Governo acusou oposição de 'sabotagem' e disse que fornecimento será retomado aos poucos.
Blecaute aconteceu no mesmo dia em que candidato Edmundo González enfrenta risco de prisão.
Prédios sem luz na cidade de Caracas, na Venezuela, no início da manhã de 30 de agosto de 2024, por conta de um apagão nacional. Ariana Cubillos/ AP A energia elétrica começou a voltar em partes da Venezuela na tarde desta sexta-feira (30), depois de grande parte do país ter sido atingida por um apagão e queda de internet.
O governo acusou a oposição de "sabotagem", sem apresentar provas. Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Todos os 24 estados do país reportaram perda parcial ou total no fornecimento de energia elétrica, segundo o Ministério da Comunicação e da Informação. “Fomos novamente vítimas de sabotagem elétrica”, afirmou o ministro Freddy Nañez.
Por volta das 13h do horário local (14h, em Brasília), a eletricidade foi retomada em partes das cidades de Maracaibo, Valência, Puerto Ordaz e na capital, Caracas, de acordo com testemunhas ouvidas pela agência Reuters. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, garantiu que a eletricidade retornaria gradualmente, a começar pela capital. A Venezuela sofreu apagões de magnitude nacional pela última vez em 2019, com alguns durando até três dias.
As autoridades também atribuíram essas quedas de energia a ataques por sabotadores e opositores de Maduro. Por outro lado, observadores dizem que os apagões são resultados de infraestruturas antigas. LEIA TAMBÉM Venezuela: Lula reforça não reconhecer eleições e diz que Maduro terá de 'arcar com as consequências' Zelensky demite chefe da Força Aérea ucraniana após queda de caça F-16 Moraes manda suspender o X no Brasil após rede não designar um representante legal no país Apagão x oposição Apagão nacional e queda de internet atinge Venezuela A queda de energia ocorreu no mesmo dia em que o candidato opositor Edmundo González pode enfrentar um mandado de prisão. González, que diz ter vencido as eleições, foi convocado a prestar depoimento nesta sexta.
Caso não compareça, ele será alvo de um mandado de prisão, segundo o Ministério Público da Venezuela.
O opositor faltou nas duas últimas convocatórias. A intimação de Edmundo González não especifica em que qualidade foi convocado: acusado, testemunha ou especialista, como exigido pela lei venezuelana. O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou que González deve depor sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que González ficou em 2º lugar nas eleições presidenciais, sendo derrotado por Nicolás Maduro.
Entretanto, a oposição garante que González venceu por ampla vantagem com base nos dados das atas eleitorais. Depois das eleições, o candidato da oposição passou a ser investigado pelos crimes de usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, entre outros. A comunidade internacional vem denunciando repressão contra opositores na Venezuela, além de afirmar que houve falta de transparência nas eleições presidenciais. VÍDEOS: mais assistidos do g1