a gente fica lembrando que tinha coisas, você olha lá fora e vê só lixo para todo lado, e essa parte de lá que era só reserva, hoje não tem nada.
A gente fica desiludido, é uma tristeza que a gente nem consegue explicar", finaliza Gabriele do Prado.
Moradores da zona rural ainda limpam as residências dos destroços e da lama TV Morena/Reprodução Rompimento da barragem A barragem da represa do condomínio de luxo Nasa Park, entre Campo Grande e Jaraguari, em Mato Grosso do Sul, rompeu no dia 20 de agosto, há uma semana, por volta das 9h30 (horário local).
A represa tem mais de 20 hectares de lâmina - área de abrangência da água - e fica no meio de aproximadamente 100 casas de luxo.
Além das casas afetadas pelo rompimento, a BR-163 precisou ser interditada, devido aos danos.
As obras de recuperação devem ser liberadas na primeira semana de setembro, conforme a CCR MSVia.
Trecho da BR-163 desaba após rompimento de barragem. Reprodução De acordo com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o condomínio estava sendo notificado há cinco anos por não possuir Plano de Segurança da Barragem e nem Plano de Ação de Emergência.
Durante a última vistoria no condomínio, realizada em 2023, foi identificada a necessidade de manutenções preventivas cruciais para a segurança da barragem, como a limpeza da vegetação e a desobstrução do sistema de drenagem. Multa Famílias afetadas pelo rompimento da barragem durante audiência no Ministério Público Estadual Vinícius de Souza O proprietário do Nasa Park, foi multado em mais de R$ 2 milhões no dia 23 de agosto, durante uma audiência pública no Ministério Público Estadual (MPE).
Além da multa, o dono terá de regularizar todos os barramentos e apresentar um laudo técnico sobre as causas do rompimento e implementar um Programa de Recuperação das Áreas Degradadas. De acordo com o laudo técnico do Imasul, o colapso da barragem causou sérios danos à biodiversidade local e à qualidade das águas, além de comprometer a infraestrutura da região.
A estrutura afetada, situada entre Jaraguari e Campo Grande, represava água do córrego Estaca. Veja abaixo como foi distribuída a multa. R$ 2 milhões por causar poluição em níveis que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, mortalidade de animais ou destruição significativa da biodiversidade. R$ 10 mil por utilizar recursos hídricos sem a outorga de direito de uso concedida pelo Imasul. R$ 40 mil por deixar de atender a exigências legais ou regulamentares quando notificado pela autoridade ambiental competente para regularização, correção ou adoção de medidas de controle para cessar a degradação ambiental. Além do rompimento ter afetado as casas e a rodovia, a água e a lama também atingiram áreas de conservação.
A empresa responsável pelo condomínio Nasa Park I e II foi a multada em R$ 100 mil por permitir a construção da barragem sem a devida licença ou autorização dos órgãos ambientais. Antes e depois de rompimento de represa em condomínio de luxo. Reprodução *Estagiária sob supervisão de Anderson Viegas Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: